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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Crepúsculo Mental

E quem ainda pode afirmar que a história familiar não tem influências sociais?

Tudo começa na infância. Tudo, certamente tudo, tem uma grande significação para a criança.

Toda criança, em seu desenvolvimento, tem a mente aberta ao aprendizado. E é nesse ponto que as questões começam pesar. Se essa criança vive em um lar estruturado, ambiente saudável, poderá desenvolver seu maior potencial e tornar-se um adulto íntegro, de bom caráter, seguro, disposto a encarar todas as situações da vida da forma mais tranqüila.
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Lindor nasceu e seu pai morreu, tinha apenas 1 mês de vida.


Sua mãe, uma senhora respeitadíssima, mais puritana impossível.

Entre os 10 a 12 anos de idade Lindor sofreu abusos físicos e sexuais de um menino que era seu vizinho. Acabou se acostumando à situação.

Lindor cresceu e tornou-se um cidadão respeitável. Aparentemente uma pessoa normal.

Ninguém, absolutamente ninguém, sabe o que se passa na mente de Lindor. Seus pensamentos são obsessivos. Os desejos, uma tormenta.

Lindor adora meninos de 10 a 12 anos. Tem uma fixação total por meninos nessa faixa etária.

Homens adultos não o atraem. Mulheres? Sente nojo, repulsa. Lembra de sua mãe. Aquela senhora casta, íntegra aos olhos de todos, vivia promiscuamente com todo tipo de homem. E ele, Lindor, assistia aos espetáculos caseiros de orgias. Por muitas vezes acabava sendo espancado a cabo de vassoura pela mãe ou algum destes “cavalheiros” que a pagava por seus serviços.

Assim tinha ele crescido. Essa era a imagem feminina estampada em sua mente.

E Lindor convive com sua obsessão por garotos. Sobrevive de desejos, fantasias e atos.

Não pode ver um garoto dessa idade que já começa transpirar. Sua respiração ofegante, peito apertado, coração disparado. E o desejo o leva à ação. Não resiste. Sente a atração, como um grande imã. E volta aos seus 12 anos.

Sente-se um monstro? Sim. Sabe que seus desejos são inaceitáveis, antes mesmo que a sociedade o condene.

É feliz? Não. Vive sozinho, isolado, retraído. Vive à espreita, à espera, como o caçador na expectativa de abater sua caça.

Sente-se frustrado? Sem dúvida. Seu semblante denota.

Queria morrer? Sim, ele queria morrer. Queria recomeçar. Queria a oportunidade de ter uma família normal em sua infância. Queria poder casar e ter filhos. Queria abraçar e beijar seus filhos, com o verdadeiro afeto, sem o desejo que sente na pele.

Lindor apenas sobrevive. Não sabe o que lhe aguarda.

Os pensamentos confundem desejos e fantasias.

Chora e ri. Nem sabe o que sente.

Diz: “Eu queria apenas não ser quem sou”


domingo, 16 de maio de 2010

Como vai sua Alma?

"Desordem Depressiva; Síndrome de Pânico; Transtorno Obssessivo-Compulsivo - Estranhos nomes assume essa coisa que alguns chamam de alma”—L.B.A—Montenegro-RS)

