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sexta-feira, 23 de abril de 2021

Capacidade de cultivar bons sentimentos

 Vivemos dias conturbados, de muita correria, sempre às voltas com problemas pessoais e familiares. A vida moderna é marcada pela competitividade. As maravilhas das novas tecnologias a um só tempo atraem e assustam. O mundo do trabalho exige empenho e atualização constante. Desde crianças somos empurrados ao consumismo, a buscar o sucesso e o bem-estar material a qualquer custo. Neste ambiente, esquecemos muitas vezes de que somos seres humanos, esquecemos de construir nossa felicidade com base em valores perenes.

Pergunto: Você se considera uma pessoa feliz? Você sabe lidar com as carências do seu coração, com as dores da alma, com o sofrimento físico e as doenças? Rico ou pobre, empregado ou desempregado, pai ou filho, jovem ou idoso, você consegue encarar os “vazios” que vez ou outra atravessam o caminho e engolem nossas forças?

É muito normal sentir vazios e carências. Anormal é não buscar sair deles. O sofrimento faz parte da nossa longa e árdua caminhada. Para não ficar pelo caminho, é necessário cuidar de nossos corações, de nossas almas, das nossas relações de amor com Deus. Nesta caminhada, devemos fazer tudo para vencer como seres humanos e como filhos de Deus. Do equilíbrio de nossa mente, do andar pelo caminho correto, depende nossa felicidade.

Precisamos cultivar bons sentimentos, amar quem caminha conosco, ajudar os outros a serem felizes – na família, no trabalho, na escola, na comunidade. Cultivar bons sentimentos significa distribuir amor, esperança, carinho, confiança, significa cuidar da plena realização dos que nos cercam. Assim é com o bom pai, a boa mãe, o bom filho, o bom aluno, o bom chefe, o bom empresário, o bom médico, o bom professor, o bom atendente, o bom governante. Assim é com todos, em todas as situações.

Uma corrente de bons sentimentos pode transformar o mundo, evitar injustiças, destruir egoísmos, irradiar esperança. Que os especialistas da ONU se empenhem a fundo na salvação do planeta, que os governantes europeus olhem com mais carinho para as levas de refugiados sírios e de outros países, que os líderes religiosos consigam reconduzir a humanidade para um tempo de paz. Que os filhos nunca deixem de respeitar os pais. Que os pais sejam pacientes e deem o bom exemplo para manter os filhos no caminho correto.

Não se preocupe demais com a aparência física. Não se atormente achando que é alto ou baixo demais, muito gordo ou muito magro, bonito ou feio. Evite aquela obsessão com a aparência exterior que faz algumas pessoas falarem disso o dia inteiro. Só um ignorante se incomoda com essas questões. O corpo é apenas um veículo para a alma. Coloque o foco na sua mente. O que está se passando nela? Se sua mente está cheia de pensamentos incorretos, isso sim deve preocupá-lo mais do que a aparência física. Dê importância ao fato de seu coração ser puro e belo. Seu coração irá se manifestar em sua aparência física. Se sua mente é bonita, essa beleza se refletirá nos seus olhos. Se sua mente é impura, seus olhos ficarão sombrios. O nariz de uma pessoa arrogante acaba realmente parecendo empinado e pontudo demais. A boca de uma pessoa cuja mente é má parecerá torta. Os lábios de quem sempre faz comentários sarcásticos e vive criticando os outros parecerão franzidos e retorcidos. Se a mente da pessoa é perturbada, isso se revela na atitude dela. Pessoas com um coração meigo e calmo nunca provocam desconforto a quem está por perto. Meu amado, antes de melhorar seu corpo, procure deixar sua mente em ordem. Antes de embelezar o corpo, embeleze seu coração. Seja gentil todos os dias. Não se irrite nem fique com raiva. Não fale mal dos outros. Não reclame. Grave estas palavras em seu coração.


domingo, 5 de junho de 2011

Quais são suas pegadas

“Erva daninha

Cresce sem limites,

Sufoca a natureza,

Expande seus domínios.


Animal dominante,

Ganancioso e imoral.

Perde-se na irracionalidade,

Segue em frente, fatal.


Mácula da natureza

De pegadas enraizadas.

Ser humano indefinível

Entre praga ou indefectível

Achaque do planeta.”


Em 05 de junho de 1972, nada menos do que há 39 anos, a Organização das Nações Unidas promovia um encontro para debater as questões ambientais que já afligiam o planeta. Determinou-se, assim, que essa data seria reconhecida como “Dia Mundial do Meio ambiente”.

Cada vez mais, desde então, tem se falado sobre os desmatamentos; poluição das águas, do ar e do solo, extinção de espécies vegetais e animais e todo tipo de problemas relacionados à biodiversidade.

Mas, infelizmente, após 39 anos decorridos desde aquela conferência, nada melhorou. O que se observa é a destruição cada vez maior da natureza.

O ser humano deixa suas pegadas enraizadas na alma de Gaia.

E você? Faz a diferença? Quais são suas pegadas?


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jaha, quase nada mudou em um século

Jaha, uma moça de 20 anos, jovem negra, no auge da saúde física e mental. Já casada, com 2 pequeninos filhos.
Foi contratada para trabalhar como empregada doméstica, o que lhe causara felicidade, afinal precisava cooperar com o marido nas finanças de casa.
Logo nos primeiros dias já pôde sentir, na pele, o que seria trabalhar naquele lugar.

