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domingo, 21 de agosto de 2016

Believe - isso também passará

Believe
Um dervishe, depois de uma árdua e longa viagem através do deserto, chegou por fim à civilização. O povoado se chamava Colinas Arenosas e era quente e seco. Não havia muito verde, exceto feno para o gado e alguns arbustos. As vacas eram o principal meio de vida das pessoas de Colinas Arenosas. O dervishe perguntou educadamente a alguém que passava se havia algum lugar onde poderia encontrar comida e abrigo para aquela noite.
– Bem, disse o homem coçando a cabeça – não temos um lugar assim no povoado, mas estou certo de que Shakir ficará encantado de lhe brindar com sua hospitalidade esta noite.
Então o homem indicou o caminho da fazenda de propriedade de Shakir, cujo nome significa “o que agradece constantemente ao Senhor”.
No caminho até a fazenda, o dervishe parou perto de um pequeno grupo de anciões que estavam fumando cachimbo e eles confirmaram a direção. Eles disseram que Shakir era o homem mais rico da região.
Um dos homens disse que Shakir era dono de mais de mil vacas.
– E isso é maior do que a riqueza de Haddad, que vive no povoado ao lado.
Pouco tempo depois o dervishe estava parado em frente a casa de Shakir a admirando. Shakir, que era uma pessoa muito hospitaleira e amável, insistiu para que o dervishe ficasse por alguns dias em sua casa.
A mulher e as filhas de Shakir eram igualmente amáveis e deram o melhor para o dervishe. Inclusive, ao final de sua estadia, lhe deram uma grande quantidade de comida e água para sua viagem.
No seu caminho de volta para o deserto, o dervishe não conseguia parar de se perguntar o significado das últimas palavras de Shakir.
No momento da despedida o dervishe havia dito:
– Dê Graças a Deus pela riqueza que tens.
– Dervishe – havia respondido Shakir – não se engane pelas aparências, porque isto também passará.

