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sábado, 26 de novembro de 2011

O medo das diferenças

“... Lekh me entregava um pássaro pintado, mandando que eu o apertasse de leve nas mãos. Cedo seus gritos atraíam companheiros da mesma espécie, que se punham a revoar sobre nossas cabeças. Vendo-os, o prisioneiro debatia-se gritando ainda mais; e o coração trancado no peito recém pintado batia violentamente. Quando o número de pássaros era suficiente, Lekh fazia-me sinal para soltar o prisioneiro. Livre e feliz, lançava-se para o alto, contra o céu cinzento, mergulhando na revoada escura de seus irmãos.
Por um instante, a surpresa tolhia os pássaros. A mancha colorida voava em meio ao bando, tentando convencê-los de que lhe pertencia. Mas, confundidos pela plumagem brilhante, os outros o rodeavam incrédulos e quanto mais o pássaro pintado tentasse incorporar-se ao bando, mais o rejeitavam. Logo, um depois o outro, começavam a atacá-lo arrancando-lhe as penas multicores, até fazer-lhe perder as forças precipitando-o ao chão.
Esses incidentes aconteciam com freqüência, e, geralmente, quando eles recolhiam o pássaro pintado, já estava morto.”

trecho do livro "O Pássaro Pintado", de Jerzy Kosisnki.

O que é diferente causa mais.......
........ medo ou repulsa?

Esse fragmento de texto do livro de Kosinski é bastante representativo.
Agora vejamos esse pequenino cartum:
O TEXTO ACIMA E ESSE CARTUM FORAM AQUI COLOCADOS APENAS PARA LEVANTAR QUESTIONAMENTOS.

PORQUE IMAGINAR QUE ALGUÉM QUE SOFRE DE TRANSTORNOS MENTAIS É BURRO???

PORQUE IMAGINAR QUE ESSAS PESSOAS SÃO FRACAS, COVARDES OU SEM CARÁTER??

O ser humano pode adoecer fisicamente. Mas também mentalmente !! E ninguém está imune.

VAMOS COMEÇAR A ROMPER ESSA BARREIRA PRECONCEITUOSA, DISCRIMINADORA E ESTIGMATIZANTE

O que você pode fazer?
1. Cuidado com as palavras que você usa: "Louco", "maluco", "psicopata", são palavras que ferem. Pense muito antes de dar adjetivos.
2. Ajudem a conscientizar os outros de como nossas palavras e atitudes machucam. Não ria de piadas cruéis. Faça com que os outros saibam que a ignorância dói.
3. Ajudem pessoas que possam estar sofrendo dos sintomas iniciais de uma doença mental.
4. Tente compreender e conhecer a respeito destas doenças.

Somente quem experimentou um adoecimento mental é capaz de saber a dor que se sente

E para finalizar, se você gosta de música, vale a pena ver o vídeo.



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jaha, quase nada mudou em um século

Jaha, uma moça de 20 anos, jovem negra, no auge da saúde física e mental. Já casada, com 2 pequeninos filhos.
Foi contratada para trabalhar como empregada doméstica, o que lhe causara felicidade, afinal precisava cooperar com o marido nas finanças de casa.
Logo nos primeiros dias já pôde sentir, na pele, o que seria trabalhar naquele lugar.

“minha patroa não deixava eu comer na mesa. Tinha que comer em um quartinho, sentada no chão. Ela mesma fazia o prato para eu comer. Eram os restos deixados nos pratos dos patrões.”

“minha patroa fazia escovar todo o carpete da casa com uma escova de dente.”

“um dia ela disse que só tinha me contratado porque minha raça é forte e aguenta serviço”

“minha patroa queria que, todos os dias, eu esfregasse o quintal e a calçada com um escovão e cloro puro. Ela nunca me deu luvas. O cheiro era forte demais e chegava sair lágrimas dos olhos. Eu esfregava o chão até sangrar entre os dedos.”

