segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Beleza musical

Danúbio Azul - Johann Strauss II>

Pensamentos para a vida...

- Veja mais o lado positivo das pessoas, pois ninguém tem somente defeitos.
- Aprenda com os erros dos outros e principalmente com os seus erros.
- "Conhece a ti mesmo". Encare seus próprios defeitos e se esforce para mudar. Isso é evolução.
- Freie pensamentos ruins e aumente a quantidade de pensamentos bons. É bom para você e age no inconsciente coletivo, tornando o mundo melhor.
- Jogue fora as coisas ruins do passado e guarde as boas.
- Aproveite ao máximo o presente. Palavra que se revela em seu outro significado, pois é dado a você para ser usufruído.
- Trace planos para o futuro. Onde eu me encontro hoje? Onde quero estar daqui a um ano? E daqui a três anos? E dez?
- Faça metas. Trabalhe para alcançá-las e mentalize que tudo é possível e seus projetos se realizarão. O nosso destino é a gente quem faz.
- Não se importe com as críticas contra você. O que as pessoas pensam de ruim a seu respeito é problema delas. Mesmo que para todas as pessoas suas idéias pareçam ridículas, acredite nas suas próprias idéias. Liberte-se do "pensamento comum" e ganhe asas.
- Grandes mentes discutem idéias; mentes medianas discutem eventos; mentes pequenas discutem a vida alheia.
- Tenha a mente aberta para aceitar novas idéias e mesmo para mudar de opinião. A sociedade em que vivemos prega o sucesso pessoal e o individualismo. Quanto maior é a sua consciência, maior é a sua responsabilidade. Por isso faça alguma coisa boa para quem você gosta e para o coletivo. Só com consciência e ação nós podemos melhorar a nós mesmos e o mundo em que vivemos.
Acredite em você!!
Envolva-se em Campanhas que possam ajudar a outras pessoas.

Padrões pré-estabelecidos

Desde muito cedo a maioria de nós é ensinado a seguir um "bom padrão" de comportamento humano.
Muitas vezes, o modelo padrão escolhido é o de nossos pais, avós, alguém de sucesso financeiro ou intelectual, ou, ainda, um ícone religioso como Cristo, Buda ou Gandhi.
Acredito que isso também ocorreu com você não é mesmo?
Se por um lado, há o nosso desejo mais secreto de corresponder às expectativas alheias, principalmente àquelas de quem amamos, precisando nos sentir aceitos em nosso meio, há um fator de desequilíbrio nessa balança: o que você quer para você mesmo?
Perseguir um modelo padrão pode ser uma idéia atrativa. Uma vez que deu certo com ele dará com você. Pensamento simplista para uma questão complexa. Sua vida não é a vida de mais ninguém. Sua história é escrita por você a partir de suas próprias experiências, de suas atitudes e omissões.
Com um bom modelo teremos sempre o que aprender. Atitudes também podem ser aprendidas. Certo? Mas, atender expectativas definitivamente não é uma boa idéia, a menos que sejam as suas próprias, pois haverá a grande possibilidade de você tornar-se um indivíduo frustrado e infeliz.
Já parou para pensar no que você gosta, e no que gostaria de fazer a maior parte do seu tempo de vida?
Será que você, com suas vocações naturais, se adaptaria a uma vida celibatária e vegetariana como a que viveu Gandhi?
E que tal a vida insône de Henri Ford?
Alguns, mesmo com modelos prontos da "vida perfeita", preferiram arriscar-se por novos caminhos e conseguiram criar um novo modelo, saindo da "mesmice".
Será que você se dispõe a isso: a viver sua própria vida?
Ou vai escolher brigar com sua própria natureza, seus desejos e anseios, buscando seguir um padrão para o qual não foi talhado?
Que tal parar para um bate-papo com os seus botões?
Meu avô dizia que o nosso melhor conselheiro é o travesseiro e nossos melhores ouvintes os botões. Pare e escute de você mesmo o que acha de sua vida, e o que gostaria de fazer dela. Que experiências você quer ter enquanto viver. Pergunte, mas dê um tempo para que você, internamente, pense sobre suas questões de importância vital, e possa descobrir respostas para elas. Não vai ficar no seu pé dia e noite em busca de uma solução, porque auto-cobrança é um veneno para a quietude da alma. Pergunta e descansa. Esvazie sua mente. Não se preocupe, por um tempo, nem com o que já passou e muito menos com o que nem ocorreu ainda. Deixe tudo quieto, por um tempo apenas. Aprende a disciplinar sua mente enquanto espera a resposta.
A resposta virá. E você só a ouvirá se sua mente estiver calma, sem constantes diálogos internos e vãs filosofias. E nesse momento você saberá o que fazer em sua vida e como fazer.
Quando isso ocorrer, você não terá apenas ouvido a si próprio, mas terá realizado o seu primeiro milagre.

