Mostrando postagens com marcador artista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador artista. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A arte de Viver


Amanheceu um dia lindo, o sol brilhava e iluminava o jardim cheio de flores, cada qual mais imponente e perfumada que a outra. Começava, enfim, a primavera.
Havia rosas desabrochando, papoulas excitadas, jasmins que balançavam ao vento, margaridas em grupos, violetas excêntricas.

O jardim mais parecia uma festa à luz do dia.

Todos que ali passavam admiravam a riqueza daquele instante, a profundidade daquele momento e podiam sentir aquele aroma que trazia paz.
O colorido era maravilhoso, rosas vermelhas, margaridas amarelas, violetas roxas....tudo perfeito, tudo completo.

A grama completava aquele cenário irretocável e os raios de sol pousavam para emoldurar aquele momento.

Chegou então o jardineiro, para dar amor e carinho àquelas flores, fazendo o seu serviço em silêncio.
Podou, regou, plantou novas sementes, quando de repente percebeu que era observado por alguém que lhe disse:

- Que belo jardim, você é um artista, conseguir manter assim tudo perfeito, é uma arte.

Ele então respondeu:

- ...mas não está tudo perfeito! Olhe ali no centro do jardim, está vendo aquela orquídea? Ela está triste, ela está chorando, ela está sofrendo muito.

- Mas você consegue enxergar isso? Eu não estou conseguindo perceber, ela me parece tão linda!

- Você não consegue perceber, porque a beleza que ela traz por fora esconde a tristeza que ela carrega por dentro, mas eu posso perceber, porque os meus olhos, moram no meu coração e é só por isso que sou um artista.

Conservar a beleza de um jardim, não é ser artista, ser artista é perceber, entender, aceitar e sentir a tristeza de uma única flor que se esconde no meio de tantas.

Arte não se aprende na escola, não obstante possa ser aprimorada em determinados cursos. Ser artista não se restringe a pintar telas com traços perfeitos, cantar com voz afinada ( ou não, em alguns casos ), escrever livros com pensamentos filosóficos ou encenar algum papel nos palcos. Arte envolve principalmente sensibilidade, paixão, um desempenho extraordinário e único naquilo que você se dispõe a fazer, o que, convenhamos, está aquém de rótulos e aprendizados. Ser artista é saber lidar com substratos, muitas vezes impalpáveis. Ser artista é saber lidar com seus próprios sentimentos e emoções, saber cultivar seus jardins emocionais. Ser artista é ver a criação ou a existência daquilo que se propõe com o melhor de si mesmo.

E você? Quanto tem se desempenhado na arte de viver?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Surrealismo


Eu e a Aldeia
É uma pintura do russo Marc Chagall.



O quadro surrealista foi pintado em 1911, embora neste ano ainda não existisse oficialmente o Surrealismo.
Hoje em dia, esta obra, considerada a mais famosa de Marc Chagall e uma das mais famosas de todo o Mundo e de toda a história da arte, encontra-se exposta no Metropolitan Museum, na cidade de Nova Iorque.
Pintado a óleo, o quadro constitui-se de suave e harmoniosa composição, onde as memórias e pequenas lembranças aparecem propositalmente em uma sequência visual: em primeiro plano aparece uma grande face masculina verde, que ocupa quase toda a margem esquerda da obra, observando íntima e carinhosamente uma cabra ou uma vaca que se encontra a ser ordenhada. No segundo plano pode-se observar um colorido conjunto de casas, próximas a uma Igreja ortodoxa e uma violinista a balançar-se, como se fosse uma memória a desaparecer no tempo, e um lavrador com uma camisola preta e umas calças camel, que passeia com uma enxada pelos campos da Rússia que Chagall tanto conheceu.
Assim, o autor criou um elo entre as memórias do seu local de nascença e a pintura, sendo este quadro uma das primeiras obras surrealistas.

sábado, 2 de maio de 2009

A Arte do Conflito


Domenico zampieri ( Adam and Eve )