“ela colocava veneno no quintal para matar os ratos e depois fazia eu pegar com as próprias mãos o rato para jogar fora.”

Jaha sofria cada dia de martírio de forma calada. A patroa a ameaçava: “olha, se você contar qualquer coisa para alguém, vou te perseguir, vou te fazer coisas horríveis”
Assim, Jaha prosseguiu em seu calvário durante 3 meses. Nunca relatou seu sofrimento ao marido ou à sua família.
Mas um dia, após chegar em casa do trabalho, estava no tanque lavando as roupas da família e chorando, pois já não aguentava mais essa situação. Suas mãos doíam e sangravam facilmente, pois a pele estava fina demais pela ação do cloro e da escova. Nesse momento sua mãe chegou para visitá-la e acabou descobrindo. Jaha não suportava mais esconder o que acontecia e contou tudo.
Jaha já não trabalha mais nesse lugar. O que restou? A dor física das mãos dilaceradas pela ação do cloro? As dores dos joelhos inchados por passar parte do dia esfregando o chão? A dor no estômago vazio pela fome que passava? O nojo de pegar ratos com as próprias mãos?
Não, tudo isso já não tem tanto peso. O que restou foi uma alma destruída, ferida profundamente.

Uma dor física jamais poderá ser comparada à dor emocional.

Hoje, Jaha precisa de ajuda psicológica e psiquiátrica. Chora copiosamente, sente tristeza e angústia. Foi muito machucada em sua dignidade de ser humano.
Sente medo e se esconde dentro de casa. Ainda acredita que a ex-patroa poderá lhe fazer algum mal.
Mas Jaha seguirá em frente. Vai renovar sua auto-estima e fortalecer a auto-confiança.
Jaha quer voltar a ser feliz.

Exatamente há 123 anos, no dia 13 de maio de 1888, era assinada a Lei Àurea, que abolia a escravidão no Brasil. Mas como sempre, as leis podem funcionar muito bem nos papéis e, na prática nem sempre funcionam.
Passado mais de um século do fim oficializado da escravatura ainda é possível notar que uma grande parte dos negros sofre consequências de uma época em que eram tratados de forma tão degradante.
Uma lei jamais será capaz de determinar sentimentos. Uma lei não consegue impor à cor da pele do indivíduo a forma que deve pensar a respeito de outros.
Os negros eram considerados sem alma, sem sentimentos. Eram tratados pior do que animais.
A história de Jaha é capaz de demonstrar que a abolição está inacabada. Os 123 anos ainda são insuficientes para acabar com preconceitos e racismos.
Muitas pessoas, em pleno 2011, ainda associam a cor da pele à capacidade do indivíduo. Ainda são capazes de ignorar qualquer tipo de sentimento ou emoção individuais.
Enfim, não bastam leis antiescravatura ou anti-racismo. É necessário que o ser humano compreenda que a cor de pele não o torna mais inteligente ou menos. A cor da pele não o torna mais ou menos importante. Seja negro, pardo, branco, amarelo, cinza, ou qualquer outra cor, terá sentimentos dentro de si.





terça-feira, 13 de outubro de 2009

Não é a cor do invólucro



 Um velho homem vendia balões numa quermesse.
Para atrair compradores, o homem deixou um balão vermelho soltar e elevar-se nos ares.
Perto dali, a observar, havia um menino negro, apreciando com encanto os balões.
Depois de soltar o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco.
Todos foram subindo até sumirem de vista. O menino, de olhar atento, seguia cada um, sem ao menos piscar.
Ficava imaginando mil coisas, mas tinha algo que o aborrecia: o homem não soltava o balão preto.
Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou :

-- Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros ?
 O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse :
 -- Não é a cor do invólucro, filho, isso é só tinta por fora!
-- É o que está dentro que faz a diferença.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A importância da saúde mental


Não há Saúde sem Saúde Mental
Adoecer psiquicamente não é prerrogativa da
modernidade. É tão humano quanto nascer ou
morrer, ter diabetes, hipertensão arterial,
hemorragia.
Adoecer faz parte da condição humana.