Tudo acontece, o tempo todo. Faça as coisas acontecerem para você também. Gire a roda do destino a seu favor.
Você consegue.

domingo, 3 de maio de 2009

Questionamentos


Tales e as nove Perguntas


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Tales de Mileto, filósofo grego, o mais antigo dos Sete Sábios da Grécia (640 a 550 d. C.), durante parte de sua vida foi um bom comerciante. Após enriquecer, retirou-se dos negócios e pôde dedicar-se aos estudos, adquirindo muitos conhecimentos através de viagens.Aprende Geometria com sacerdotes egípcios, previu o primeiro eclipse solar no ano de 500 a. C. E determinou a duração do ano. Ainda em vida, foi considerado o pai da Astronomia, da Geometria e da Aritmética.Em certa ocasião, foi inquirido sobre 9 questões.


Hei-las, seguidas da resposta de Tales:

1. Qual a coisa mais velha de todas as coisas?Deus, porque ele sempre existiu.

2. Qual a mais bela de todas as coisas?O universo, porque é trabalho de Deus.

3. Qual a maior de todas coisas?O espaço, porque ele contém o que foi criado.

4. Qual a mais constante de todas as coisas?A esperança, porque ela permanece nos Homens mesmo depois de terem perdido tudo.

5. Qual é a melhor de todas as coisas?A liberdade, porque sem ela não há nada de bom.

6. Qual é a rápida de todas as coisas?O pensamento, porque em um segundo pode voar para o extremo do universo.

7. Qual é a mais forte de todas as coisas?A necessidade, porque ela faz os homens enfrentarem os perigos da vida.

8. Qual é a mais fácil de todas as coisas?Dar conselhos.

9. Qual a mais difícil de todas as coisas?Conhecer a si mesmo

Um teste interessante

O que ouvimos....o que sentimos


Já repararam que na grande maioria das vezes as distâncias que nos separam verdadeiramente das outras pessoas são"materialmente" imperceptíveis porque são quase sempre nossos pensamentos e sentimentos que fazem este papel? Que estamos "realmente" separados e distantes muitas vezes daqueles que convivem conosco? E muito mais "próximos" e "unidos" com aqueles que estão a distância? Então reflitamos: O que nos separa e distancia verdadeiramente das pessoas? Nos distanciamos daqueles que nos dirigem palavras ofensivas. Nos distanciamos daqueles que nos incomodam. Nos distanciamos daqueles que nos ferem. Então, pergunto-vos: foi a outra pessoa que nos ofendeu ou nossos ouvidos interpretaram ofensivas suas palavras?Por que algumas pessoas nos incomodam?Não será porque nos fazem ver nossos defeitos refletidos nas suas atitudes?Por que algumas pessoas nos ferem?Não será porque nos deixamos ferir?Creiam, sempre há os dois lados em todas as questões. Será que a nossa "distância afetiva" dessas determinadas pessoas vai mudar, transformar alguma coisa?E todos sabemos que a nossa "tarefa" nesta terra é transformar, mudar e evoluir. A distância concreta é fácil de diminuir, não é? O pensamento, a memória, o telefone... são tantos os artifícios para driblá-la. Porém, a distância do coração, das atitudes; essas são bem mais difíceis, porque requerem humildade. Humildade para verdadeiramente ouvirmos, olharmos e fazermos um movimento receptivo e acolhedor na direção das pessoas que nos incomodam ou ofendem. E "ser" humilde é um dos estados que o espírito humano ainda tem muita dificuldade em compreender e conseqüentemente atingir. É mais fácil nutrirmos sentimentos negativos, pois temos mais forças para isso; do que para buscarmos o contrário e que necessita de muito trabalho interno, que é uma nova maneira de "olhar" o próximo. Mas posso assegurar-lhes de que esse trabalho vale a pena, sua recompensa é a paz, a tranqüilidade na consciência.