MOVIMENTO BARROCO

O barroco foi um estilo que se manifestou em várias formas de arte na América Latina e na Europa Ocidental, predominou da metade do século XVI ao final do século XVII. Quaisquer que sejam as diferenças nacionais ou individuais na expressão do fenômeno barroco, há entre as variadas manifestações, nos mais diversos lugares, atributos comuns que fazem dele um fenômeno universal, sobretudo, durante o século XVII.
O período histórico no qual o movimento barroco se desenvolve apresenta características de um contexto de autoritarismo político, marcado pelo absolutismo, que como sabemos, é o sistema político baseado na centralização absoluta do poder nas mãos do rei. Vive-se um momento de expansão, com a revolução comercial, cuja política econômica, o Mercantilismo, se baseava no “metalismo”, na balança comercial favorável e no acúmulo de capitais. Ocorre também, a luta de classes onde a burguesia, por deter forte poder econômico, pressionava politicamente a nobreza e o Rei, a fim de participar das decisões políticas do Estado Absolutista. Concomitantemente, a arte barroca eclode desse estado de turbulência, mudanças radicais e crises religiosas.
O barroco na arte marcou um momento de crise espiritual da sociedade européia. O homem do século XVII era dividido em duas mentalidades, duas formas diferentes de ver o mundo. Por isso o estilo barroco é um dos mais complexos que podem ser estudados na literatura brasileira.
O homem barroco estaria diante desse dilema entre o céu e a terra, o pecado e a salvação, a mística e a sensualidade, a santidade e o liberalismo, só havendo para ele uma saída: acolher os pólos opostos. Sua alma ficou assim, uma alma agônica, polarizada entre opostos, dilemática, paradoxal. Toda literatura barroca testemunha esse estado de alma.
Convivendo com o sensualismo e os prazeres materiais trazidos pelo Renascimento, os valores espirituais tão fortes na Idade Média voltaram a exercer forte influência sobre a mentalidade da época. Uma nova onda de religiosidade foi trazida pela Contra-reforma e pela fundação da Companhia de Jesus. O que decorreu daí foram naturalmente sentimentos contraditórios. A arte barroca representa essa contradição, oscilando entre o clássico e pagão e o medieval e cristão, apresentando-se como uma arte indisciplinada.
Assim, valores como o humanismo, o gosto pelas coisas terrenas, as satisfações mundanas e carnais, trazidos pelo Renascimento, que era caracterizado pelo racionalismo e equilíbrio, imbricam-se a valores espirituais trazidos pela Contra-reforma, com idéias medievais, teocêntricas e subjetivas.
Politicamente, o homem da época sentia-se oprimido economicamente, contudo, sentia-se livre para enriquecer com a possibilidade de ascensão social.
No plano espiritual, igualmente se verificaram contradições: ao lado das conquistas e dos valores do renascimento e do mercantilismo - que possibilitou a aquisição de bens e prazeres materiais - a contra-reforma procurava restaurar a fé cristã medieval e estimular a vida e os valores espirituais.
Por esse conjunto de razões é que na linguagem barroca, tanto na forma quanto no conteúdo, se verifica uma rejeição constante na visão ordenada das coisas. Os temas são aqueles que refletem os estados de tensão da alma humana, tais como vida e morte, matéria e espírito, amor platônico e amor carnal, pecado e o perdão. A construção da linguagem barroca acentua e amplia o sentido trágico desses temas, ao fazer o uso de uma linguagem de difícil acesso, rebuscada, cheia de inversões e de figuras de linguagem. Outros temas que são facilmente encontrados são o sobrenatural, castigos, misticismo e arrependimento.
A época da Contra-reforma, e do barroco é principalmente marcada por uma profunda dualidade. Por um lado, é o desdobramento do humanismo clássico e do Renascimento, com seus apelos ao racionalismo, ao prazer, ao “carpe diem” (do latim, “aproveite o dia”). Por outro lado, o homem é pressionado pela igreja católica e pelo protestantismo mais vigoroso a um regresso ao teocentrismo medieval, à postura estóica, à renúncia aos prazeres, à mortificação da carne e à observância plena do “amar a Deus sobre todas as coisas”, princípio capitular do teocentrismo medieval.
O barroco utilizando-se de temas contraditórios e conflituosos, como a morte, o absurdo da vida, o diferente toca uma dimensão de apreensões que são eternas, sempre estarão presentes na vida das pessoas. A criação barroca, por seu caráter bastante autônomo, propôs uma abordagem particular da condição humana, quase que uma nova forma de agir e de ser. Desse modo, o contexto emocional que mobilizou seu surgimento não é alheio a outros períodos da história, o que justifica sua incidência em maior ou menor grau nas diversas expressões modernas da arte e da literatura no ocidente.

