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terça-feira, 27 de abril de 2010

DEPRESSÃO: O Mal do século?

 Van Gogh

Cuidando da Saúde Mental

“minh ’alma é triste como a flor que morre. Perdida à beira do riacho ingrato; nem beijos dá-lhe a viração que corre. Nem doce canto o sabiá do mato.” ( Casimiro de Abreu )

DEPRESSÃO: O Mal do Século?

A tristeza é dos sentimentos humanos o mais doloroso. Todos tomamos contato com ela em algum momento de nossas vidas. A tristeza passageira, a “fossa” ou “baixo-astral”, o “estar-down” fazem parte da vida e são superados após algum tempo. O luto, após a perda de um ente querido, manifesta-se por um sentimento de tristeza e vazio e também é superado no decorrer do tempo. Porém, deve-se distinguir a tristeza e o luto ( sentimentos inerentes ao ser humano ) da DEPRESSÃO.
A DEPRESSÃO é uma doença, como qualquer outra que possamos ter, que se caracteriza por uma tristeza profunda e duradoura, sem qualquer motivo aparente, e não apenas a sensação de tristeza passageira, com perda do interesse por tudo que trazia prazer a essa pessoa.
Historicamente, há relatos seculares sobre a depressão, como na ILÍADA DE HOMERO, em que o suicídio de Ájax foi decorrente de um quadro depressivo. Também no Antigo Testamento é possível ver uma transcrição de quadro depressivo ocorrido com o Rei Saul.
É uma doença bastante comum, sendo que todo ano, uma em cada vinte pessoas apresenta depressão, e, ao longo da vida, as chances de alguém ter depressão são de 15%. Manifesta-se mais frequentemente no adulto, embora possa ocorrer em qualquer faixa de idade, da criança ao idoso, e mais frequentemente nas mulheres do que em homens ( duas vezes mais ).
As causas da depressão são muito discutidas, sendo consideradas desde orgânicas, psicológicas a sócio-ambientais. Sabe-se que a genética ( hereditariedade ) é um fator preponderante e associada a um fator estressante ambiental pode colaborar para o desencadeamento. Mas o que se tem observado é a ocorrência, muitas vezes, em pessoas que não apresentam história familiar ou fatores estressantes.
Sente-se uma tristeza intensa, que não consegue vencer. Pode achar que é uma “fraqueza de caráter” e sentir vergonha de pedir ajuda. Os principais sintomas da depressão são: tristeza profunda e duradoura, perda de interesse e prazer por atividades antes apreciadas, falta de energia, sentimento de vazio, desânimo, pensamentos negativos e pessimistas. Além destes, é comum insônia, perda do apetite, ansiedade e queixas físicas vagas (dor de cabeça e no estômago, dores musculares). Mas há variantes da depressão, nem sempre se apresentando tão facilmente diagnosticada. Por isso, a importância de procurar um psiquiatra, que é o médico especialista.
O tratamento da depressão é realizado com medicações antidepressivas, podendo haver associação de outras medicações, podendo, muitas vezes, ser associado o tratamento psicoterápico. As medicações antidepressivas permitem a recuperação gradual da depressão (em geral em algumas semanas), além de proteger a pessoa de novas crises. Por isto, muitas pessoas precisam tomá-los por um longo período de tempo e às vezes por toda a vida.
Enfim, é muito importante não sentir medo ou vergonha de procurar ajuda profissional quando perceber que algo está errado, já que os medicamentos podem demorar algum tempo para agir em sua maior eficácia, e quanto antes feito o tratamento, maiores são as chances de melhorar rapidamente, sem muitos prejuízos. As pessoas sem tratamento tendem a ter episódios depressivos mais longos e graves, com tendência a se cronificar. Não se pode desanimar, principalmente no início do tratamento, e o apoio e compreensão dos familiares são imprescindíveis e fundamentais.

sábado, 2 de maio de 2009

O Cisne Negro

Cárcere das almas

"Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,soluçando nas trevas, entre as grades do calabouço olhando imensidades,Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza quando a alma entre grilhões as liberdades sonha e sonhando, as imortalidades rasga no etéreo espaço da Pureza. Ó almas presas, mudas e fechadas nas prisões colossais e abandonadas, da dor no calabouço atroz, funéreo!Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?!"


Cruz e Souza

João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, atual Florianópolis. Filho de escravos alforriados pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa, seria acolhido pelo Marechal e sua esposa como o filho que não tinham. Foi educado na melhor escola secundária da região, mas com a morte dos protetores foi obrigado a largar os estudos e trabalhar.
Sofreu uma série de perseguições raciais, culminando com a proibição de assumir o cargo de promotor público em Laguna, por ser negro. Em 1890 vai para o Rio de Janeiro, onde entra em contato com a poesia simbolista francesa e seus admiradores cariocas. Colabora em alguns jornais e, mesmo já bastante conhecido, após a publicação de Missal e Broquéis (1893), só consegue arrumar um emprego miserável na Estrada de Ferro Central.
Casa-se com Gavita, também negra, com quem tem quatro filhos, dois dos quais vêm a falecer. Sua mulher enlouquece e passa vários períodos em hospitais psiquiátricos. O poeta contrai tuberculose e vai para a cidade mineira de Sítio se tratar.
Morre aos 36 anos de idade, vítima da tuberculose, da pobreza e, principalmente, do racismo e da incompreensão.


Van Gogh ( Café Noturno na Place Lamartine, em Harles )
....em que ele descreve sua pintura da seguinte forma: "Tratei de expressar com o vermelho e o verde as terríveis paixões humanas(...) o café é um lugar onde as pessoas podem se arruinar, enlouquecer, ou cometer um crime".


"Há loucuras que, como as noites polares, se transformam em verdadeiras auroras boreais reveladoras da mais perfeita lucidez e são a ponte mágica de cristal e azul sobre a qual emigramos do gólfão infernal da Terra para as alvoradas de ouro de um ideal."

Cruz e Souza