Quando alguém adoece, é natural que receba afeto, simpatia e compreensão para superar o problema. O mesmo não acontece quando essa pessoa adoece por um transtorno mental. A doença, nesse caso, pode ser interpretada como sinal de fraqueza, de autoflagelo, de covardia. Guardada a devida distância, é uma reação semelhante a que os romanos manifestavam em relação aos portadores de lepra - uma condição considerada degradante, dolorosa e contagiante.
Melhor evitá-los, colocando-os em lugares bem longe das cidades, confinados. Foi essa a lógica que levou à criação dos asilos para os desvalidos na França, na Inglaterra e no Brasil, a partir do final do século XVIII.
Adoecer psiquicamente não é prerrogativa da modernidade. É tão humano quanto nascer ou morrer. Não há civilização conhecida, mesmo as mais primitivas e idealizadas, sem registro da existência de transtornos mentais como os descritos nos manuais nosológicos atuais.
O transtorno mental não escolhe nem cor de pele nem classe social. Dom João VI teve problemas com a mãe e nosso imperador Dom Pedro II, culto e admirado, deve ter sofrido mais com a doença do filho do que com a abdicação do trono aos republicanos. Quantos reis e rainhas fazem parte dessa lista? Quantos artistas consagrados conseguiram realizar grandes obras apesar de seus tormentos? Que sofrimentos não experimentaram Van Gogh, Virginia Woolf e Vladimir Maiakovski?
Estou tentando me lembrar de uma só família que tenha passado incólume por essa marca.
Como convencer as pessoas de que adoecer mentalmente é tão normal quanto ter hipertensão arterial, ou diabetes, ou hemorragia?
Em outubro do ano passado, a tradicional publicação britânica The Lancet, por obra de seu jovem e instigante editor, Richard Horton, decidiu abraçar a causa dos transtornos me n t a i s.
Foi criado um comitê executivo internacional encarregado de assessorar governos, políticos e organizações não-governamentais, bem como usuários dos serviços e seus familiares, no planejamento da ampliação do financiamento e dos recursos assistenciais comunitários efetivos, para reduzir o hiato existente entre a demanda e a disponibilidade de serviços para o cuidado da saúde mental no planeta, contemplando a proteção dos direitos humanos.
A iniciativa do Lancet, evocada pela presença marcante de Vikram Patel, Martin Prince e Shekhar Saxena, foi reforçada por um movimento intitulado Global Mental Health Movement, que está lançando chamado para uma ação global pela ampliação dos serviços de saúde mental. No dia 10 de outubro, dia mundial da Saúde Mental, a OMS lançou um programa semelhante em Genebra. O novo programa, de iniciativa da OMS, e outras ações para aprimorar a atenção aos portadores de transtornos mentais estão em andamento em vários países do mundo. A meta é que todo desvalido e marginalizado tenha seus direitos contemplados, que todo sujeito com problema, independente de cor, classe e diagnóstico, tenha o direito à liberdade, respeito e dignidade, que faça dele um semelhante apenas diferente. Todos os que quiserem participar do movimento do Global Mental Health devem acessar o site para se cadastrar, para ter acesso a vários artigos e documentos relacionados com a expansão de serviços de saúde mental em países de baixa e média renda per capita.
Adoecer de um transtorno mental é tão natural quanto os dizeres do verso do poeta Caetano Veloso, "de perto ninguém é normal".
A estimativa é de que 25% da nossa população adulta irão exigir algum tipo de cuidado de saúde mental no espaço de um ano. A magnitude dessa realidade provoca um enorme descompasso entre demanda e disponibilidadede serviços, mesmo nos países desenvolvidos. O que dizer desse desequilíbrio nos países mais pobres?
No Brasil, aquela mãe que corre de um lado para outro com seu filho nos braços, em busca de tratamento, sabe o que é esse descompasso. Nos últimos anos, vimos uma redução substancial dos leitos psiquiátricos no país e a introdução progressiva dos novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Vários pacientes saíram da situação de confinamento e voltaram para casa. Alguns poucos o fizeram contando com o recurso previdenciário do governo, muitas vezes o único fornecido para aquela família. Estes recuperaram a dignidade e a cidadania. Vários, porém, perderam o contato com os parentes e permaneceram na situação asilar, muitas vezes em condições precárias e desumanas. Os profissionais brigam entre si. Alguns defendem os hospitais, outros o atendimento comunitário. O paciente fica no meio, à mercê da disputa.

