Mostrando postagens com marcador viver. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador viver. Mostrar todas as postagens

sábado, 16 de julho de 2016

Pois então perdeu a vida inteira

“O conhecimento intelectual é apenas um papel. Só transmite confiança aquele que sabe o que fala e vive o que diz” - Hermann Hesse



Viver a vida plenamente
@Sentimmentos






Um conto árabe fala que uma vez existiu um ancião muito sábio. Tão sábio que todos diziam que se podia ver a sabedoria em seu rosto. Certo dia, ele decidiu fazer uma viagem de barco.

Na mesma embarcação viajava um estudante. O jovem era arrogante e mantinha um ar de superioridade. Quando soube da presença do sábio, foi ao seu encontro.

- O senhor tem viajado muito? – perguntou o jovem.

O ancião respondeu que sim.

- E o senhor esteve em Damasco? – voltou a perguntar.

O ancião lhe falou das estrelas que podiam ser vistas da cidade, do belo entardecer, de sua gente. Descreveu os cheiros, o barulho do comércio... e, enquanto falava, o estudante o interrompeu:

- Já percebi que esteve lá, mas estudou na escola de astronomia?

O ancião disse que não. O jovem se surpreendeu e exclamou:

- Então o senhor perdeu meia vida!

O ancião deu de ombros enquanto o jovem continuava falando.

- Já esteve em Alexandria?

O ancião então falou sobre a beleza da cidade, de seu porto e do seu farol, das ruas abarrotadas, de sua tradição...

- Sim, vejo que esteve lá – interrompeu o jovem -, mas... estudou na biblioteca de Alexandria?

O ancião voltou a negar com a cabeça e o jovem exclamou:

- Então o senhor perdeu meia vida!

O sábio ancião não disse nada, mas, depois de um tempo, viu que no outro lado do barco começava a entrar água. Olhou para o jovem e perguntou:

- Estudou em muitos lugares, não é?

O estudante enumerou uma quantidade de escolas e bibliotecas que parecia não ter fim. Quando se calou, o ancião perguntou:

- Em algum desses lugares aprendeu a nadar?

O estudante repassou as dezenas de matérias que tinha cursado nos diferentes locais, mas nenhuma era natação.

- Não – respondeu.

O ancião se levantou e subiu na boda do barco. Antes de se lançar ao mar, disse:

- Pois então perdeu a vida inteira. 

Fonte: Hermann Hesse para Desorientados, Allan Percy, Sextante

Nenhuma escola formal nos ensina o que, de fato e essencial, necessitamos saber para viver com qualidade: sofrendo menos, promovendo o próprio bem estar, enfrentando as dificuldades da vida profissional e construir um sentido para a vida. Esta é uma missão pessoal e cada um fará conforme a sua vontade e as circunstâncias. Cada um deve buscar ser o mestre de si mesmo e procurar aprender o que é fundamental para viver bem, uma vida interessante e produtiva. Lembrando que a vida é uma medida de tempo, limitada e efêmera, e, não temos o luxo da eternidade.




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O dom de ser capaz e feliz

A capacidade de ser feliz, amar e viver plenamente está dentro de você.
Cada situação vivida é uma grande oportunidade de aprendizado e de reescrever sua história.
Se você gosta de música e poesia uma boa oportunidade é ouvir essa bela melodia.

Ando devagar...
...porque já tive pressa
E levo esse sorriso...
.. porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente...
...compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada...
... eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Todo mundo ama um dia...
... todo mundo chora,
Um dia a gente chega...
...no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz



Tocando em Frente
Almir Sater
Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

sábado, 27 de março de 2010

Vivendo mais


"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 20 de setembro de 2009

A Arte de Viver




Nem sempre o progresso interior do ser humano (quando existe), é acompanhado por atitudes compatíveis com ele (progresso). Quando alguém evolui espiritual, intelectual ou psicologicamente nem sempre consegue ajustar a evolução à sua vida. É que já está de tal forma preso a formatos anteriores de personalidade com os quais aprendeu a ajustar-se e a defender-se na vida, que dificilmente abre mão de seus paradigmas. A vida de cada um de nós, na medida em que a consciência se amplia, estabelece um conflito entre a evolução e o que resiste a ela, por já ser molde de comportamento. Em geral esse “molde” ganha a luta. Mesmo que o leve para a estagnação ou para o “brejo”. Somente um processo de análise e de educação consegue ajustar a evolução à vida. Evoluir, crescer interiormente exige mudanças que a existência pede mas a vida nem sempre autoriza. Briga feia, esta....

Há períodos, porém, em que a evolução pode se desencadear com rapidez. Algum fato doloroso, perda, ou amadurecimento consciente e inconsciente, propiciam a revolução interna. Alcançar tal ponto pela evolução gradual e a coragem de existir como um novo ser (ou recuperar o verdadeiro ser antes guardado e escondido pelas defesas) é, mesmo, difícil. Porém muito mais complexo e doloroso é passar para a vida a evolução obtida. E fazê-la permanente.

Há pessoas que procuram, a qualquer descoberta ou novidade exteriores, logo incorporá-las à evolução interior. Mas a vida possui severas regras e leis. Se a passagem for brusca ressentir-se-á. No tropel da renovação desejada (e necessária) será jogado fora o que não era para tal. Adiante fará falta. A sofreguidão de transportar a evolução interna para a vida vivida, pode levar a erros e mudanças bruscas (e radicais) demais para perdurarem. Acontece freqüentemente.
O oposto também ocorre: evoluir, sem, contudo, transferir para a vida atitudes e modos de ser compatíveis com o que mudou e amadureceu. Aqui, o sofrimento é ingente. A vida impõe compromissos, alguns insuperáveis, injunções terríveis e graves. Como removê-las sem fortes danos? Ou sem machucar terceiros, quartos, quintos etc?
Possível, sim. Fácil, jamais. Doloroso, sempre, pois acompanhadas de perdas inevitáveis, irreparáveis e inerentes.

É, portanto, difícil, profundo, doloroso, o processo de compatibilizar a vida vivida com os rumos do desenvolvimento interior. Raro é adequar-se a vida à evolução. Talvez, seja até mais difícil do que evoluir. O trabalho interior para evoluir, crescer e amadurecer é sofrido e lento!

Ajustar, depois, a evolução à vida, poucos conseguem; só os fortes. Ou os sábios. E mesmo a evolução está carregada de recuos, erros e dúvidas. Viver é uma arte.



Artur da Távola

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Viva como as flores

Num mosteiro tibetano, um discípulo perguntou ao seu mestre:
Mestre, como faço para não me aborrecer?

Algumas pessoas falam demais,

outras são ignorantes.

Algumas são indiferentes.

Sinto ódio das que são mentirosas.

Sofro com as que caluniam.

Pois viva como as flores, advertiu o mestre.
Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.

Repare nestas flores, continuou o mestre,
apontando lírios que cresciam no jardim.

Elas nascem no esterco, entretanto,
são puras e perfumadas.

Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável,
mas não permitem que o azedume da terra

manche o frescor de suas pétalas.

É justo angustiar-se com as próprias culpas,
mas não é sábio permitir
que os vícios dos outros o importunem.

Os defeitos deles são deles e não seus.

Se não são seus, não há razão para aborrecimento.

Exercite, pois,
a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.