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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Máquinas

"Danem-se dogmas..... 
pois não somos máquinas" - Stuka Angyali




Você já sentiu medo? Já ficou assustado ou verdadeiramente apavorado?
Você já se sentiu triste ou angustiado, mesmo sem compreender o motivo?
Você já se sentiu agitado, inquieto, insone, tenso, deslocado?
Você já se sentiu alegre?....mesmo sem qualquer motivo?
Você já sentiu???
Sabe o que é sentir? Sabe o que é emoção?
Já sentiu dor?
Não....não estou falando de dor física. Não estou falando da dor de um ferimento na pele, da dor de estômago, da dor de cabeça, da dor do infarto...
Não...não!!!
Estou falando da dor invisível. Que maluquice, não é mesmo!? Afinal, se é invisível não existe!
Pois é!! É assim que todos julgam. É assim que todos pensam.
“Isso não existe”, “isso é da cabeça”, “precisa achar um trabalho”, “frescura”
Palavras lançadas como flechas que causam mais dor para quem a sente.
Dores na alma são invisíveis.
Dores na alma são subjetivas....
Dores na alma não aparecem em fotografias de Rx...
Dores na alma não são aferidas no esfigmomanômetro....
Dores na alma não são calculadas em resultados sanguíneos.
Ahhhh! Mas que exagero!! Diriam alguns....
Não há exagero quando o doente é você!
Não há exagero quando o doente é alguém muito próximo, de seu convívio familiar.
Não há exagero quando você se torna responsável diante de um ser humano que se encontra à sua frente, desesperado, desesperançado, apavorado, nocauteado pelos próprios sentimentos.
Não há exagero quando você se torna a última esperança para a vida de alguém...
Sim, é assim mesmo que se sente alguém adoecido emocionalmente, tentando se agarrar a qualquer fio de esperança ou salvação diante daquilo que sente.
Qualquer pessoa que já tenha sofrido de um adoecimento emocional, ou que tenha convivido com tal situação, sabe quão difícil e lento é o processo de recuperação.
Doenças físicas, de forma geral, são facilmente diagnosticadas e tratadas de forma breve, com resolução do problema.
Doenças psíquicas, ou emocionais, exigem muito mais tempo de acompanhamento médico e psicológico, não sendo incomum a exigência de um tratamento até o fim da vida.
Aliás, muitas vezes sendo possível fazer uma analogia corriqueira com doenças do corpo, ou clínicas, como hipertensão arterial ou diabetes, que quase sempre exigirão um tratamento e uso de medicamentos por toda a vida, após diagnosticados.
Então, surge a infeliz constatação: em pleno ano 2015 ainda existe preconceito e discriminação contra pessoas que adoecem mentalmente.
Como definir isso? Lastimável?
Todos nascemos verdadeiramente ignorantes, uma vez que não temos quaisquer conhecimentos acerca do mundo que nos cerca. Com o passar dos anos, em que crescemos e aprendemos, podemos conseguir conhecimento maior sobre os variados assuntos e situações da vida.
Mas ser verdadeiramente ignorante é não querer aprender ou entender sobre algo.
É inaceitável fazer um discurso contra pessoas adoecidas emocionalmente. Mas pior é tentar afirmar que os tratamentos existentes são escravizadores ou que servem somente para dopar, robotizar, ou tornar pessoas dependentes de remédios.
Então quem usa um medicamento anti-hipertensivo não é dependente?
Quem usa um medicamento para diabetes, asma, lúpus, HIV não é dependente?
Você já mandou alguém parar de tomar remédio para AIDS, porque ele ficaria dependente? Não cometeria essa “loucura” não é mesmo!
Mas quantas vezes você já ouviu alguém falando mal de remédios relacionados ao tratamento psiquiátrico??....nem precisaria responder.
Crises de pânico, ansiedade, angústia, fobias....
Crises psicóticas, medo, desespero, alucinações...
Crises depressivas, vazio, desesperança....
Crises do eu...do nós....de todos....
Mas sei que defendo, sim, com unhas e dentes, todos que sofrem na alma.
Sei bem o que é um sorriso de agradecimento, onde antes havia somente tristeza e vazio.
Sei bem o que é um olhar de tranquilidade, onde antes havia medo, pavor e uma mente perdida dentro de seus próprios labirintos.
Sei bem o que é um abraço verdadeiramente carinhoso, onde antes a angústia e a tristeza impediam qualquer esboço de reação afetiva.
Sei bem o que são palavras ditas em cada momento, antes, durante e depois...
E sei, também, que amor pelo próximo não deve ficar restrito a orações vazias ou meras repetições.
Pense a respeito....reflita....sinta...
Você também é um ser humano...formado por células, tecidos, órgãos, ossos e músculos...
Mas se não tivesse sentimentos ou emoções.....seria apenas uma máquina ou robô.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Almas que choram

Você acredita que está imune?
Já sangrou em sua alma?
Se já passou por um sofrimento emocional bem sabe a dor.
Se nunca passou, lembre-se:
JAMAIS JULGUE!!