Queixa-se o poeta em que o mundo vay errado, e querendoemendâlo o tem por empreza difficultosa.


"Carregado de mim ando no mundo, e o grande peso embarga-me as passadas, que como ando por vias desusadas, faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
O remédio será seguir o imundo caminho, onde dos mais vejo as pisadas, que as bestas andam juntas mais ornadas, do que anda só o engenho mais profundo.
Não é fácil viver entre os insanos,Erra, quem presumir, que sabe tudo, se o atalho não soube dos seus danos.
O prudente varão há de ser mudo, que é melhor neste mundo o mar de enganos ser louco cos demais, que ser sisudo."


GREGÓRIO DE MATOS GUERRA ( O BOCA DO INFERNO )

O Cisne Negro

Cárcere das almas

"Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,soluçando nas trevas, entre as grades do calabouço olhando imensidades,Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza quando a alma entre grilhões as liberdades sonha e sonhando, as imortalidades rasga no etéreo espaço da Pureza. Ó almas presas, mudas e fechadas nas prisões colossais e abandonadas, da dor no calabouço atroz, funéreo!Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?!"


Cruz e Souza

João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, atual Florianópolis. Filho de escravos alforriados pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa, seria acolhido pelo Marechal e sua esposa como o filho que não tinham. Foi educado na melhor escola secundária da região, mas com a morte dos protetores foi obrigado a largar os estudos e trabalhar.
Sofreu uma série de perseguições raciais, culminando com a proibição de assumir o cargo de promotor público em Laguna, por ser negro. Em 1890 vai para o Rio de Janeiro, onde entra em contato com a poesia simbolista francesa e seus admiradores cariocas. Colabora em alguns jornais e, mesmo já bastante conhecido, após a publicação de Missal e Broquéis (1893), só consegue arrumar um emprego miserável na Estrada de Ferro Central.
Casa-se com Gavita, também negra, com quem tem quatro filhos, dois dos quais vêm a falecer. Sua mulher enlouquece e passa vários períodos em hospitais psiquiátricos. O poeta contrai tuberculose e vai para a cidade mineira de Sítio se tratar.
Morre aos 36 anos de idade, vítima da tuberculose, da pobreza e, principalmente, do racismo e da incompreensão.


Van Gogh ( Café Noturno na Place Lamartine, em Harles )
....em que ele descreve sua pintura da seguinte forma: "Tratei de expressar com o vermelho e o verde as terríveis paixões humanas(...) o café é um lugar onde as pessoas podem se arruinar, enlouquecer, ou cometer um crime".


"Há loucuras que, como as noites polares, se transformam em verdadeiras auroras boreais reveladoras da mais perfeita lucidez e são a ponte mágica de cristal e azul sobre a qual emigramos do gólfão infernal da Terra para as alvoradas de ouro de um ideal."

