Mostrando postagens com marcador medo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador medo. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mãos no manche


Insegurança e ansiedade sempre andaram de mãos dadas. É um grande e destrutivo circulo vicioso.
Além disso, a baixa autoestima e baixa autoconfiança acabam agravando a situação.
Algumas pessoas permanecem estáticas diante das circunstâncias, mesmo que simples. Qualquer situação corriqueira pode tornar-se um desafio complexo e perturbador. Nesse ponto, a autoestima e confiança em si mesmo deveriam prevalecer como forças internas. Porém, a falha na resposta vai gerar muito mais insegurança e, consequentemente, ansiedade.







Lembrei-me da história da moça que vivia um relacionamento totalmente perturbador. O namorado nunca foi um exemplo de companheirismo e lealdade, tão fundamentais em qualquer relacionamento a dois. Sempre foi alheio e egocêntrico às dificuldades dela. Como não bastasse, nos momentos juntos, apenas a criticava, piorando sua autoestima.
Ela, já não sabia se o amava, embora admitindo que nunca fora uma pessoa que conseguisse viver sozinha, sem alguém ao seu lado.
Mas ela sempre esteve sozinha nessa relação!! Muito mais envolvida afetivamente do que ele.
Era como ter um fantasma dentro de casa. Assombroso com ele, mas pior sem ele – afirmativas dela.
Sentia como se ele apagasse seu brilho constantemente.
Mas não conseguia desfazer-se da relação. E por quê? Onde estaria sua autoestima?
A insegurança e o medo da solidão acabaram dominando-a.
Vive na tristeza e na amargura. Sonha com o fim da relação, mas não quer perdê-lo. A ambivalência tomou conta de seus pensamentos.
Um dia vai sair dessa. Vai se tornar uma pessoa mais segura, confiante e comandante dos próprios sentimentos.
Comandante...?
A vida é como o avião que passa. Sobrevoa contínuo e rapidamente.
Mas quem escolhe a sua rota é você.
É como ter o manche da vida nas mãos.
Você comanda seu manche ou deixa solto para ver no que vai dar.
A escolha sempre será sua. Desde que tenha autoestima e segurança em si mesmo.

sábado, 26 de novembro de 2011

O medo das diferenças

“... Lekh me entregava um pássaro pintado, mandando que eu o apertasse de leve nas mãos. Cedo seus gritos atraíam companheiros da mesma espécie, que se punham a revoar sobre nossas cabeças. Vendo-os, o prisioneiro debatia-se gritando ainda mais; e o coração trancado no peito recém pintado batia violentamente. Quando o número de pássaros era suficiente, Lekh fazia-me sinal para soltar o prisioneiro. Livre e feliz, lançava-se para o alto, contra o céu cinzento, mergulhando na revoada escura de seus irmãos.
Por um instante, a surpresa tolhia os pássaros. A mancha colorida voava em meio ao bando, tentando convencê-los de que lhe pertencia. Mas, confundidos pela plumagem brilhante, os outros o rodeavam incrédulos e quanto mais o pássaro pintado tentasse incorporar-se ao bando, mais o rejeitavam. Logo, um depois o outro, começavam a atacá-lo arrancando-lhe as penas multicores, até fazer-lhe perder as forças precipitando-o ao chão.
Esses incidentes aconteciam com freqüência, e, geralmente, quando eles recolhiam o pássaro pintado, já estava morto.”

trecho do livro "O Pássaro Pintado", de Jerzy Kosisnki.

O que é diferente causa mais.......
........ medo ou repulsa?

Esse fragmento de texto do livro de Kosinski é bastante representativo.
Agora vejamos esse pequenino cartum:
O TEXTO ACIMA E ESSE CARTUM FORAM AQUI COLOCADOS APENAS PARA LEVANTAR QUESTIONAMENTOS.

PORQUE IMAGINAR QUE ALGUÉM QUE SOFRE DE TRANSTORNOS MENTAIS É BURRO???

PORQUE IMAGINAR QUE ESSAS PESSOAS SÃO FRACAS, COVARDES OU SEM CARÁTER??

O ser humano pode adoecer fisicamente. Mas também mentalmente !! E ninguém está imune.

VAMOS COMEÇAR A ROMPER ESSA BARREIRA PRECONCEITUOSA, DISCRIMINADORA E ESTIGMATIZANTE

O que você pode fazer?
1. Cuidado com as palavras que você usa: "Louco", "maluco", "psicopata", são palavras que ferem. Pense muito antes de dar adjetivos.
2. Ajudem a conscientizar os outros de como nossas palavras e atitudes machucam. Não ria de piadas cruéis. Faça com que os outros saibam que a ignorância dói.
3. Ajudem pessoas que possam estar sofrendo dos sintomas iniciais de uma doença mental.
4. Tente compreender e conhecer a respeito destas doenças.