Durante o tempo em que havia passado no caminho Sufi, o dervishe havia compreendido que qualquer coisa que ouvisse ou visse durante sua viagem lhe oferecia uma lição para aprender, e portanto, valia a pena considerá-la. Além de tudo, essa era a razão pela qual havia feito a viagem, para aprender mais.
As palavras de Shakir ocuparam seus pensamentos e ele não estava seguro de ter compreendido completamente o seu significado.
Quando estava sentado sob a sombra de um arbusto para rezar e meditar, recordou do ensinamento Sufi sobre guardar silencio e não se precipitar em tirar conclusões para finalmente alcançar a resposta. Quando chegasse o momento, compreenderia, já que havia sido ensinado a permanecer em silêncio e sem fazer perguntas. Para tanto, fechou a porta dos seus pensamentos e submergiu sua alma em um estado de profunda meditação.
E assim se passaram mais cinco anos, viajando por diferentes terras, conhecendo pessoas novas e aprendendo com suas experiências no caminho. Cada nova aventura oferecia uma lição a ser aprendida. Entretanto, como requeria o costume Sufi, permanecia em silêncio, concentrado nas ordens do seu coração.
Um dia, o dervishe voltou a Colinas Arenosas, o mesmo povoado onde havia passado alguns anos antes. Se lembrou de seu amigo Shakir e perguntou por ele.
– Está vivendo no povoado ao lado, a dez milhas daqui. Agora trabalha para Haddad – respondeu um homem do povoado.
O dervishe lembrou surpreendido que Haddad era o outro homem rico da região. Contente com a idéia de voltar a ver Shakir outra vez, se apressou para ir ao povoado vizinho. Na maravilhosa casa de Haddad, o dervishe foi bem recebido por Shakir, que agora parecia muito mais velho e estava vestido em andrajos.
– O que lhe aconteceu? – quis saber o dervishe.
Shakir respondeu que uma enchente três anos antes o havia deixado sem vacas e sem casa; assim ele e sua família se tornaram empregados de Haddad, que sobreviveu à enchente e agora desfrutava da posição de homem mais rico da região. Entretanto, esta alteração na sorte não havia mudado o caráter amistoso e atencioso de Shakir e de sua família.
Cuidaram amavelmente do dervishe na sua cabana durante os dois dias e lhe deram comida e água antes dele sair.
Na despedida, o dervishe disse:
– Sinto muito pelo que aconteceu com você e sua família. Mas sei é que Deus tem um motivo para aquilo que faz..
– Mas não se esqueça, isto também passará.
A voz de Shakir ressoou como um eco nos ouvidos do dervishe. O rosto sorridente do homem e seu espírito tranqüilo não abandonavam seu pensamento.
– O que ele quer dizer com esta frase desta vez?
O dervishe sabia agora que as últimas palavras de Shakir na sua visita anterior se anteciparam às mudanças que ocorrerem. Mas dessa vez, se perguntava o que poderia justificar um comentário tão otimista. Assim deixou a frase de lado outra vez, preferindo esperar pela resposta.
Passaram meses e anos, e o dervishe, que estava ficando velho, continuou viajando sem nenhuma intenção de parar.
Curiosamente, suas viagens sempre o levavam de volta ao povoado onde vivia Shakir. Assim sendo, demorou sete anos para voltar a Colinas Arenosas e Shakir estava rico outra vez. Agora vivia na casa principal da propriedade de Haddad e não na pequena cabana.
– Haddad morreu há dois anos – explicou Shakir – e, como não tinha herdeiro, decidiu deixar sua fortuna para mim como recompensa dos meus leais serviços.
Quando estava terminando sua visita, o dervishe se preparou para a viagem mais importante de sua vida: cruzaria a Arábia Saudita para fazer sua peregrinação a pé até Meca, uma antiga tradição entre seus companheiros. A despedida de seu amigo não foi diferente das outras vezes. Shakir repetiu sua frase favorita:
– Isto também passará.
Depois da peregrinação, o dervishe viajou à Índia. Ao voltar a sua terra natal, Pérsia, decidiu visitar Shakir mais uma vez para ver o que havia acontecido com ele. Assim, mais uma vez se pós em marcha para Colinas Arenosas. Mas em vez de de encontrar seu amigo Shakir, lhe mostraram uma humilde tumba com a inscrição “Isto também passará”. O dervishe ficou ainda mais surpreendido do que das outras vezes, quando o próprio Shakir havia pronunciado estas palavras.
– As riquezas vem e as riquezas se vão – pensou o dervishe – mas, como pode trocar um túmulo?
A partir de então o dervishe adquiriu o costume de visitar a tumba de seu amigo de tantos anos e passava algumas horas meditando na morada de Shakir. Entretanto, em uma de suas visitas o cemitério e a tumba haviam desaparecido, arrasados por uma enchente. Agora, o velho dervishe havia perdido o único vestígio deixado por um homem que havia marcado tão excepcionalmente as experiências de sua vida. O dervishe permaneceu durante horas nas ruínas do cemitério, olhando o chão fixamente. Finalmente, levantou a cabeça em direção ao céu e então, como se houvesse descoberto um significado mais elevado, abaixou a cabeça em sinal de confirmação e disse:
– Isto também passará.
Finalmente o dervishe ficou muito velho para viajar, decidindo se fixar e viver tranqüilo e em paz pelo resto de sua vida.
Os anos se passaram e o ancião se dedicava a ajudar a quem se acercava dele para os quais aconselhava e a compartilhar suas experiências com os jovens. Vinha gente de todas as partes para beneficiar-se de sua sabedoria. Finalmente, sua fama chegou até o grade conselheiro do rei, que casualmente estava buscando alguém com grande sabedoria.
O fato era que o rei desejava que lhe fizessem um anel. O anel teria de ser especial: devia ter uma inscrição de tal forma que quando o rei se sentisse triste, olhasse o anel e ficaria contente e se estivesse feliz, ao olhar o anel se entristeceria.
Os melhores joalheiros foram contratados e muitos homens e mulheres se apresentaram para dar sugestões sobre o anel, mas o rei não gostava de nenhuma. Então o conselheiro escreveu para o dervishe explicando a situação, pedindo ajuda e o convidando para ir ao palácio. Sem abandonar sua casa, o dervishe enviou sua resposta.
Poucos dias mais tarde, um anel foi feito com uma esmeralda e foi entregue ao rei. O rei, que havia estado deprimido por vários dias, mal o recebeu, botou o anel no dedo e olhando-o, deu um suspiro de decepção.
Logo começou a sorrir e, pouco depois, ria às gargalhadas.
No anel que usava estavam escritas as palavras “Isto também passará”. 
Farid Ud Din Attar – Histórias da Terra dos Sufis

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O dom de ser capaz e feliz

A capacidade de ser feliz, amar e viver plenamente está dentro de você.
Cada situação vivida é uma grande oportunidade de aprendizado e de reescrever sua história.
Se você gosta de música e poesia uma boa oportunidade é ouvir essa bela melodia.