Olhos que interpretam


O folclore alemão conta a história de um homem que, ao acordar, reparou que seu machado desaparecera. Furioso, acreditando que seu vizinho o tivesse roubado, passou o resto do dia a observá-lo.Viu que o vizinho tinha jeito de ladrão, andava furtivamente como ladrão, sussurrava como um ladrão que deseja esconder seu roubo. Estava tão certo de sua suspeita que resolveu entrar em casa, trocar de roupa e ir até a delegacia dar queixa.Porém, assim que entrou em casa, encontrou o machado, que sua mulher havia colocado em outro lugar. O homem, então, tornou a sair, examinou de novo o vizinho, e percebeu que ele andava, falava e se comportava honestamente como qualquer outra pessoa.



O Ser Humano é assim!!



Antes que sua boca estabeleça um diálogo, antes que seus ouvidos conheçam a história de outrem, seus olhos já fizeram o veredicto.

Valores da vida

Julgamentos


"Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida.
A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo.
Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é:
-- O que fiz hoje pelos outros?"



Martin Luther King

Quem é você......?

Cenoura, Ovo ou Café ====================
Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisasestavam tão difíceis para ela..Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir.Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.Seu pai, um "chef", levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última pó de café.Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra..A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo. Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela.Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma tigela.Virando-se para ela, perguntou "Querida, o que você está vendo ?""Cenouras, ovos e café," ela respondeu. Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar ascenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse.Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovoendurecera com a fervura.Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso. Ela perguntou humildemente : "O que isto significa, pai ?"Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade,água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e setornara frágil.Os ovos eram frágeis.Sua casca fina havia protegido o líquido interior.Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior setornou mais rígido.O pó de café, contudo, era incomparável.Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água."Qual deles é você?" -perguntou à sua filha."Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde ? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?"E você?Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidadevocê murcha e se torna frágil e perde sua força?Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável?Você teria um espírito maleável, mas depois de alguma morte, umafalência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro?Sua casca parece a mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com ocoração e o espírito inflexíveis ?Ou será que você é como o pó de café?Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a 100 graus centígrados. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.
Como você lida com a adversidade ?
Você é uma cenoura, um ovo ou café?

sábado, 2 de maio de 2009

O Rio e o Oceano


Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele tremede medo.Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar.Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar.


Coragem !! Avance firme e torne-se Oceano!!!


OSHO

A Arte do Conflito


Domenico zampieri ( Adam and Eve )