Cruz e Souza

Barroco


BACH - "MAGNIFICAT"


Johann Sebastian Bach, (21 de Março, 1685 - 28 de Julho, 1750) é um músico e compositor do período barroco da música erudita. É também um organista notável. Nasceu em Eisenach (Alemanha), no seio de uma família de músicos. É considerado um dos maiores e mais influentes compositores da história da música, ainda que pouco reconhecido na época em que viveu. Muitas das suas obras refletem uma grande profundidade intelectual, uma expressão emocional impressionante e, sobretudo, um grande domínio técnico em grande parte responsável pelo fascínio que diversas gerações de músicos demonstraram pelo Pai Bach, especialmente depois de Felix Mendelssohn que foi um dos responsáveis pela reabilitação da obra de Bach, até então bastante esquecida.
A contribuição de Johann Sebastian Bach na Música, ou pegando emprestado um termo popularizado como "sua ciência musical" são frequentemente comparadas às genialidades de William Shakespeare na literatura inglesa e Isaac Newton na Física.
Durante a Idade Média e o Renascimento houve uma forte ênfase no aspecto ritual da Celebração Cristã. A Missa era proferida em Latim, uma língua não acessível a todos e, consequentemente, a música sacra era também escrita nesse idioma. Inicialmente, a Música Sacra Ocidental baseava-se ao Canto Gregoriano, ligado à arquitetura gótica, que criavam uma relação misteriosa com Deus. A própria construção melódica do Canto Gregoriano, com uma limitada extensão, recitação e ondulação, contribuía para um efeito hipnótico no Ritual.
Na virada do século XVI para o XVII, a idéia na qual “o texto servia a música” inverteu-se total­mente. Através de caminhos diferentes, a música estava ao serviço da letra, de forma a que o texto fosse dramatizado e intensificado pela própria música. Nasce, pois, a monodia barroca, um gênero musical para ser executado por uma só voz, com acompanha­mento instrumental (normalmente, poucos instrumentos).
A Música Sacra Barroca é, então, “derivada” do texto e o grande objetivo é “afetar” o ouvinte, ou seja, levá-lo a uma profunda experiência emocional e cognitiva. O compositor lê o texto, absorve as idéias inerentes a ele e procura, assim, escrever uma música que o dramatize. O enfoque do texto na Música Sacra foi tão importante com a Reforma Protestante de Lutero, que o texto sacro passou a ser cantado em vernáculo, tornando-o acessível a todos. É neste sentido que Bach é considerado o mais importante compositor de Música Sacra, pois, além do seu valor estético, tinha a intenção de tornar o texto vivo na música.
No início do século XVII, a Música Sacra foi marcada por profundas evoluções técnicas, principalmente na construção. A atenção dos compositores voltou-se, então, para a voz humana, acompanhada de uma instrumentação que realçasse a intensidade das palavras. Aparece, então, o Baixo-Contínuo na Música Sacra que era feito por um ou vários instrumentos, responsáveis pela sustentação harmônica da obra, enquanto a voz humana e os instrumentos mais agudos faziam as melodias principais. Dada a sua importância estrutural (tocava em toda a obra), o Baixo-Contínuo geralmente comandava toda a execução e era, normalmente, interpretado pelos músicos mais importantes, como os mestres de capela, os regentes e os organistas compositores (ainda hoje, nos conjuntos instrumentais da época, o maestro está sentado ao Cravo).
Se a Arte Barroca procurava representar o Homem, a Música Sacra Barroca representava as suas ansiedades violentas, as suas paixões cristãs, as suas emoções mais profundas. O Homem é um membro de um todo (não como indivíduo) o que levava os compositores a escreverem obras que generalizassem sentimentos; ou seja, as obras tinham de ser tão comoventes a ponto de cativarem toda uma Assembléia e tinham de ser facilmente ouvidas por todos. Não havia, portanto, a noção de elite na música, nomeadamente no âmbito da Música Sacra mais profunda. A Música Religiosa Católica Ocidental aspirava a elevar a Liturgia a uma dignidade total. Por isso, exaltava-se a tradição textual da Bíblia e também nos gêneros textuais específicos – Te Deum, Magnificat, Antífona, Seqüência, Vésperas, Motetos Sacros – construindo melodias e obras completas que teatralizassem estes mesmos textos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Salvador Dali