Ando devagar...
...porque já tive pressa
E levo esse sorriso...
.. porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente...
...compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada...
... eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Todo mundo ama um dia...
... todo mundo chora,
Um dia a gente chega...
...no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz



Tocando em Frente
Almir Sater
Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

domingo, 26 de junho de 2011

Sopram ventos


"Às vezes ouço o vento passar;
E só de ouvir o vento passar,
Vale a pena ter nascido"
                                      Fernando Pessoa

Um fazendeiro possuía terras em uma região muito fértil, porém sujeita a tempestades terríveis. Ele constantemente anunciava estar precisando de empregados, mas a maioria das pessoas estava pouco disposta a trabalhar em fazendas daquela região, pois temiam as horrorosas tempestades que faziam estragos nas construções e nas plantações.
Procurando por novos empregados, ele recebeu muitas recusas. Finalmente, um homem baixo e magro, de meia-idade, se aproximou do fazendeiro.
- Você é um bom lavrador? Perguntou o fazendeiro.
- Bem, eu posso dormir enquanto os ventos sopram. -respondeu o pequenino homem.
Embora confuso com a resposta, o fazendeiro, desesperado por ajuda, o empregou. O pequeno homem trabalhou bem ao redor da fazenda, mantendo-se ocupado do alvorecer até o anoitecer e o fazendeiro estava satisfeito com o trabalho do empregado.
Então, uma noite, o vento uivou ruidosamente. O fazendeiro pulou da cama, agarrou um lampião e correu até o alojamento dos empregados. Sacudiu o pequeno homem e gritou:
- Levanta! Uma tempestade está chegando! Amarre as coisas antes que sejam arrastadas!
O pequeno homem virou-se na cama e disse firmemente:
- Não senhor. Eu lhe falei, eu posso dormir enquanto os ventos sopram.
Enfurecido pela resposta, o fazendeiro estava tentado a despedi-lo imediatamente. Em vez disso, ele se apressou a sair e preparar o terreno para a tempestade. Do empregado, trataria depois.
Mas, para seu assombro, ele descobriu que todos os montes de feno tinham sido cobertos com lonas firmemente presas ao solo. As vacas estavam bem protegidas no celeiro, os frangos nos viveiros, e todas as portas muito bem travadas. As janelas bem fechadas e seguras. Tudo foi amarrado. Nada poderia ser arrastado.
O fazendeiro então entendeu o que seu empregado quis dizer, então retornou para sua cama para também dormir enquanto o vento soprava.

Quando se está preparado, fisica, mental e espiritualmente, você não tem nada a temer.


Eu lhe pergunto: você pode dormir enquanto os ventos sopram em sua vida?




sexta-feira, 10 de junho de 2011

A conquista do Segredo

Um dos maiores segredos não é tão dificilmente desvendável, embora seja procurado ou desejado por todos os seres humanos.

Quem ainda não foi questionado por alguém, provavelmente já fez em algum momento esse autoquestionamento.


Afinal, qual é o segredo para a Felicidade?

Creio que a felicidade seja algo bastante simples.

Alguns são capazes de encontrar o segredo da felicidade em um despertar pela manhã, pelo simples fato de estar diante de mais um dia cheio de novas oportunidades de aprendizagem e evolução pessoal.

Outros conseguem a felicidade no delicioso cheiro de um café recém-feito, acompanhado de um pedaço de pão ou bolo, sentado confortavelmente, sem qualquer pressa, apenas para deliciar cada nota de cheiro ou sabor.

Ou ainda na beleza das flores, principalmente com seu perfume exalado na evaporação do orvalho.

Outros sentem que a felicidade é poder viver um grande amor ou ainda ter uma família unida, com sentimentos de paz, harmonia e companheirismo.

Muitos acham que o segredo da felicidade é fama, fortuna e status. Os monges budistas acreditam que o segredo da felicidade está na simplicidade material.

A maior dificuldade que o ser humano tem em entender o segredo da felicidade é sua própria rigidez emocional. Acredita que a felicidade é um imutável estado de sentir-se.

Não se pode contar somente com o prazer ou alegria para a conquista da felicidade, pois os momentos antagônicos também fazem parte deste caminho, já que possibilitam o aprendizado.

Algumas pessoas sentem-se infelizes porque vivem sozinhas e abandonadas. Mas porque não utilizar-se de tal sorte para um crescimento e conhecimento de sua força interior.

