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segunda-feira, 12 de julho de 2010

O mundo é meu

Acostumei-me, desde criança, a receber tudo que desejava.

Ninguém me falava “Não”. Ninguém me contrariava.

Era a filhinha do papai, a netinha do vovô, a sobrinha da titia.

Ahhh, como era bom!

Agora, vivo insatisfeita, frustrada, deprimida.

Tudo porque meu marido não faz minhas vontades.

Eu acho que ele está errado. Por isso brigo muito com ele.

Estou muito insatisfeita. Não entendo o que há de errado.

Será que não posso ser o centro das atenções sempre?

Porque o mundo é assim?

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Quando nasci, já tinha um “berço de ouro”.

Cresci cercado de brinquedos inúmeros. Alguns nem tirei da embalagem.

Na adolescência já estava tão enjoado dos paparicos, que resolvi inovar.

Comecei usar drogas para ver qual era o barato. Queria ver se conseguia sentir uma emoção diferente.

Ainda não era a viagem que faltava fazer.

Fiz, então, meu primeiro assalto. Nem era pelo dinheiro.

Não nego. Consegui um pouco da adrenalina que buscava.

Enfim, cheguei ao apogeu. Estuprei, seqüestrei, matei.

E agora?

 O mundo é meu.



O que há de coincidências nestas duas histórias?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

NÃO - pequena palavra com grande poder



Você costuma dizer "não" aos seus filhos?



Considera fácil negar alguma coisa a essas criaturinhas encantadoras e de rostos angelicais que pedem com tanta doçura? Não é fácil dizer não aos filhos, principalmente quando temos os recursos para atendê-los. Afinal, nos perguntamos, o que representa um carrinho a mais, um brinquedo novo se temos dinheiro necessário para comprar o que querem? Por que não satisfazê-los? Se podemos sair de casa escondidos para evitar que chorem, por que provocar lágrimas? Se lhe dá tanto prazer comer todos os bombons da caixa, por que fazê-lo pensar nos outros? E, além do mais, é tão fácil e mais agradável sermos "bonzinhos"... O problema é que ser pais é muito mais que apenas ser "bonzinho" com os filhos. Ser pais é ter uma função e responsabilidade sociais perante os filhos e perante a sociedade em que vivemos. Portanto, quando decidimos negar um carrinho a um filho, mesmo podendo comprar, ou sofrendo por lhe dizer "não", porque ele já tem outros dez ou vinte, estamos ensinando-o que existe um limite para o ter. Estamos, indiretamente, valorizando o ser.
Mas quando atendemos a todos os pedidos, estamos dando lições de dominação, colaborando para que a criança aprenda, com nosso próprio exemplo, o que queremos que ela seja na vida: uma pessoa que não aceita limites e que não respeita o outro enquanto indivíduo. Temos que convir que, para ter tudo na vida, quando adulto, ele fatalmente terá que ser extremamente competitivo e provavelmente com muita "flexibilidade" ética, para não dizer desonesto. Caso contrário, como conseguir tudo? Como aceitar qualquer derrota, qualquer "não" se nunca lhe fizeram crer que isso é possível e até normal?
Não se defende a idéia de que se crie um ser acomodado sem ambições e derrotista. De forma alguma. É o equilíbrio que precisa existir: o reconhecimento realista de que, na vida às vezes se ganha, e, em outras, se perde. Para fazer com que um indivíduo seja um lutador, um ganhador, é preciso que desde logo ele aprenda a lutar pelo que deseja sim, mas com suas próprias armas e recursos, e não fazendo-o acreditar que alguém lhe dará tudo, sempre, e de "mão beijada". Satisfazer as necessidades dos filhos é uma obrigação dos pais, mas é preciso distinguir claramente o que são necessidades do que é apenas consumismo caprichoso. Estabelecer limites para os filhos, é necessário e saudável. Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem.
O esforço pela educação não pode ser desconsiderado.
Todos temos responsabilidades no contexto da vida, nas realizações humanas, nas atividades sociais.