Carlos Lozano, amigo íntimo do pintor e seu indiscreto biógrafo, afirma que Dali era "um voyeur totalmente homossexual" que sempre ocultou suas tendências. Sua vida afetiva ainda hoje gera muita curiosidade já que era "politicamente incorreto" quanto à aceitacão da homossexualidade alheia e teve uma única mulher durante toda a vida. A pele morena, os olhos arregalados e o rosto realçado pelos longos bigodes levantados nas pontas são marca registrada deste irreverente showman, que se tornou um dos mais conhecidos artistas do século XX. Começou a desenhar e pintar ainda menino e foi para Madri estudar Belas Artes na Universidade de San Fernando, de onde foi expulso por incitação à rebeldia, meses antes de concluir o curso.Enquanto morou na Casa do Estudante da Universidade, manteve uma grande amizade - segundo vários biografos, um "amor platônico" - com o poeta Federico Garcia Lorca, com quem desenvolveu muitos projetos artísticos de vanguarda. O cenário artístico da Espanha começou a ficar pequeno para conter o gênio criativo de Dali. Levado por Gala Élouard passou a participar do grupo de pintores e escritores surrealistas na França. O surrealismo foi um movimento literário e artístico surgido na Europa no final da 1ª Guerra Mundial, que se propunha a romper com o conformismo, liberando as formas de expressão de todos os "entraves" da moral e da consciência. Os principais artistas surrealistas - Breton, Elouard, Aragon, Ernst, Miró Dali, entre outros - incorporaram, influenciados pelas idéias de Freud e Jung, a idéia de que tinham a "missão" de prover a humanidade com tudo que escapa à consciência, dando absoluta importância ao irracional, ao sonho e à loucura.Dali se autodenominava "crítico paranóico" e acreditava que sua genialidade era capaz de estimular um estado de loucura sem usar drogas, sendo capaz de reproduzir alucinações e voltar, em seguida, ao estado de consciência plena. O Surrealismo, que começou como um movimento literário francês, logo ficou popular em todo o mundo da arte. Embasado na arte primitiva, aceitava o uso de formas e objetos nas mais estranhas e distorcidas maneiras. Mas o uso abusivo de elementos escatológicos em suas obras fez com que Dali fosse expulso do grupo.
Ele dizia que seus quadros eram "fotografias de sonhos pintadas à mão". Salvador Dalí era um homem excêntrico, dado a surtos de exibicionismo e megalomania, o que ajudou a criar em torno de sim uma aura mítica de ousadia e loucura. "As duas coisas mais felizes que podem acontecer a um pintor contemporâneo são: primeiro, ser espanhol, e segundo, chamar-se Dalí. Ambas me aconteceram", dizia, com sua insuperável capacidade para o marketing pessoal. "Todas as manhãs eu experimento uma delicada alegria - a alegria de ser Salvador Dalí - e me pergunto, em êxtase, que coisas maravilhosas esse Salvador Dalí vai realizar hoje?"

Normalidade.....a quem interessa??!!








O que é Ser Normal?




“Que é loucura: ser cavaleiro andante ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
O que, mesmo vendado, vê o real e segue o sonho de um doido pelas bruxas embruxado?
Eis-me, talvez, o único maluco, e me sabendo tal, sem grão de siso, sou- que doideira – um louco de juízo “
(Carlos Drummond- Quixote e Sancho de Portinari, 1974).







Você já se fez essa pergunta: o que é ser uma PESSOA NORMAL?


Será que é tão fácil definir isso?

O problema do ser normal reside no conceito equivocado de normalidade, porque é entendido como viver no padrão, dentro das normas. Estabelece-se, arbitrariamente, uma norma ideal, o que é supostamente “sadio”, mais “evoluído”. Tal norma é de fato socialmente constituída e referendada. Depende, portanto, de critérios socioculturais e ideológicos arbitrários e, no mais das vezes, dogmáticos e doutrinários. O normal passa a ser aquilo que se observa com mais frequência, embora muitas vezes não o seja. A criação das línguas, assim como das regras e normas, são fatos sociais, através dos quais a sociedade tem a capacidade de se auto-regular. Lembro, também, que são fatos sociais as regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, maneiras de agir, costumes, não desprezando a idéia que os fatos sociais são coercivos e exteriores ao individuo (Émile Durkheim). As normas determinam regras de comportamento que refletem valores de uma cultura determinando ou proibindo determinados tipos de comportamento, sendo as normas acompanhadas por sanções formais (justiça) ou informais (repreensão popular).
A pergunta a ser feita é:-

- Quem espera o que de nós?

- Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha “presença” atravé de modelos de comportamento amplamente divulgados. O fato é que a sociedade precisa das normas para seu funcionamento satisfatório, muitas vezes em detrimento do indivíduo, o que não pode ser negado, ao menos na história da psiquiatria.
A mais antiga doença mental levou o nome de epilepsia (epi, o que está acima; lepsis, abater), já que os antigos pensavam que o diabo vinha de cima e abatia o indivíduo. Ao redor do ano 150a.C. ASCLEPÍADES criou o termo alienatio mentis para caracterizar os energúmenos, que eram postos à parte pela sociedade, alienados pelas pessoas, as quais praticavam as mais atrozes condutas, desde escorraçá-los para fora dos muros da cidade, condenando-os à vida errante, até confiá-los às famosas Naus dos Loucos. A doutrina que imputava ao demônio a origem da loucura foi assim por 1500 anos da era cristã. Muitos acabaram queimados na fogueira. Naquela época a sociedade tratava assim quem estava "fora dos padrões". O comportamento ético- moral apareceu na biosfera terrestre ao mesmo tempo em que surgiu a percepção consciente. Um ser consciente pode ser bom ou mal, ao passo que um ser não-consciente não pode. Consciência, em verdade, é entendimento das coisas, é um mundo a refletir o mundo, ou seja, a conduta é fruto de uma determinação de acordo com o entendimento. As regras e normas nasceram da inclinação natural do homem para o bem da natureza da humanidade, não tendo, porém, o homem se livrado de seus instintos profundamente arraigados.
O maior perigo pelo qual o ser humano está se contagiando é a doença da “Normose”( Prof. Hermógenes-Ioga), que é a doença de ser normal. Temos que ser naturais.

Ser normal é o comportamento que todos têm, é a mesmice generalizada.


Muitas coisas que destróem o Homem estão na moda, dentro das normas. São normais, mas não são naturais. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu “normal”. A normose que nos limita e condena à obediência alienante é o maior desafio imposto ao Homem. As pessoas “esquisitas”, “anormais” incomodam. Face a um SER HUMANO com deficiência física ou mental, as pessoas vivem sentimentos contraditórios: desde compaixão a rejeição, sendo no mais das vezes imperativo o sentimento de rejeição. Tem sido assim ao longo da própria história que mostra muitos gênios que já foram discriminados antes de alcançarem o sucesso de seus empreendimentos, por exemplo, cientistas, artistas e escritores, que foram considerados malucos e anormais por serem diferentes e esquisitos. O questionamento da normalidade deve nos remeter a René Descartes: Dubito, ergo cogito, ergo sum. Se existo, posso duvidar e questionar os conhecimentos e dogmas da "sociedade normal". Portanto, o mais importante é: não olhe para outro ser humano e aponte o dedo porque ele tem “comportamentos anormais”, porque ele é “louco”.

Afinal, você é NORMAL ou NORMÓTICO?

“Não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que TODOS, sejam lá quem for TODOS. Melhor se preocupar em ser você mesmo”

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A exuberância da natureza








































"Nunca o homem inventará nada mais simples nem mais belo do que uma manifestação da natureza. Dada a causa, a natureza produz o efeito no modo mais breve em que pode ser produzido".