O que mais importa, na verdade, é que as alternativas de tratamento, em hospitais ou em CAPS, sejam humanizadas e condignas e efetivas, ou seja, compostas, de fato, de uma terapêutica especializada e de padrão internacional. São vários os tratamentos disponíveis: medicamentosos, psicoterápicos e psicossociais, muitos com eficácia comprovada.
Há meios de se distinguir os que funcionam dos que nada adiantam. Há muitos casos em que não adianta atender somente a situação de crise. Pode ser preciso estender o tratamento por toda a vida. É enorme o impacto de um tratamento bem escolhido na vida do sujeito e de seus familiares, tanto do ponto vista da qualidade de vida quanto do ponto de vista econômico.
Ah! Mas o tratamento escraviza, deixa a vítima dependente da pílula, dirão os críticos do uso continuado, por exemplo, de medicação psicotrópica. Sou defensor da interpretação antagônica: o tratamento liberta, deixa o sujeito em condição de respirar, de criar e até mesmo de sorrir e sonhar.
O sistema de saúde mental atual tem muito para melhorar e aprimorar. Carece de articulação entre os diferentes níveis de atenção (Programa Saúde da Família - PSF, ambulatórios, CAPS, leitos para internação de casos agudos, leitos para internações mais prolongadas), além de distribuição mais homogênea de profissionais bem treinados entre as diversas regiões geográficas. A análise de todos os serviços e recursos humanos disponíveis, por regiões do país, realizada por um grupo de trabalho, recentemente, indicou várias recomendações a serem implementadas .
Uma questão importante é a expansão do número de leitos psiquiátricos em unidades do hospital geral. A internação psiquiátrica requer vários exames médicos e, quando realizada no âmbito do hospital geral, tende a ser de curta duração. Receber pessoas com transtornos mentais em enfermarias de hospitais clínicos auxiliaria a reduzir o estigma enfrentado pelos pacientes e por seus familiares. O Hospital São Paulo, da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo, conta com enfermaria de psiquiatria há mais de trinta anos. Alguns hospitais de ponta no país, entre eles o Albert Einstein,
de São Paulo, estende atualmente seus cuidados aos portadores de transtornos mentais. É fundamental a continuidade do programa de desinstitucionalização progressiva dos pacientes remanescentes em situação asilar, principalmente nos hospitais reconhecidamente deficientes e com histórico de abuso dos direitos humanos.
Os transtornos mentais são responsáveis por 18% da sobrecarga global das doenças no país, mas contam apenas com 2,5% do orçamento da saúde. É preciso superar esse descompasso, ampliarmos cursos de graduação e pós-graduação especializados em enfermagem psiquiátrica, providenciar treinamento das equipes do Programa de Saúde da Família nos cuidados básicos em saúde mental e desenvolver cursos de extensão para profissionais que possam atuar na gestão dos serviços de saúde mental.
Para um país que pretende reduzir a desigualdade social, é essencial cuidar de seus desprotegidos com dignidade. Que se amplie o financiamento à saúde em direção à oferta mais eqüitativa dos serviços destinados aos portadores de transtornos mentais, pois não há saúde sem saúde mental
Jair de Jesus Mari
Membro do Comitê Executivo do
Professor titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade
Federal de São Paulo e Professor honorário do
Population Research Department - Institute of Psychiatry - Kings
College