“minha patroa não deixava eu comer na mesa. Tinha que comer em um quartinho, sentada no chão. Ela mesma fazia o prato para eu comer. Eram os restos deixados nos pratos dos patrões.”

“minha patroa fazia escovar todo o carpete da casa com uma escova de dente.”

“um dia ela disse que só tinha me contratado porque minha raça é forte e aguenta serviço”

“minha patroa queria que, todos os dias, eu esfregasse o quintal e a calçada com um escovão e cloro puro. Ela nunca me deu luvas. O cheiro era forte demais e chegava sair lágrimas dos olhos. Eu esfregava o chão até sangrar entre os dedos.”

“ela colocava veneno no quintal para matar os ratos e depois fazia eu pegar com as próprias mãos o rato para jogar fora.”

Jaha sofria cada dia de martírio de forma calada. A patroa a ameaçava: “olha, se você contar qualquer coisa para alguém, vou te perseguir, vou te fazer coisas horríveis”
Assim, Jaha prosseguiu em seu calvário durante 3 meses. Nunca relatou seu sofrimento ao marido ou à sua família.
Mas um dia, após chegar em casa do trabalho, estava no tanque lavando as roupas da família e chorando, pois já não aguentava mais essa situação. Suas mãos doíam e sangravam facilmente, pois a pele estava fina demais pela ação do cloro e da escova. Nesse momento sua mãe chegou para visitá-la e acabou descobrindo. Jaha não suportava mais esconder o que acontecia e contou tudo.
Jaha já não trabalha mais nesse lugar. O que restou? A dor física das mãos dilaceradas pela ação do cloro? As dores dos joelhos inchados por passar parte do dia esfregando o chão? A dor no estômago vazio pela fome que passava? O nojo de pegar ratos com as próprias mãos?
Não, tudo isso já não tem tanto peso. O que restou foi uma alma destruída, ferida profundamente.

Uma dor física jamais poderá ser comparada à dor emocional.

Hoje, Jaha precisa de ajuda psicológica e psiquiátrica. Chora copiosamente, sente tristeza e angústia. Foi muito machucada em sua dignidade de ser humano.
Sente medo e se esconde dentro de casa. Ainda acredita que a ex-patroa poderá lhe fazer algum mal.
Mas Jaha seguirá em frente. Vai renovar sua auto-estima e fortalecer a auto-confiança.
Jaha quer voltar a ser feliz.

Exatamente há 123 anos, no dia 13 de maio de 1888, era assinada a Lei Àurea, que abolia a escravidão no Brasil. Mas como sempre, as leis podem funcionar muito bem nos papéis e, na prática nem sempre funcionam.
Passado mais de um século do fim oficializado da escravatura ainda é possível notar que uma grande parte dos negros sofre consequências de uma época em que eram tratados de forma tão degradante.
Uma lei jamais será capaz de determinar sentimentos. Uma lei não consegue impor à cor da pele do indivíduo a forma que deve pensar a respeito de outros.
Os negros eram considerados sem alma, sem sentimentos. Eram tratados pior do que animais.
A história de Jaha é capaz de demonstrar que a abolição está inacabada. Os 123 anos ainda são insuficientes para acabar com preconceitos e racismos.
Muitas pessoas, em pleno 2011, ainda associam a cor da pele à capacidade do indivíduo. Ainda são capazes de ignorar qualquer tipo de sentimento ou emoção individuais.
Enfim, não bastam leis antiescravatura ou anti-racismo. É necessário que o ser humano compreenda que a cor de pele não o torna mais inteligente ou menos. A cor da pele não o torna mais ou menos importante. Seja negro, pardo, branco, amarelo, cinza, ou qualquer outra cor, terá sentimentos dentro de si.





domingo, 8 de agosto de 2010

Aos filhos esquecidos

Todos os anos os pais são lembrados no segundo domingo de agosto.


Assim como as mães no segundo domingo do mês de maio.

Toda vez que temos uma data comemorativa referente a pais e mães, faço a mesma pergunta:

-E nos outros 364 dias do ano? Eles não precisam ser lembrados?

Sabemos de pais e mães abandonados em asilos porque os filhos não querem ter o trabalho de cuidar de sua velhice.

Esquecem seus filhos, simplesmente, destes pais que cuidaram de seu crescimento.

Sabemos de pais e mães que são maltratados diariamente, humilhados, destruídos moralmente.

Esquecem seus filhos, simplesmente, das palavras de estímulo e apoio que tiveram na infância e adolescência.

Depois de um tempo os pais são velhos. Simplesmente muito velhos para se tolerar sua presença.

Esquecem seus filhos, simplesmente, que seus velhos pais doaram muitos destes anos de vida às vidas destes esquecidos filhos.

E então é necessário que se crie uma data comemorativa.

Assim, filhos esquecidos podem ser capazes de lembrar-se de seus velhos pais.

Que vergonha!

E as lojas não conseguem vender aos esquecidos filhos o presente mais precioso para os velhos pais e mães.

Nas lojas não se vende amor, carinho, e, muito menos, a capacidade de dizer:

Obrigado por tudo que sempre fizestes por mim!!