Como falarmos do Ser Humano sem falarmos de sua alma. É impossível separar. Quando buscamos o entendimento da alma notamos vários significados para o termo, desde o religioso, passando pelo filosófico, até chegarmos à mitologia grega no mito de Psiquê. Do grego Psychein (“soprar”) é uma palavra ambígua que significava originalmente "alento" e posteriormente, "sopro". Dado que o alento é uma das características da vida, a expressão "psique" era utilizada como um sinônimo de vida e, por fim, como sinônimo de alma, considerada o princípio da vida. A psique abrange conceitos que nos levam ao Si Mesmo, conceituado da seguinte forma: “O Si mesmo representa o objetivo do homem inteiro, a saber, a realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia para que tudo o que pertence a uma vida individual figure ali, exatamente, com ou sem a concordância do sujeito, quer tenha consciência do que acontece, quer não”. Continuando, devemos entender que consciência é uma qualidade da mente e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente, ou seja, uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, do pensamento humano ou da mente. Por sua vez, mente é o termo mais comumente utilizado para descrever as funções superiores do cérebro humano, particularmente aquelas das quais os seres humanos são conscientes tais como o pensamento, razão, memória, inteligência e emoção. E o que seria emoção? Em uma definição mais geral pode-se dizer que é o impulso pessoal movido pelos sentimentos, que são disposições mentais, em sua mente, a respeito próprio, de outrem ou de algo. Sendo assim, o amor, o ódio, a alegria e a tristeza são sentimentos natos ao Ser Humano, e o que, acima de tudo, caracteriza a Alma humana é o sentimento. É por ele que o homem se prende ao que é bom, belo e grande; ao que será o seu amparo na dúvida, a sua força na luta, a sua consolação aos obstáculos da vida, reagindo, assim, com as mais variadas emoções. Dessa forma, é impossível desconsiderar que nossas emoções sejam uma representatividade do que se passa em nossa alma.


"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." (Clarice Lispector)


Dica: “Médico de Homens e de Almas”—A história de São Lucas (Livro de Taylor Caldwell)
 Trecho-“Não me perguntes o que há de mau comigo, pois não sei. Quando procuro em minha mente, nada acho a não ser pó, e mesmo nesse pó encontro sempre o movimento da dor. Tenho medo de me aventurar mais profundamente”.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Paisagens representativas


Em todo o momento de atividade mental acontece em nós um duplo fenômeno de percepção: ao mesmo tempo em que temos consciência de um estado de alma, temos diante de nós, impressionando-nos os sentidos que estão voltados ao exterior, uma paisagem qualquer. Entendendo-se por paisagem, para conveniência de frases, tudo o que forma o mundo exterior num determinado momento da nossa percepção, ou seja, tudo que está fora de si próprio. 
Todo estado de alma é uma passagem.
Isto é, todo o estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. 
Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Rio dos Sentimentos



"Nossos sentimentos desempenham um papel muito importante por dirigirem todos os nossos pensamentos e ações. Existe em nós um rio de sentimentos, no qual cada gota d'água é um sentimento diferente e cada um depende de todos os outros para sua existência. Para observar esse rio, sentamo-nos à sua margem e identificamos cada sentimento à medida que ele vem à tona, passa por nós e desaparece.

Há três tipos de sentimentos — agradáveis, desagradáveis e neutros. Quando temos um sentimento desagradável, podemos querer afastá-lo. O mais eficaz é voltar à nossa respiração consciente e apenas observá-lo, identificando-o em silêncio para nós mesmos. "Inspirando, sei que há um sentimento desagradável em mim. Expirando, sei que há um sentimento desagradável em mim." Chamar o sentimento pelo seu nome, "raiva", "tristeza", "alegria" ou "felicidade", nos ajuda a identificá-lo com clareza e reconhecê-lo em maior profundidade.

Podemos usar nossa respiração para entrar em contato com nossos sentimentos e aceitá-los. Se nossa respiração for leve e tranqüila — resultado natural da respiração consciente — nossa mente e nosso corpo irão lentamente se tornando leves, tranqüilos e claros. E da mesma forma nossos sentimentos. A observação plenamente consciente se baseia no princípio da "não-dualidade": nosso sentimento não está separado de nós nem foi causado apenas por algo externo a nós. Nosso sentimento é nosso eu, e temporariamente nós somos esse sentimento. Não submergimos nesse sentimento, nem nos aterrorizamos com ele, tampouco o rejeitamos. Nossa atitude de não nos agarrarmos aos nossos sentimentos e de tampouco rejeitá-los é a atitude de desapego, uma parte vital da prática da meditação.