Global Mental Health Movement.
Health Services and, Universidade de Londres

sábado, 2 de maio de 2009

Sem espaço para diferenças

EDWARD – “MÃOS DE TESOURA”

A história de Edward é um clássico exemplo de alguém que foi retirado de seu habitat e tenta se ajustar a outro. No entanto, o espaço social que ele passa a ocupar é o mesmo. Ele não se surpreende com o uso de roupas, pois sabe como colocá-las, sabe o que são talheres e outros objetos, pois seu inventor o ensinou. É o contato social ao qual não está acostumado que torna tudo difícil.
Edward possui a índole de uma criança. Tudo no mundo lhe é novo, agindo de maneira inocente e sincera, causando empatia com o seu público infantil que o aceita sem julgamentos. O filme é uma verdadeira incursão no mundo adulto, um lugar de julgamentos e nem sempre de aceitação. Partindo do ponto de vista com o qual qualquer criança pode se identificar, ou seja, uma batalha cotidiana contra um prato de comida percebe-se algo de meigo em Edward, quando ele se senta à mesa com a sua nova família e trava uma difícil luta para comer uma ervilha. Porque comer uma ervilha? Para que serve? Essa associação de símbolos também se faz muito presente, quando o personagem de Alan Arkin ( o pai ) oferece uma bebida alcoólica a Edward falando que é limonada , enganando-o, e ele passa mal. Quando outro personagem oferece-lhe limonada ele imediatamente associa com a situação anterior e sente-se mal sem nem experimentar a bebida. Esse universo de signo e significado é característico do mundo infantil e, por isso, na alfabetização os nomes ensinados às crianças fazem toda a diferença no seu entendimento do mundo.
As personagens se aproveitam de um “dom”, daquilo que torna Edward “especial” quando lhes é interessante, conveniente. Programas de TV exploram esse “diferencial”, criando “glamourização” do indivíduo diferente, tudo é produto. O conceito de dinheiro e do Capitalismo também é abordado. O pai da família (Alan Arkin) questiona Edward por aceitar biscoitos em troca do seu trabalho( “não se pode comprar um carro com biscoitos, não é mesmo?”), ele diz. Seu objetivo para Edward é que esse forme um negócio, ganhe dinheiro e trace uma trajetória linear, imposta para o homem desde o dia em que ele nasce.
O filme também abre uma discussão sobre ética na cena em que a família de Edward tenta ensiná-lo o que é certo e errado na sala de jantar. Tim Burton apresenta aqui um mundo confuso ao qual as crianças estão sendo introduzidas, onde nem tudo é branco e preto e é difícil classificar as coisas, determinando o que é certo ou errado. Vale lembrar, nessa discussão, a imposição da sociedade, determinando suas trilhas para o curral ( gado ).
Mas, o suposto “monstro” coloca em desequilíbrio o “perfeito” mundo do subúrbio ( de cores vivas, fortes e, a ao mesmo tempo, frias, representando a vida fútil, mecanicista. Vidas extremamente vazias e desprovidas de um significado maior ) e a partir dessa introdução de um personagem estranho àquele meio, a verdadeira personalidade das pessoas passa a aflorar. Sua trajetória sofre uma curva, de idolatrado a desprezado/odiado. É o sujeito deslocado ou “desajustado”, constantemente à procura de seu próprio caminho em um mundo hostil, que não se encaixa nos moldes da sociedade, excluído, “estranho”.
O estranho causa fascínio, algo proibido e misterioso que a princípio atrai a população. Através de sucessivos enganos ele acaba sendo alvo de perseguição e todos os males do subúrbio, que agora passam a aparecer, são culpa do “intruso”. As pessoas gostam de julgar externo algo que eles próprios podem ter causado, não se julgando responsáveis, pois na sua perfeita vida mecânica não há espaço para erros ( somente o outro é errado ). Aqui o enclausuramento de Edward é relativo, pois o bairro no qual passa a viver também é isolado do resto do mundo e, por conseqüência, são todos alienados.
A publicidade que permeia nosso cotidiano também é retratada no filme. Ter certa aparência, possuir certos bens é o que define o ser humano. O homem acaba adotando uma posição fria em relação à vida, o que o aproxima de uma máquina.
O que faz um ser humano? Uma conta no banco? Edward não faz parte do sistema, sua existência é ignorada, até então ele não conhecia as exigências desse mundo chamado “civilizado”. Em seu mundo, escuro e isolado, não havia exigências. Ele não dependia de dinheiro ou qualquer outra coisa, o que não o impossibilitava viver, simplesmente, VIVER.
No mundo “civilizado” não há espaço para a diferença.
A diferença torna-se um inconveniente. Deve ser julgado e condenado ao exílio, ao extermínio.
Não há espaço para simplesmente viver.
Num mundo calculado será presa fácil, justamente por não ser alguém propenso ao oportunismo e aos cálculos vivenciais. Ele foge novamente para seu castelo....
Enfim, o filme consegue retratar e criticar, fantasticamente, amplos aspectos, como a exclusão e julgamento do das “diferenças”, consumismo capitalista, imposições do ritmo de vida moderna, massificação do Ser humano, exploração da inocência, desejos irrealizáveis.