Somente quem experimentou um adoecimento mental é capaz de saber a dor que se sente

E para finalizar, se você gosta de música, vale a pena ver o vídeo.



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

E porque isso José?

José sempre teve um desejo. Queria ter filhos.

Trabalhava muito e quase não descansava.

Agora José não é mais o mesmo de outrora.

Vive com medos e pensamentos ruins.

A insegurança o maltrata.

Os pensamentos lhe afligem.

Tanto queria carregar um filho nos braços.

E agora José não tem coragem.

Seus pensamentos o condenam.

Tem medo de si.

Culpado! Culpado! Gritam-lhe os pensamentos.

-Mas José, porque tem medo?Porque a culpa?

-Não sei! Acho que posso fazer mal.

-E porque isso José?

-Não sei quem sou, tenho medo de mim.

E agora José terá uma batalha.

Talvez a mais difícil de todas.

José tem que vencer a si próprio.

Superar suas inseguranças e medos.

Vencer seus bloqueios e traumas.

Melhorar sua auto-confiança

E seus pensamentos?

-Ora bolas!! São apenas frutos de sua mente.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Transtorno do Pânico


Na mitologia grega, é um deus dos pastores e rebanhos, representado como divindade semi-humana: o rosto barbudo e enrugado, queixo saliente, expressão animalesca, a testa é ornada por dois cornos; o corpo é peludo e os membros inferiores são de bode, as patas são magras e nervosas. É dotado de muita agilidade, rápido na corrida, sabe dissimular-se nas moitas, onde se esconde para espiar as Ninfas e assustá-las. Diz-se também que surgia repentinamente na Ágora ateniense, durante as assembléias, para aterrorizar as pessoas e tumultuar as discussões. A palavra pânico deriva de Pã e representa um medo infundado, susto ou pavor repentino.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICAS ATUAL

O transtorno do pânico (também chamado de ansiedade paroxística episódica) é caracterizado pelos ataques recorrentes de ansiedade intensa em circunstâncias imprevisíveis. Alem da ansiedade intensa (pânico) a pessoa tem a sensação de morte iminente, de perda do controle de si própria ou de ficar "louco". Essa ansiedade é acompanhada de vários sintomas somáticos: palpitações, dor no peito, tontura, falta de ar, vertigens, sudorese excessiva, sensação de estar "aéreo", sensação de desmaio, formigamentos no corpo, ondas de calor e frio, náuseas, e outros. Em geral duram alguns minutos, raramente mais que uma hora. Como os ataques de pânico são imprevisíveis a pessoa desenvolve o medo de ter novos ataques, passando a tomar medidas "preventivas" para evitar lugares ou situações que supõe, podem desencadear novas crises. Desenvolve fobias que são denominadas de agorafobia; passa muitas vezes a ter uma vida restrita, sendo incapaz de ficar sozinha ou de ir a lugares públicos. Muitas vezes tem uma ansiedade persistente, antecipatória.

O TP atinge cerca de 1 a 2 % da população, em geral inicia-se na adolescência ou no adulto jovem, sendo mais freqüente nas mulheres. É freqüente a ocorrência de prolapso da válvula mitral em pacientes com transtorno de pânico. Algumas doenças físicas, como hipertireoidismo e feocromocitoma, podem se manifestar com ataques de pânico. Pacientes com TP podem desenvolver secundariamente quadros depressivos ou mesmo de dependência de drogas ou álcool.

Suas causas são desconhecidas. Há fatores predisponentes e fatores desencadeantes da doença. A hereditariedade parece ter um peso, na medida em que parentes de portadores de TP têm maior chance de apresentar a doença. Alguns fatores psicológicos ligados à primeira infância, especialmente vivências de ansiedade de separação parecem tornar os indivíduos vulneráveis. Em indivíduos predispostos é possível desencadear ataques de pânico por meio de medicações (isoproterol, lactato) demonstrando que eles são vulneráveis à doença. Por outro lado, medicamentos que agem sobre a serotonina (neurotransmissor do sistema nervoso) podem bloquear os ataques de pânico.

O TP pode ser desencadeado por fatores emocionais que levem a estresse, por drogas (maconha, cocaína etc.) e por doenças físicas. Na maioria das vezes o TP se torna autônomo, passando a ocorrer independentemente de fatores externos.

Muitos dos indivíduos que desenvolvem TP apresentam ansiedade, insegurança, tensão, dificuldade para relaxar, preocupação excessiva, mesmo antes de ter as crises. Essas características de personalidade parecem torná-los mais vulneráveis à doença.