Se você se julga uma pessoa infeliz e azarada permite que seus pensamentos fiquem mergulhados em um pântano de negativismo e pessimismo. Perde a capacidade e o desejo de sonhar.

O que você faz com tudo ou o pouco que tem é a diferença para o segredo de sua felicidade.

Enfim, o que pode te fazer feliz é o equilíbrio entre o desejo, o sonho e sua conquista.

Como disse o grande Mario Quintana, "a felicidade é um sentimento tão simples, que você pode deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade"

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quimera

A vida é feita de sonhos.

Há 30 anos, de um parto sofrido nascia Argemira, sem choro, à luz de velas. Muito sua mãe sofreu nesse parto, que em seu casebre concebeu.

Cresceu lentamente, tão raquítica e delicada. E seus primeiros passinhos demoraram a acontecer. Falar algumas palavras, somente depois dos 7 anos de idade.

Na escola, caçoada, tão tímida e isolada, não conseguia aprender. Menina estranha, acuada, simplesmente não aprendia nada.

Frequentou, sim, até a 4®série. Mas a escola abandonou, tamanho constrangimento por nada aprender. E cabe aqui parentesar. Quem abandonou quem?

Então os anos correram. Argemira, humilde, não obstante batalhadora, sempre em casa, solitária, sonhadora. O sonho? Aprender.

Argemira nunca esqueceu o contato que teve com as palavras escritas. Guarda, ainda, seu caderninho de caligrafia.

Todos os dias, lá no mesmo casebre que um dia a recebeu em um rasgo purpúreo, senta-se na mesinha capenga da cozinha. À luz enfumaçada do lampião, Argemira tenta ler sua bíblia. Não consegue. Ainda assim persiste, todos os dias, em suas tentativas.

Argemira tem um sonho. Quer ler e escrever.

A vida é feita de sonhos.

A sequela irremediável de um parto há 30 anos foi seu cérebro danificado.

Mas Argemira não se rende. Não precisa de piedade. Não precisa de suposições discriminatórias. Nem se importa com discursos excludentes, pois seus desejos são imunes ao pieguismo sociodramático.

Simplesmente crê que um dia vai aprender.

Afinal tem um sonho.



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Crepúsculo Mental

E quem ainda pode afirmar que a história familiar não tem influências sociais?

Tudo começa na infância. Tudo, certamente tudo, tem uma grande significação para a criança.

Toda criança, em seu desenvolvimento, tem a mente aberta ao aprendizado. E é nesse ponto que as questões começam pesar. Se essa criança vive em um lar estruturado, ambiente saudável, poderá desenvolver seu maior potencial e tornar-se um adulto íntegro, de bom caráter, seguro, disposto a encarar todas as situações da vida da forma mais tranqüila.
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Lindor nasceu e seu pai morreu, tinha apenas 1 mês de vida.


Sua mãe, uma senhora respeitadíssima, mais puritana impossível.

Entre os 10 a 12 anos de idade Lindor sofreu abusos físicos e sexuais de um menino que era seu vizinho. Acabou se acostumando à situação.

Lindor cresceu e tornou-se um cidadão respeitável. Aparentemente uma pessoa normal.

Ninguém, absolutamente ninguém, sabe o que se passa na mente de Lindor. Seus pensamentos são obsessivos. Os desejos, uma tormenta.

Lindor adora meninos de 10 a 12 anos. Tem uma fixação total por meninos nessa faixa etária.

Homens adultos não o atraem. Mulheres? Sente nojo, repulsa. Lembra de sua mãe. Aquela senhora casta, íntegra aos olhos de todos, vivia promiscuamente com todo tipo de homem. E ele, Lindor, assistia aos espetáculos caseiros de orgias. Por muitas vezes acabava sendo espancado a cabo de vassoura pela mãe ou algum destes “cavalheiros” que a pagava por seus serviços.

Assim tinha ele crescido. Essa era a imagem feminina estampada em sua mente.

E Lindor convive com sua obsessão por garotos. Sobrevive de desejos, fantasias e atos.

Não pode ver um garoto dessa idade que já começa transpirar. Sua respiração ofegante, peito apertado, coração disparado. E o desejo o leva à ação. Não resiste. Sente a atração, como um grande imã. E volta aos seus 12 anos.

Sente-se um monstro? Sim. Sabe que seus desejos são inaceitáveis, antes mesmo que a sociedade o condene.