Vale perguntar: Quem é o “monstro” ?? Quem tem paz??

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Solidariedade, Amizade e Amor ao próximo



POIS É.....QUANDO PRESENCIAMOS OU OUVIMOS FALAR DE FATOS ASSIM, COMO ESSE QUE ACONTECEU NAS OLIMPIADAS, VALE SEMPRE QUESTIONAR:

QUEM É DEFICIENTE? ELES OU NÓS?

A SOCIEDADE DISCRIMINA E EXCLUE!!!!!

Chega de Preconceitos

DOENÇAS MENTAIS

A doença mental é com freqüência relacionada com o mendigo que deambula pelas ruas falando sozinho, com a mulher que aparece na TV dizendo ter 16 personalidades e com o homicida “louco” que aparece nos filmes.Palavras como “maluco”, “esquizofrênico”, “psicopata” e “maníaco”, são vulgarmente utilizadas na linguagem do dia-a-dia. As pessoas olham-se e dizem: “Isto não me vai acontecer de modo nenhum, não sou maluco, venho de uma família sólida”, ou, então, “a doença mental não me afeta, isso é problema dos outros.” O Estigma relacionado com a doença mental provém do medo do desconhecido, dum conjunto de falsas crenças que origina a falta de conhecimento e compreensão, além do PRECONCEITO. Procura-se que haja uma melhoria do conhecimento, desmistificando falsas crenças e estereótipos e fornecendo novos dados acerca das doenças mentais e das pessoas que delas sofrem. Hoje, os tratamentos evoluíram muito e há medicações que podem trazer à normalidade e controle dos sintomas. Contudo, infelizmente a sociedade não acompanhou a evolução dos tratamentos e melhorias ocorridas na Saúde Mental e, ainda presa a uma imagem retrógrada e negativa, discrimina e exclue pessoas que necessitam desse tratamento.
Acordem!!!!
Hoje, com tantos meios de acesso ao conhecimento......
....................................................................................é inaceitável esse preconceito

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sem preconceitos

VIDEO SOBRE PRECONCEITO

http://www.metasocial.org.br/ms_video_carlinhos.shtml

Ser preconceituoso é uma atitude de fracassado, pois a pessoa, em vez de olhar para sua meta, procura formas de diminuir os outros. Para piorar as coisas, a pessoa que tem preconceitos contra os outros acaba criando preconceitos contra si própria.

Sem preconceitos

http://www.abpbrasil.org.br/comunidade/projeto/arquivos2008/200801_eu_tenho.html



CAMPANHA DE DESESTIGMATIZAÇÃO DAS DOENÇAS MENTAIS E QUEM PRECISA DE AJUDA