LEONARDO da VINCI





Manifestação artística




Salvador Felipe Jacinto Dali y Domenech

1904-1989





Salvador Felipe Jacinto Dalí nasceu em Figueras, Catalunha, na Espanha, em 11 de maio de 1904. Desde cedo revelou talento para o desenho e o pai, um tabelião, mandou-o a Madri para estudar na Escola de Belas-Artes de San Fernando, da qual seria expulso anos depois. Na capital espanhola conheceu o cineasta Luis Buñuel e o poeta Federico García Lorca. Suas primeiras obras, como "Moça à janela", enquadradas numa linha naturalista e minuciosa, já produziam uma ambígua sensação de irrealidade, que se acentuaria posteriormente. Em 1928, persuadido pelo pintor catalão Joan Miró, transferiu-se para Paris e aderiu ao movimento surrealista. Foi por essa época que conheceu a mulher do poeta Paul Éluard, Gala, sua futura companheira e modelo. Colaborou então com Buñuel em dois filmes célebres, Un chien andalou (1928; Um cão andaluz) e L'Âge d'or (1930; A idade de ouro) e pintou algumas de suas melhores obras:



"Lands"







"A persistência da memória"




"Le Grand Mast - O grande masturbador".




Nelas exibia um estilo maduro que, embora mostrasse certas influências de De Chirico, atestava absoluta originalidade como representação de um mundo onírico, povoado de alegorias metafísicas e imagens sexuais, apoiadas numa técnica apurada.
Sua exposição de 1933 lhe deu fama internacional e Dalí lançou-se, então, a uma vida social repleta de provocações e excentricidades. Essa atitude, por alguns considerada mistificadora e venal, aliada a uma postura apolítica, provocou sua expulsão do grupo surrealista.

"Le Sommeil"



Durante esse período, adotou o "método de interpretação paranóico-crítico", baseado nas teorias da psicanálise, associando elementos delirantes e oníricos numa linguagem pictórica realista, com freqüentes imagens duplas e objetos do cotidiano, como em "Construção mole com ervilhas cozidas", "Praia com telefone", "Premonições da guerra civil", "Canibalismo de outono" e "O sono".
Durante a segunda guerra mundial, Dalí radicou-se nos Estados Unidos, perto de Hollywood, e colaborou em alguns filmes. No final da década de 1940 regressou à Espanha e deu início a uma fase inpirada em obras-primas de pintores do passado, como "A última ceia", de Leonardo da Vinci, "As meninas", de Velázquez, "Angelus", de Millet, "A batalha de Tetuan", de Meissonier, e "A rendeira", de Vermeer de Delft -- seu pintor favorito.


"Velas"





Posteriormente, alternou a pintura com o desenho de jóias e a ilustração de livros. Enquanto isso, sucediam-se as retrospectivas de sua obra (Nova York, 1966; Paris, 1979; Madri, 1982) e, à medida que diminuíam suas aparições públicas, a polêmica dava lugar à renovação do interesse por sua pintura.
Em 1974 foi inaugurado em Figueras o Museu Dalí. Oito anos depois morreu Gala, fato que incidiu negativamente sobre sua atividade artística.
Em 23 de janeiro de 1989, na mesma Figueras natal, morreu Salvador Dalí.




"Apparition"


"Woman with a head of roses"
"Musical Tempest"
"The Metamorphosis of Narcissus"


"Swans reflecting Elephants"



"Soft watch at the moment of the first explosion"

Charles Chaplin


"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.E então, pude relaxar.Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.Hoje sei que isso é...Autenticidade.Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.Hoje chamo isso de... Amadurecimento.Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.Hoje sei que o nome disso é... Respeito.Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.Hoje sei que se chama... Amor-próprio.Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.Hoje sei que isso é... Simplicidade.Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.Hoje descobri a... Humildade.Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.Tudo isso é... Saber viver!!!"


Charles Chaplin

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Manifestação artística



Gustave Courbet
1819 - 1877




Com um estilo de pintura oposto ao do classicismo e do romantismo, Courbet consagrou-se como o principal representante da escola realista francesa do século XIX.


Jean-Desiré-Gustave Courbet nasceu em Ornans, França, em 10 de junho de 1819.

Transferiu-se para Paris a fim de estudar direito, mas não tardou a desistir das leis para dedicar-se à pintura. Iniciou-se nesta arte copiando no Louvre os mestres espanhóis do século XVII.

