Acostumei-me, desde criança, a receber tudo que desejava.
Ninguém me falava “Não”. Ninguém me contrariava.
Era a filhinha do papai, a netinha do vovô, a sobrinha da titia.
Ahhh, como era bom!
Agora, vivo insatisfeita, frustrada, deprimida.
Tudo porque meu marido não faz minhas vontades.
Eu acho que ele está errado. Por isso brigo muito com ele.
Estou muito insatisfeita. Não entendo o que há de errado.
Será que não posso ser o centro das atenções sempre?
Porque o mundo é assim?
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Quando nasci, já tinha um “berço de ouro”.
Cresci cercado de brinquedos inúmeros. Alguns nem tirei da embalagem.
Na adolescência já estava tão enjoado dos paparicos, que resolvi inovar.
Comecei usar drogas para ver qual era o barato. Queria ver se conseguia sentir uma emoção diferente.
Ainda não era a viagem que faltava fazer.
Fiz, então, meu primeiro assalto. Nem era pelo dinheiro.
Não nego. Consegui um pouco da adrenalina que buscava.
Enfim, cheguei ao apogeu. Estuprei, seqüestrei, matei.
E agora?
O mundo é meu.
O que há de coincidências nestas duas histórias?