Muitos indivíduos desenvolvem agorafobia bastante limitante mesmo tendo tido apenas um ataque de pânico. Outros continuam agorafóbicos mesmo após terem as crises controladas com a medicação. Fica claro que fatores psicológicos influem bastante no modo como essas pessoas lidam com suas situações de ansiedade.


ABORDAGEM TERAPÊUTICA

O TP é uma doença onde fica clara a necessidade da integração entre as abordagens farmacológica e psicoterápica no tratamento do paciente. Os ataques de pânico podem ser controlados com medicamentos antidepressivos em baixas doses. Já os sintomas fóbicos raramente melhoram espontaneamente, mesmo após o controle das crises, requerendo uma abordagem psicoterápica.

Os medicamentos antidepressivos, particularmente aqueles com ação predominante no sistema serotoninérgico, e os benzodiazepínicos propiciam melhora rápida dos ataques de pânico, havendo supressão dos mesmos em algumas semanas na maioria dos pacientes.

A evitação fóbica requer abordagem psicoterápica, para que o paciente se sinta seguro para retornar às suas atividades cotidianas, sem as limitações impostas pelo medo de ter novas crises. Aspectos relacionados à psicodinâmica da personalidade serão aprofundados visando explorar situações de conflito que possam ser desencadeadoras das crises. A experiência assustadora de perda de controle sobre as próprias emoções parece ser central nessas pessoas.

Muitos dos portadores de TP se descrevem como pessoas medrosas, nervosas e tímidas na infância, passaram por experiências de desconforto em relação a sentimentos agressivos, lidando mal com tais sentimentos e referem que seus pais eram assustadores, críticos e controladores. Tendo uma personalidade frágil, freqüentemente tomada por vivências de vazio e desamparo, necessitam de outro para suprir tais funções. É tarefa de o psicoterapeuta auxiliar a pessoa a construir referencias internas que possam promover melhor integração das vivências, preenchendo o espaço vazio que tanto a angustia.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ouço Vozes


"Ouço vozes

Que gritam

E xingam

Vozes horríveis

 

Ouço vozes

Que riem

E cantam

Vozes suaves

 

Ouço vozes

Dos pássaros

Que voam

Libertos

 

Ouço vozes

Da chuva

Que lava

O semblante assustado

 

Ouço vozes

Que mandam

E desmandam

Impiedosas

 

Ouço vozes

Quem nem sei bem

De onde vêm

Ou de quem

 

Ouço vozes indutivas

Intuitivas, permissivas

Comandantes vorazes

Amedrontadoras

 

Ouço essas vozes

Como um rádio

Em curto-circuito

A chiar no meu ouvido

 

Já ouço, mais um dia

Tantas vozes

Que me dizem

E desdizem

 

E entre tantas vozes

Só não ouço a minha"

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bon appétit mon ami



 Um viajante resolveu passar algumas semanas num mosteiro do Nepal.
Certa tarde, entrou num dos muitos templos do mosteiro, e encontrou um monge, sorrindo, sentado no altar.
-- Por que o senhor sorri ? - perguntou ao monge.
-- Porque entendo o significado das bananas - disse o monge, abrindo a bolsa que carregava, e tirando uma banana podre de dentro.
-- Esta é a vida que passou e não foi aproveitada no momento certo, agora é tarde demais.
Em seguida, tirou da bolsa uma banana ainda verde.
Mostrou-a e tornou a guardá-la.
-- Esta é a vida que ainda não aconteceu, é preciso esperar o momento certo - disse.
Finalmente, tirou uma banana madura, descascou-a, e dividiu-a com meu amigo, dizendo :
-- Este é o momento presente.
-- Saiba deliciá-lo, sem medos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

SOLTE A PANELA

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina...Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais apanela encostava.O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia. Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.
Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir. Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder.
Solte a panela!


sábado, 2 de maio de 2009

O Rio e o Oceano


Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele tremede medo.Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar.Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar.


Coragem !! Avance firme e torne-se Oceano!!!


OSHO

Viver sem medo

O MEDO NOS IMPEDE DE AVANÇARMOS.....EVOLUIRMOS....IRMOS ADIANTE EM NOSSOS SONHOS!!!
ATREVE-TE

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Refletindo.....

Dúvida ou Confiança?

