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sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Evolução do tratamento

GUSTAVE COURBET -- "O Homem desesperado"

Tratamentos usados para curar a “loucura” revelam algumas das convicções ao longo da história:

Furos no crânio (século 5 a.C.)


O que era: Fazer buracos no couro cabeludo do paciente


Justificativa: “Os buracos permitem que os demônios, que provocam a loucura, ao ocupar o corpo do paciente, possam abandoná-lo”


Disciplina total (século 17)


O que era: Thomas Willis, um dos primeiros médicos a escrever sobre loucura, dizia que "disciplina, ameaças, algemas e bofetadas são tão necessárias quanto tratamento médico"


Justificativa: “É a razão que separa os homens dos animais. Loucos são, portanto, como bichos e, para se recuperarem, precisam aprender a ter medo e respeito”


Dor (início do século 18)


O que era: diversas técnicas com o objetivo de machucar o paciente. A mais comum consistia em provocar bolhas no crânio e genitálias, usando soda cáustica


Justificativa: “As dores obrigam a mente do louco a focar-se nessa sensação, deixando de lado pensamentos raivosos”


Indução de vômito (1715)


O que era: Durante vários dias, diferentes tipos de purgantes era ministrados ao paciente


Justificativa: "Enquanto a náusea durar, alucinações constantes serão suspensas e, algumas vezes, removidas. Até o mais furioso vai se tornar tranqüilo e obediente", dizia o médico George Man Burrows


Sangramento (1790)


O que era: Retirada de até quatro quintos do sangue do corpo


Justificativa: “Danos cerebrais, masturbação ou muita imaginação podem levar à circulação irregular nas veias que irrigam o cérebro, que é a causa da loucura. A retirada do sangue poderia normalizar o fluxo”


Afogamento (1828)


O que era: O paciente era colocado dentro de um caixão com furos e imerso na água. Ficava submerso até que "bolhas de ar parassem de subir". Depois era retirado e reavivado.


Justificativa: “O método leva à suspensão das funções vitais e possibilita que o paciente volte à vida com maneiras mais ajustadas de pensar”


Cirurgias ginecológicas (1890)


O que era: Amputação do clitóris e retirada do útero


Justificativa: “A vagina e o clitóris têm grande influência na mente feminina. A loucura pode ser resultado da agitação provocada por esses órgãos”


Hidroterapia (1896)


O que era: O paciente era enrolado em uma rede e mantido dentro de uma banheira encoberta por uma lona (com um buraco para a cabeça) por horas ou até dias. Água gelada e água fervente era usadas alternadamente para encher a banheira.


Justificativa: “O banho prolongado induz à fadiga psicológica e estimula a produção de secreções da pele e dos rins, que podem reestruturar as funções do cérebro”


Terapias endócrinas (1899)


O que era: Injeção de extratos dos ovários, testículos, glândulas pituitárias e tireóides de diversos animais


Justificativa: “Os extratos modificam a nutrição das células do corpo e, portanto, levam à cura permanente”


Esterilização (1913)


O que era: Esterilização forçada nos homens


Justificativa: “A operação viabiliza a conservação do esperma, o elixir da vida, ajudando na melhoria do quadro”


Extração de dentes (1916)


O que era: Remoção de dentes que apresentam problemas. A terapia não era aconselhada para pacientes num estágio avançado da doença


Justificativa: “Bactérias são a causa de várias doenças crônicas e costumam ficar escondidas perto dos dentes. Elas podem seguir até o sistema circulatório e chegar ao cérebro, causando doenças mentais”


Hibernação (1920)


O que era: O paciente permanecia entre "cobertores" congelados por até três dias, para que a temperatura do corpo caísse a 12ºC ou menos.


Justificativa: “O choque térmico pode fazer com que o paciente recobre parte das funções mentais”


Coma induzido (1933)


O que era: O paciente recebia uma dose de insulina suficiente para levá-lo ao estado de coma. Depois de um tempo (de 10 a 120 minutos), era reavivado com uma solução de glicose.


Justificativa: “A hipoglicemia pode matar ou silenciar as células doentes e sem possibilidade de restauração. Os pacientes voltam do coma agindo como bebês de 5 anos o que é, sem dúvida, uma prova de sua recuperação”


Convulsão (1934)


O que era: O paciente recebia uma injeção de metrazol e entrava em forte convulsão, correndo o risco de quebrar ossos e dentes e ter hemorragias.


Justificativa: “A convulsão pode restaurar as funções mentais. Ou isso, ou o temor do paciente diante da terapia causa um choque cerebral tão forte que provoca a cura. De todo modo, a terapia é válida”


Eletrochoque (1937)


O que era: Uso da eletricidade diretamente na cabeça para provocar o ataque de epilepsia.


Justificativa: “A convulsão produz danos cerebrais, eficientes na recuperação do paciente. A perda de memória, outra conseqüência do choque, é benéfica já que torna impossível a lembrança de eventos que lhe causem preocupação ou angústia.”


Lobotomia (1940)


O que era: Aprimorada pelo neurologista português Egas Moniz, a cirurgia, que já vinha sendo realizada de diferentes maneiras desde o século 19, consistia em danificar os lobos frontais do cérebro.


Justificativa: “Distúrbios acontecem porque pensamentos patológicos "fixam-se" nas células cerebrais, especialmente nos lobos frontais. Para curar o paciente, é preciso destruí-las”

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Manifestação artística



Gustave Courbet
1819 - 1877




Com um estilo de pintura oposto ao do classicismo e do romantismo, Courbet consagrou-se como o principal representante da escola realista francesa do século XIX.


Jean-Desiré-Gustave Courbet nasceu em Ornans, França, em 10 de junho de 1819.

Transferiu-se para Paris a fim de estudar direito, mas não tardou a desistir das leis para dedicar-se à pintura. Iniciou-se nesta arte copiando no Louvre os mestres espanhóis do século XVII.

Em 1842 pintou "Auto-retrato com um cão", obra já realista. Um de seus quadros mais célebres é "Enterro em Ornans", de 1849. Esse retrato da vida campestre, vigoroso em sua plasticidade, escandalizou pelo tema e pelo realismo.

Em 1855, Courbet fez "O ateliê do artista", auto-retrato com um nu representando a Verdade e um grupo de personagens simbólicos e amigos do artista.

Em 1855 seus quadros foram recusados pela Exposição Universal em Paris. Courbet reagiu organizando em barracas uma exposição de suas obras "realistas", que não tiveram muita repercussão entre os críticos.

Passou os anos seguintes viajando pela Europa, e em 1860 pintou uma série de paisagens e marinhas -- "Luta de cervos", "O mar agitado" -- que, por seu tratamento da luz e o profundo lirismo do conjunto, prenunciaram, junto com as obras de Corot, as novas concepções impressionistas.

Após a queda da comuna republicana de Paris, em 1871, na qual foi presidente da comissão de belas-artes, Courbet foi condenado a seis meses de prisão e a elevada multa.

Em 1873, exilou-se na Suíça, onde faleceu em 31 de dezembro de 1877, na localidade de La Tour-de-Peilz.