Em 1842 pintou "Auto-retrato com um cão", obra já realista. Um de seus quadros mais célebres é "Enterro em Ornans", de 1849. Esse retrato da vida campestre, vigoroso em sua plasticidade, escandalizou pelo tema e pelo realismo.

Em 1855, Courbet fez "O ateliê do artista", auto-retrato com um nu representando a Verdade e um grupo de personagens simbólicos e amigos do artista.

Em 1855 seus quadros foram recusados pela Exposição Universal em Paris. Courbet reagiu organizando em barracas uma exposição de suas obras "realistas", que não tiveram muita repercussão entre os críticos.

Passou os anos seguintes viajando pela Europa, e em 1860 pintou uma série de paisagens e marinhas -- "Luta de cervos", "O mar agitado" -- que, por seu tratamento da luz e o profundo lirismo do conjunto, prenunciaram, junto com as obras de Corot, as novas concepções impressionistas.

Após a queda da comuna republicana de Paris, em 1871, na qual foi presidente da comissão de belas-artes, Courbet foi condenado a seis meses de prisão e a elevada multa.

Em 1873, exilou-se na Suíça, onde faleceu em 31 de dezembro de 1877, na localidade de La Tour-de-Peilz.

Manifestação artística



Manifestação artística









''O que você acredita que é um artista? Um imbecil que só tem olhos se for pintor, ouvidos se for músico, ou uma lira em todos os andares do coração se for poeta? Muito pelo contrário, ele é ao mesmo tempo um ser estético, constantemente em alerta diante dos dilacerantes, ardentes ou doces acontecimentos do mundo, refletindo-os na forma como realiza sua obra. Como seria possível desinteressar-se dos outros homens? Graças a qual indolência, dissociar-se de uma vida que eles lhe trazem de modo tão abundante? Não, a pintura não é feita para decorar apartamentos. É um instrumento de guerra ofensivo e defensivo contra o inimigo.''








Manifestação artística







A Tempestade

THE STORM ( A TEMPESTADE )
Este é o nome desse quadro pintado pelo artista PIERRE AUGUST COT (1837-1883), o qual foi um pintor francês, que pertenceu ao movimento acadêmico chamado neoclassicismo. Sofreu grandes influências de Leon Cogniet, Alexandre Cabanel e William Adolphe Bouguereau. Para quem já pôde ter o prazer de ver seu quadro The Storm de perto, fica hipnotizado com a beleza, riqueza de detalhes e sensação de movimento. É maravilhoso!!

Primavera

SPRINGTIME (primavera)
Tela de PIERRE A. COT que faz muito sucesso e que junto com a tela "THE STORM" tem exposição permanente no Metropolitan Museum of New York.

Manifestação artística


O Grito - Edvard Munch

Há na história da arte inúmeros registros de artistas que foram afetados pela loucura. Insanos também foram retratados por alguns pintores. A perturbação mental influenciou sobremaneira a vida de Edvard Munch.Em 1890, Munch esteve internado durante dois meses em Le Havre, França, para "tratamento nervoso". Tratou-se também na Suíça, em 1900, e em Bad Elgersburg, Turíngia, cinco anos depois, onde foi diagnosticado como portador de grave neurastenia. Ao pintar pela primeira vez O Grito (1893), ele expressou (expressionismo) o seu cotidiano inferno interior e o mal-estar que a loucura lhe causava.

Manifestação artística



( O Louco - Pablo Picasso )


Pablo Picasso (1881-1973) também retratou um alienado. A aquarela sobre cartolina, pintada durante a denominada "fase azul" do artista, chama-se O Louco (1904). Trata-se de um doente mental que perambulava pelas ruas de Barcelona. (Aquele insano, com membros superiores e inferiores chamativamente longos, esqueléticos e deformados, lembra uma pintura do astigmático El Greco (1541-1614). 0 Louco encontra-se no acervo do Museu Picasso, em Barcelona