MOVIMENTO BARROCO

O barroco foi um estilo que se manifestou em várias formas de arte na América Latina e na Europa Ocidental, predominou da metade do século XVI ao final do século XVII. Quaisquer que sejam as diferenças nacionais ou individuais na expressão do fenômeno barroco, há entre as variadas manifestações, nos mais diversos lugares, atributos comuns que fazem dele um fenômeno universal, sobretudo, durante o século XVII.
O período histórico no qual o movimento barroco se desenvolve apresenta características de um contexto de autoritarismo político, marcado pelo absolutismo, que como sabemos, é o sistema político baseado na centralização absoluta do poder nas mãos do rei. Vive-se um momento de expansão, com a revolução comercial, cuja política econômica, o Mercantilismo, se baseava no “metalismo”, na balança comercial favorável e no acúmulo de capitais. Ocorre também, a luta de classes onde a burguesia, por deter forte poder econômico, pressionava politicamente a nobreza e o Rei, a fim de participar das decisões políticas do Estado Absolutista. Concomitantemente, a arte barroca eclode desse estado de turbulência, mudanças radicais e crises religiosas.
O barroco na arte marcou um momento de crise espiritual da sociedade européia. O homem do século XVII era dividido em duas mentalidades, duas formas diferentes de ver o mundo. Por isso o estilo barroco é um dos mais complexos que podem ser estudados na literatura brasileira.
O homem barroco estaria diante desse dilema entre o céu e a terra, o pecado e a salvação, a mística e a sensualidade, a santidade e o liberalismo, só havendo para ele uma saída: acolher os pólos opostos. Sua alma ficou assim, uma alma agônica, polarizada entre opostos, dilemática, paradoxal. Toda literatura barroca testemunha esse estado de alma.
Convivendo com o sensualismo e os prazeres materiais trazidos pelo Renascimento, os valores espirituais tão fortes na Idade Média voltaram a exercer forte influência sobre a mentalidade da época. Uma nova onda de religiosidade foi trazida pela Contra-reforma e pela fundação da Companhia de Jesus. O que decorreu daí foram naturalmente sentimentos contraditórios. A arte barroca representa essa contradição, oscilando entre o clássico e pagão e o medieval e cristão, apresentando-se como uma arte indisciplinada.
Assim, valores como o humanismo, o gosto pelas coisas terrenas, as satisfações mundanas e carnais, trazidos pelo Renascimento, que era caracterizado pelo racionalismo e equilíbrio, imbricam-se a valores espirituais trazidos pela Contra-reforma, com idéias medievais, teocêntricas e subjetivas.
Politicamente, o homem da época sentia-se oprimido economicamente, contudo, sentia-se livre para enriquecer com a possibilidade de ascensão social.
No plano espiritual, igualmente se verificaram contradições: ao lado das conquistas e dos valores do renascimento e do mercantilismo - que possibilitou a aquisição de bens e prazeres materiais - a contra-reforma procurava restaurar a fé cristã medieval e estimular a vida e os valores espirituais.
Por esse conjunto de razões é que na linguagem barroca, tanto na forma quanto no conteúdo, se verifica uma rejeição constante na visão ordenada das coisas. Os temas são aqueles que refletem os estados de tensão da alma humana, tais como vida e morte, matéria e espírito, amor platônico e amor carnal, pecado e o perdão. A construção da linguagem barroca acentua e amplia o sentido trágico desses temas, ao fazer o uso de uma linguagem de difícil acesso, rebuscada, cheia de inversões e de figuras de linguagem. Outros temas que são facilmente encontrados são o sobrenatural, castigos, misticismo e arrependimento.
A época da Contra-reforma, e do barroco é principalmente marcada por uma profunda dualidade. Por um lado, é o desdobramento do humanismo clássico e do Renascimento, com seus apelos ao racionalismo, ao prazer, ao “carpe diem” (do latim, “aproveite o dia”). Por outro lado, o homem é pressionado pela igreja católica e pelo protestantismo mais vigoroso a um regresso ao teocentrismo medieval, à postura estóica, à renúncia aos prazeres, à mortificação da carne e à observância plena do “amar a Deus sobre todas as coisas”, princípio capitular do teocentrismo medieval.
O barroco utilizando-se de temas contraditórios e conflituosos, como a morte, o absurdo da vida, o diferente toca uma dimensão de apreensões que são eternas, sempre estarão presentes na vida das pessoas. A criação barroca, por seu caráter bastante autônomo, propôs uma abordagem particular da condição humana, quase que uma nova forma de agir e de ser. Desse modo, o contexto emocional que mobilizou seu surgimento não é alheio a outros períodos da história, o que justifica sua incidência em maior ou menor grau nas diversas expressões modernas da arte e da literatura no ocidente.

Queixa-se o poeta em que o mundo vay errado, e querendoemendâlo o tem por empreza difficultosa.


"Carregado de mim ando no mundo, e o grande peso embarga-me as passadas, que como ando por vias desusadas, faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
O remédio será seguir o imundo caminho, onde dos mais vejo as pisadas, que as bestas andam juntas mais ornadas, do que anda só o engenho mais profundo.
Não é fácil viver entre os insanos,Erra, quem presumir, que sabe tudo, se o atalho não soube dos seus danos.
O prudente varão há de ser mudo, que é melhor neste mundo o mar de enganos ser louco cos demais, que ser sisudo."


GREGÓRIO DE MATOS GUERRA ( O BOCA DO INFERNO )