É feliz? Não. Vive sozinho, isolado, retraído. Vive à espreita, à espera, como o caçador na expectativa de abater sua caça.

Sente-se frustrado? Sem dúvida. Seu semblante denota.

Queria morrer? Sim, ele queria morrer. Queria recomeçar. Queria a oportunidade de ter uma família normal em sua infância. Queria poder casar e ter filhos. Queria abraçar e beijar seus filhos, com o verdadeiro afeto, sem o desejo que sente na pele.

Lindor apenas sobrevive. Não sabe o que lhe aguarda.

Os pensamentos confundem desejos e fantasias.

Chora e ri. Nem sabe o que sente.

Diz: “Eu queria apenas não ser quem sou”


quarta-feira, 28 de abril de 2010

De nossas questionáveis posses


Convenhamos, com lucidez, que ninguém é dono de nada, nem de ninguém. A posse de bens materiais é
temporária, fugaz. Da mesma forma a convivência com alguém querido também é muito passageira. Num instante, estamos separados por motivos de origem variada.
Aliás, cada um de nós terá que construir, individualmente, embora no aprendizado da convivência comum e coletiva, a própria segurança interior. A vida é sábia e coloca-nos neste patamar de aprendizado e aprimoramento. Mas não somos donos de nada. Tudo que julgamos possuir, na verdade, nos é cedido por um determinado tempo.
Esta visão abrangente deveria livrar-nos dos prejuízos decorrentes da paixão e do apego. Ambos costumam nos causar cegueira diante das situações. Mas face à fragilidade que todos carregamos, somada na maioria das vezes pela imaturidade emocional ou psicológica, e pela alta dose de egoísmo que ainda caracteriza o comportamento humano, vamos dando nossas “trombadas” que causam sofrimentos, a nós e outrem.
Referido sentimento, o egoísmo, ilude-nos a consciência. Passamos a nos sentir donos de bens materiais
e de pessoas, como se pudéssemos dominar alguém. É óbvio que, em muitas situações e circunstâncias, até exercemos algum domínio sobre pessoas. Mas isso será sempre ilusório e prejudicial, pois a liberdade é atributo inviolável de qualquer pessoa e, cedo ou tarde, toda imposição redundará em graves e severos prejuízos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Borboletas que voaram...



No século XI, exatamente entre 1024 e 1033 D.C., em Cluny, França,  instituiu-se a comemoração dos mortos em 2 de Novembro, estabelecendo a ligação deste dia ao chamado dia de todos os os santos. O dia de todos os santos foi criado pela Igreja Católica Romana em 835 D.C. e comemorado no dia 1 de novembro em honra dos mortos, mas foi o abade beneditiano Odílio (962-1049 D.C.), de Cluny, que modificou e substituiu o tal dia de finados, que seria um dia reservado às orações pelas almas no purgatório. O dia de finados começou a ser aceito por Roma em 998 D.C., juntamente com a celebração do dia de todas as almas, e foi oficializado no início do século XI, sendo cristalizado já no século XX.
A festa dos espíritos era celebrada pelos celtas em 1 de Novembro. Nessa data os celtas ofereciam sacrifícios para libertar os espíritos que eram aprisionados por Samhain, o príncipe das trevas. O império romano também absorveu o dia de pomona, dos gauleses, transformando as duas festas numa só. Posteriormente, a Igreja Católica Romana tomou a data para celebração do dia de todas as almas, absorvendo as comemorações "pagãs".

Obviamente, as mais variadas crenças religiosas têm sua visão e maneira de pensar sobre a morte e essa data dedicada aos mortos.

Não é, porém, indispensável comparecer ao cemitério para homenagear o ente querido que partiu. A visita ao túmulo é um modo de manifestar que se pensa a respeito do espírito ausente – serve de imagem, mas é a prece que santifica o ato de lembrar, pouco importando o lugar, se ela é ditada pelo coração.
Acima de tudo, mais importante nessa data é fortalecer o pensamento de que não estamos aqui a passeio. 

Por quais valores devemos nos pautar?
Como devemos viver? 
Qual a melhor bússola a nos guiar?

Somos espíritos imortais, rumando à perfeição, tentando aprender e evoluir dia-a-dia, construindo passo a passo nossa estrada redentora de autoiluminação.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Meu avô já dizia....