Esta é a "história de um alpinista"que sempre buscava superarmais e mais desafios.Ele resolveu, depois de muitos anosde preparação, escalar uma altíssima montanha.E ele queria a glória somente para si.Resolveu então escalar sozinho semnenhum companheiro, o que seria naturalno caso de uma escalada dessa dificuldade.Ele começou a subir e foi ficando cada vezmais tarde, porém ele que não havia sepreparado para acampar resolveu seguir aescalada, decidido a atingir o topo.Escureceu e a noite caiu como um breu nasalturas da montanha, não se via absolutamente nada.Tudo era escuridão, zero de visibilidade,não havia lua e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens.Subindo por uma "parede", a apenas 100metros do topo, ele escorregou e caiu...Caia a uma velocidade vertiginosa, somenteconseguia ver manchas que passavam cadavez mais rápidas na escuridão.Sentia apenas uma terrível sensação deestar sendo sugado pela força da gravidade.Ele continuava caindo e, nesses angustiantesmomentos, passaram por sua mente todos osmomentos felizes e tristes que ele já haviavivido em sua vida.De repente ele sentiu um puxão forte quequase o partiu pela metade...Como todo alpinista experimentado, haviacravado grampos de segurança commosquetões a uma corda comprida que fixou em sua cintura.Nesses momentos de silêncio, suspenso pelosares na completa escuridão, não sobroupara ele nada além do que gritar:- Oh, meu Deus! Me ajude!De repente uma voz grave e profunda responde:- O que você quer de mim, meu filho?- Me salve, meu Deus, por favor!- Você realmente acredita que Eu possa te salvar?- Eu tenho certeza meu Deus.- Então corte a corda que mantém você pendurado...Houve um momento de silêncio e reflexão.O homem se agarrou mais ainda à cordae refletiu que se largasse a corda morreria...Conta a equipe de resgate, que no outro diaencontraram o alpinista congelado pelofrio, morto, agarrado com as duas mãos a uma corda...a não mais de dois metros do solo.

E você?
Cortaria a corda?
Ás vezes precisamos tomar decisões que testam nossa fé em Deus.
E você? Que está tão agarrado às cordas?
Te Soltarias?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sobre a Morte e....morrer...

PIETÁ
O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define?
"Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...” Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...” Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo".

RUBEM ALVES
Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls 3.

O Poder da Porta Negra

Era uma vez um país de Mil e Uma Noites. Neste país, havia um rei que era muito polêmico por causa de seus atos. Ele pegava os prisioneiros de guerra e levava para uma enorme sala.
Os prisioneiros eram enfileirados no centro da sala e o rei gritava:
-Eu vou dar uma chance para vocês. Olhem para o canto direito da sala.
Ao olharem, os prisioneiros viam alguns soldados armados de arco e flechas, prontos para ação.
-Agora, - continuava o rei - , olhem para o canto esquerdo.
Ao olharem, todos os presos notavam que havia uma terrível Porta Negra de aspecto dantesco. Crânios humanos serviam como decoração e a maçaneta era a mão de um cadáver. Algo horripilante só de imaginar, quanto mais para ver.
O rei se posicionava no centro da sala e gritava:
-Agora, escolham: o que vocês querem? Morrerem cravados de flechas ou... abrirem rapidamente aquela Porta Negra e entrarem lá dentro enquanto eu tranco vocês? Agora, decidam, vocês têm livre arbítrio, escolham...
Todos os prisioneiros tinham o mesmo comportamento: na hora da decisão, eles chegavam perto da terrível Porta Negra de mais de quatro metros de altura, olhavam para os desenhos de caveiras, sangue humano, esqueletos, aspecto infernal, coisas escritas do tipo: “Viva a morte”, etc, e decidiam:
- Quero morrer flechado...Um a um, todos agiam assim: olhavam para a Porta Negra e para os arqueiros da morte e diziam para o rei:
- Prefiro ser atravessado por flechas a abrir essa Porta Negra e ser trancado lá dentro. Milhares optaram pelo que estavam vendo: a morte feia pelas flechas.
Mas um dia, a guerra acabou. Passado algum tempo, um daqueles soldados do “Pelotão da Flechada” estava varrendo a enorme sala quando eis que surge o rei. O soldado, com toda reverência e meio sem jeito, perguntou:
- Sabe, ó Grande rei, eu sempre tive uma curiosidade, não se zangue com minha pergunta, mas... o que tem além daquela Porta Negra?
O rei respondeu:
- Lembra que eu dava aos prisioneiros duas escolhas? Pois bem, vá e abra a Porta Negra.
O soldado, trêmulo, virou cautelosamente a maçaneta e sentiu um raio puro de sol beijar o chão feio da enorme sala. Abriu mais um pouquinho a porta e mais luz e um gostoso cheiro de verde inundaram o local. O soldado notou que a Porta Negra abria para um caminho que apontava para uma grande estrada. Foi aí que o soldado foi perceber: a Porta Negra abria para um caminho que apontava para uma grande estrada. Foi aí que o soldado foi perceber: a Porta Negra dava para a ... Liberdade.