Pensamentos diários,
semblantes interrogativos.
Diálogos perdidos,
monólogos da alma.

Medos, aflições,
Dúvidas, angústias,
Dores no peito, solidões.
Almas que choram.

Buscam soluções
flagelos do ser.
Humanos no caos
de um labirinto interior.

Medo da loucura,
da perda da razão.
Anseios frustrados
diante de um "não"

Ahhh!! humanos
Tantos pensamentos,
tantos sentimentos...
Quanta busca!!

E na procura de algo
incerto, sem bem saber
o que buscar ou querer
sofrem humanos.

Imerso em devaneios,
nos monólogos da alma,
vive, o ser, a penúria
emocional.



 














sábado, 20 de novembro de 2010

Liberdades de escolha - A consciência nem deveria ter data marcada


"Realmente, se um dia de fato se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos - isto é, uma explicação do que é que eles dependem, por que leis se regem, como se desenvolvem, a que é que eles ambicionam num caso e noutro e por aí fora, isto é uma fórmula matemática exata - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo. Pois quem aceitaria escolher por regras?
Além disso, o ser humano seria imediatamente transformado numa peça de um orgão ou algo do gênero;


O que é um homem sem desejos, sem liberdade de desejo e de escolha, senão uma peça num orgão?"
 
Fiodor Dostoievski -- "Cadernos do Subterrâneo"




"O homem nasceu livre e por toda parte vive acorrentado"

J J Rosseau

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Crepúsculo Mental

E quem ainda pode afirmar que a história familiar não tem influências sociais?

Tudo começa na infância. Tudo, certamente tudo, tem uma grande significação para a criança.

Toda criança, em seu desenvolvimento, tem a mente aberta ao aprendizado. E é nesse ponto que as questões começam pesar. Se essa criança vive em um lar estruturado, ambiente saudável, poderá desenvolver seu maior potencial e tornar-se um adulto íntegro, de bom caráter, seguro, disposto a encarar todas as situações da vida da forma mais tranqüila.
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Lindor nasceu e seu pai morreu, tinha apenas 1 mês de vida.


Sua mãe, uma senhora respeitadíssima, mais puritana impossível.

Entre os 10 a 12 anos de idade Lindor sofreu abusos físicos e sexuais de um menino que era seu vizinho. Acabou se acostumando à situação.

Lindor cresceu e tornou-se um cidadão respeitável. Aparentemente uma pessoa normal.

Ninguém, absolutamente ninguém, sabe o que se passa na mente de Lindor. Seus pensamentos são obsessivos. Os desejos, uma tormenta.

Lindor adora meninos de 10 a 12 anos. Tem uma fixação total por meninos nessa faixa etária.

Homens adultos não o atraem. Mulheres? Sente nojo, repulsa. Lembra de sua mãe. Aquela senhora casta, íntegra aos olhos de todos, vivia promiscuamente com todo tipo de homem. E ele, Lindor, assistia aos espetáculos caseiros de orgias. Por muitas vezes acabava sendo espancado a cabo de vassoura pela mãe ou algum destes “cavalheiros” que a pagava por seus serviços.

Assim tinha ele crescido. Essa era a imagem feminina estampada em sua mente.

E Lindor convive com sua obsessão por garotos. Sobrevive de desejos, fantasias e atos.

Não pode ver um garoto dessa idade que já começa transpirar. Sua respiração ofegante, peito apertado, coração disparado. E o desejo o leva à ação. Não resiste. Sente a atração, como um grande imã. E volta aos seus 12 anos.

Sente-se um monstro? Sim. Sabe que seus desejos são inaceitáveis, antes mesmo que a sociedade o condene.

É feliz? Não. Vive sozinho, isolado, retraído. Vive à espreita, à espera, como o caçador na expectativa de abater sua caça.

Sente-se frustrado? Sem dúvida. Seu semblante denota.

Queria morrer? Sim, ele queria morrer. Queria recomeçar. Queria a oportunidade de ter uma família normal em sua infância. Queria poder casar e ter filhos. Queria abraçar e beijar seus filhos, com o verdadeiro afeto, sem o desejo que sente na pele.

Lindor apenas sobrevive. Não sabe o que lhe aguarda.

Os pensamentos confundem desejos e fantasias.

Chora e ri. Nem sabe o que sente.

Diz: “Eu queria apenas não ser quem sou”