Lembro-me, lá na minha infância, de meu avô paterno: "boca fechada não entra mosquito e não fala bobagem". Quem fala muito não ouve. As pessoas encontram uma dificuldade muito grande no silêncio. Parecem fugir de seus barulhos interiores. Basta observar duas pessoas em uma sala de espera. O silêncio torna-se algo constrangedor. Soa até como arrogância alheia, como algo ofensivo. Que se faz então? A opção mais óbvia: falar bobagens e futilidades. Começa, então, a disputa pelo ouvido alheio, afinal todo mundo quer ser ouvido.

Mas, o aprendizado do ouvir não se encontra na escola. Assim como, também, o que se pronuncia. 
Ouvir é muito bom. Oferece-nos oportunidades e aprendizagens incríveis. 

A vida tem que ser baseada em nossos 5 sentidos fundamentais, através dos quais conseguiremos aprender, filtrando o que nos faz evoluir como indivíduos. 




"Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas."
Confúcio

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Escada da vida



Há muitas pessoas que têm o hábito de se preocupar constantemente. E essa preocupação incessante, muitas vezes, domina todos os segundos de seu dia.

Quase nunca estão livres de um ou de muitos

problemas, de uma ou de várias doenças.

O excesso de preocupações transparece no rosto.

Deixa as pessoas como que hipnotizadas ou petrificadas,

com dificuldade para sorrir, relaxar, aproveitar a vida.

A preocupação com elas próprias e com o que têm

a esclarecer é tão grande que não lhes sobra

tempo para viver.

Só falam de si, só lhes interessa o que

se passa com elas e acabam ensimesmadas.


Mas, afinal, em que direção devemos caminhar?

Para quem fazemos as coisas?

Como nos comportamos quando os

esforços que empreendemos parecem em vão?

A diferença entre as pessoas reside na maneira como se deixam tocar pelosacontecimentos.

Como podemos lidar com as frustrações e o que aprendemos a partir destas experiências vividas.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

NÃO - pequena palavra com grande poder



Você costuma dizer "não" aos seus filhos?



Considera fácil negar alguma coisa a essas criaturinhas encantadoras e de rostos angelicais que pedem com tanta doçura? Não é fácil dizer não aos filhos, principalmente quando temos os recursos para atendê-los. Afinal, nos perguntamos, o que representa um carrinho a mais, um brinquedo novo se temos dinheiro necessário para comprar o que querem? Por que não satisfazê-los? Se podemos sair de casa escondidos para evitar que chorem, por que provocar lágrimas? Se lhe dá tanto prazer comer todos os bombons da caixa, por que fazê-lo pensar nos outros? E, além do mais, é tão fácil e mais agradável sermos "bonzinhos"... O problema é que ser pais é muito mais que apenas ser "bonzinho" com os filhos. Ser pais é ter uma função e responsabilidade sociais perante os filhos e perante a sociedade em que vivemos. Portanto, quando decidimos negar um carrinho a um filho, mesmo podendo comprar, ou sofrendo por lhe dizer "não", porque ele já tem outros dez ou vinte, estamos ensinando-o que existe um limite para o ter. Estamos, indiretamente, valorizando o ser.
Mas quando atendemos a todos os pedidos, estamos dando lições de dominação, colaborando para que a criança aprenda, com nosso próprio exemplo, o que queremos que ela seja na vida: uma pessoa que não aceita limites e que não respeita o outro enquanto indivíduo. Temos que convir que, para ter tudo na vida, quando adulto, ele fatalmente terá que ser extremamente competitivo e provavelmente com muita "flexibilidade" ética, para não dizer desonesto. Caso contrário, como conseguir tudo? Como aceitar qualquer derrota, qualquer "não" se nunca lhe fizeram crer que isso é possível e até normal?
Não se defende a idéia de que se crie um ser acomodado sem ambições e derrotista. De forma alguma. É o equilíbrio que precisa existir: o reconhecimento realista de que, na vida às vezes se ganha, e, em outras, se perde. Para fazer com que um indivíduo seja um lutador, um ganhador, é preciso que desde logo ele aprenda a lutar pelo que deseja sim, mas com suas próprias armas e recursos, e não fazendo-o acreditar que alguém lhe dará tudo, sempre, e de "mão beijada". Satisfazer as necessidades dos filhos é uma obrigação dos pais, mas é preciso distinguir claramente o que são necessidades do que é apenas consumismo caprichoso. Estabelecer limites para os filhos, é necessário e saudável. Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem.
O esforço pela educação não pode ser desconsiderado.
Todos temos responsabilidades no contexto da vida, nas realizações humanas, nas atividades sociais.