Moral: Todos nós temos uma Porta Negra dentro da mente. Para uns, a Porta Negra é o medo do desconhecido. Para outros, é um cliente difícil, ou uma frustração qualquer do tipo medo de arriscar, medo de assumir, ou medo de se relacionar, ou medo de ser rejeitado, ou medo de inovar, ou medo de mudar ou medo de voar mais alto. Para alguns, a Porta Negra é a incerteza que a falta de preparo atemoriza. Ou uma trava imaginária que as inseguranças da vida fabricaram durante a educação. Mas, se você pode perder, você pode vencer. Se der um passo além do medo, você vai encontrar o raio de sol entrando em sua vida.
Não se apavore com as aparências da era do caos que um mundo globalizado nos traz.
Não se desespere com a crise.
Decida avançar sem medo.
Decida triunfar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Descontrole



Crawling (tradução)
Linkin Park
Composição: Indisponível

Rastejando

Rastejando dentro da minha pele
Estas feridas, eles não curarão
Medo é o que me derruba
Confundindo o que é real

Há algo dentro de mim que me puxa abaixo da superfície
Consumindo, confundindo..
Esta falta de auto-controle eu temo que nunca acabe
Controlando
Parece que não consigo

[Refrão II]
Me achar novamente
Minhas paredes estão se fechando
(Sem um senso de confiança, estou convencido que há
Muita pressão para eu aguentar)
Eu me senti desse jeito antes
Tão inseguro

[Refrão]
Rastejando dentro da minha pele
Estas feridas, eles não curarão
Medo é o que me derruba
Confundindo o que é real

Desconforto eterno se possuiu em mim
Distraindo, reagindo,
Contra minha vontade eu fico do lado da minha própria
Reflexão
Está assombrando
Parece que eu não consigo

[Refrão II]
Me achar novamente
Minhas paredes estão se fechando
(Sem um senso de confiança, estou convencido que há
Muita pressão para eu aguentar)
Eu me senti desse jeito antes
Tão inseguro...

[Refrão]
Rastejando dentro da minha pele
Estas feridas, eles não curarão
Medo é o que me derruba
Confundindo o que é real

Rastejando dentro da minha pele
Estas feridas, eles não curarão
Medo é o que me derruba
Confundindo...
Confundindo o que é real...
Há algo dentro de mim que
Me puxa pra baixo da superfície
Consumindo

Confundindo o que é real...
(Esta falta de auto-controle eu temo que nunca acaba,
Controlando)
Confundindo o que é real...

OUSE

"OUSE, NÃO TENHA MEDO!!!!"

Autor: FERNANDO PESSOA


“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”

Sem medo de procurar ajuda

No mundo existem 400 milhões de pessoas que sofrem transtornos mentais ou problemas psicossociais como aqueles relacionados com o abuso do álcool e de drogas.
De cada quatro pessoas atendidas nos serviços de saúde, ao menos um é diagnosticado por estes transtornos. Mas existem sérios problemas de falta de diagnóstico e tratamento adequado, sobretudo em relação à depressão.
Ainda que num princípio se poderia entender como saúde mental só aquilo relacionado com transtornos ou problemas psicológicos, a verdade é que a perspectiva é bem mais ampla. De fato, problemas derivados da forma de vida que caracteriza as sociedades atuais são consideradas hoje em dia como uma parte essencial da saúde mental. É o caso, por exemplo, do ESTRESSE. O fato de que transtornos de ansiedade, o estresse e outros mal-estares psicológicas se tenham convertido na primeira causa de baixa trabalhista deixa poucas dúvidas a respeito de sua crescente importância.
As doenças e mal-estares relacionados com a saúde mental são enormemente heterogêneos e afetam a todos os setores sociais e biológicos da sociedade, sendo, assim, desde as doenças próprias da idade infantil, que se manifestam desde temporã idade (dislexia, autismo, síndrome de atendimento, etc) até doenças próprias de idades adultas (demência senil), passando por problemas genéticos ou doenças com um componente psicossocial: alcoolismo, depressão, estresse, ansiedade, etc.
Isto sem esquecer as doenças mais tradicionais neste âmbito, como as DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS ou a DEPRESSÃO, entendida como estado de ânimo caracterizado por uma tristeza profunda e sem motivo que produz uma de cada quatro consultas médicas, e doenças relacionadas com o álcool, que afetam cinco a um dez por cento da população mundial, segundo países. Além disso, é o causador de muitas baixas trabalhistas.