Seus pensamentos obedecem à campanhia

"Vou contar para vocês uma estória.
Não importa se verdadeira ou imaginada.
Por vezes, para ver a verdade, é preciso sair do mundo da realidade e entrar no mundo da fantasia...
Um grupo de psicólogos se dispôs a fazer uma experiência com macacos. Colocaram cinco macacos dentro de uma jaula. No meio da jaula, uma mesa. Acima da mesa, pendendo do teto, um cacho de bananas.
Os macacos gostam de bananas. Viram a mesa. Perceberam que, subindo na mesa, alcançariam as bananas. Um dos macacos subiu na mesa para apanhar uma banana. Mas os psicólogos estavam preparados para tal eventualidade: com uma mangueira deram um banho de água fria nele. O macaco que estava sobre a mesa, ensopado, desistiu provisoriamente do seu projeto.
Passados alguns minutos, voltou o desejo de comer bananas. Outro macaco resolveu comer bananas. Mas, ao subir na mesa, outro banho de água fria. Depois de o banho se repetir por quatro vezes, os macacos concluíram que havia uma relação causal entre subir na mesa e o banho de água fria. Como o medo da água fria era maior que o desejo de comer bananas, resolveram que o macaco que tentasse subir na mesa levaria uma surra. Quando um macaco subia na mesa, antes do banho de água fria, os outros lhe aplicavam a surra merecida.
Aí os psicólogos retiraram da jaula um macaco e colocaram no seu lugar um outro macaco que nada sabia dos banhos de água fria. Ele se comportou como qualquer macaco. Foi subir na mesa para comer as bananas. Mas, antes que o fizesse, os outros quatro lhe aplicaram a surra prescrita. Sem nada entender e passada a dor da surra, voltou a querer comer a banana e subiu na mesa. Nova surra. Depois da quarta surra, ele concluiu: nessa jaula, macaco que sobe na mesa apanha. Adotou, então, a sabedoria cristalizada pelos políticos humanos que diz: se você não pode derrotá-los, junte-se a eles.
Os psicólogos retiraram então um outro macaco e o substituíram por outro. A mesma coisa aconteceu. Os três macacos originais mais o último macaco, que nada sabia da origem e função da surra, lhe aplicaram a sova de praxe. Este último macaco também aprendeu que, naquela jaula, quem subia na mesa apanhava.
E assim continuaram os psicólogos a substituir os macacos originais por macacos novos, até que na jaula só ficaram macacos que nada sabiam sobre o banho de água fria. Mas, a despeito disso, eles continuavam a surrar os macacos que subiam na mesa.
Se perguntássemos aos macacos a razão das surras, eles responderiam: é assim porque é assim. Nessa jaula, macaco que sobe na mesa apanha... Haviam se esquecido completamente das bananas e nada sabiam sobre os banhos. Só pensavam na mesa proibida.
Vamos brincar de "fazer de conta". Imaginemos que as escolas sejam as jaulas e que nós estejamos dentro delas... Por favor, não se ofenda, é só faz-de-conta, fantasia, para ajudar o pensamento. Nosso desejo original é comer bananas. Mas já nos esquecemos delas. Há, nas escolas, uma infinidade de coisas e procedimentos cristalizados pela rotina, pela burocracia, pelas repetições, pelos melhoramentos. À semelhança dos macacos, aprendemos que é assim que são as escolas. E nem fazemos perguntas sobre o sentido daquelas coisas e procedimentos para a educação das crianças. Vou dar alguns exemplos.
Primeiro, a arquitetura das escolas. Todas as escolas têm corredores e salas de aula. As salas servem para separar as crianças em grupos, segregando-as umas das outras. Por que é assim? Tem de ser assim? Haverá uma outra forma de organizar o espaço, que permita interação e cooperação entre crianças de idades diferentes, tal como acontece na vida?
A escola não deveria imitar a vida?
Programas. Um programa é uma organização de saberes numa determinada sequência. Quem determinou que esses são os saberes e que eles devem ser aprendidos na ordem prescrita? Que uso fazem as crianças desses saberes na sua vida de cada dia? As crianças escolheriam esses saberes? Os programas servem igualmente para crianças que vivem nas praias de Alagoas, nas favelas das cidades, nas montanhas de Minas, nas florestas da Amazônia, nas cidadezinhas do interior?
Os programas são dados em unidades de tempo chamadas "aulas". As aulas têm horários definidos. Ao final, toca-se uma campainha. A criança tem de parar de pensar o que estava pensando e passar a pensar o que o programa diz que deve ser pensado naquele tempo. O pensamento obedece às ordens das campainhas? Por que é necessário que todas as crianças pensem as mesmas coisas, na mesma hora, no mesmo ritmo? As crianças são todas iguais? O objetivo da escola é fazer com que as crianças sejam todas iguais?
A questão é fazer as perguntas fundamentais:
Por que é assim?
Para que serve isso?
Poderia ser de outra forma?
Temo que, como os macacos, concentrados no cuidado com a mesa, acabemos por nos esquecer das bananas..."


RUBEM ALVES