Se encararmos nossos sentimentos desagradáveis com cuidado, afeição e não-violência, podemos transformá-los naquele tipo de energia que é saudável e que tem a capacidade de nos nutrir. Através da observação consciente, nossos sentimentos desagradáveis podem ser muito esclarecedores para nós, proporcionando-nos revelações e compreensão a respeito de nós mesmos e da nossa sociedade."

Thich Nhat Hanh

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Revoada




"Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo"
--Mário Quintana

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A imensa alegria de servir



Toda natureza é um anelo de serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, serve o sulco.
Onde houver uma arvore para plantar,



planta-a tu;
onde houver um erro para corrigir,
corrige-o tu;
onde houver uma tarefa que todos recusem,
aceita-a tu.



Sê quem tira
a pedra do caminho,
o ódio dos corações
e as dificuldades dos problemas.



Há a alegria de ser sincero e de ser justo;
há, porém, mais que isso,
a imensa alegria de servir.



Como seria triste o mundo
se tudo já estivesse feito,
se não houvesse uma roseira para plantar,
uma iniciativa para lutar!



Não te seduzam as obras as obras fáceis.
É belo fazer tudo
que os outros se recusam a executar.



Não cometas, porém, o erro
de pensar que só tem merecimento executar
as grandes obras;
há pequenos préstimos que são bons serviços:
enfeitar uma mesa.
arrumar uns livros.
pentear uma criança.
Aquele é quem critica,
este é quem destrói,
sê tu quem serve.



O servir não é próprio dos seres inferiores:
Deus, que nos dá fruto e luz,
serve.
Poderia chamar-se: o Servidor.
e tem seus olhos fixos em nossas mãos
e nos pergunta todos os dias:
- Serviste hoje?





Gabriela Mistral, poetisa chilena (1889-1957 )

sábado, 26 de setembro de 2009

As janelas da alma




Os sentimentos normalmente são externalizados por emoções que se transformam em lentes que filtram os acontecimentos, dando-lhes cor e conotação próprias.
De acordo com a estrutura e o momento psicológico, os fatos passam a ter significação que nem sempre correspondem à realidade.
Quem se utiliza de óculos escuros, mesmo diante da claridade solar, passa a ver o dia com menor intensidade de luz.
Na área do relacionamento humano as ocorrências também assumem contornos de acordo com o estado de alma das pessoas envolvidas.
Portanto, a necessidade de conduzir os sentimentos e as emoções, de modo a equilibrar os fatos em relação a eles depende essencialmente da maneira como cada indivíduo saiba lidar com determinadas circunstâncias.
Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de observar bem os sucessos da caminhada humana.
De acordo com a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vivê-la de forma agradável, mesmo nos momentos mais difíceis.
           Há quem abra janelas na alma para deixar que se externem as impressões negativas, facultando o uso das lentes escuras, que a tudo sombreiam com o toque pessimista de censura e de reclamação.

domingo, 2 de agosto de 2009

Tenho tanto Sentimento



"Tenho tanto sentimento

Que é freqüente persuadir-me

De que sou sentimental,

Mas reconheço, ao medir-me,

Que tudo isso é pensamento,

Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,

Uma vida que é vivida

E outra vida que é pensada,

E a única vida que temos

É essa que é dividida

Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira

E qual errada, ninguém

Nos saberá explicar;

E vivemos de maneira

Que a vida que a gente tem

É a que tem que pensar."


Fernando Pessoa

domingo, 12 de julho de 2009

Em busca da essência

Compreender a Alma humana é das coisas mais difícieis que se pode tentar. Mas é maravilhoso aventurar-se nestes caminhos.
Quando falamos em Alma devemos pensar automaticamente em Sentimentos. Não há como desatrelar as duas coisas. É o que está em nossa essência.
Sendo os sentimentos uma manifestação subjetiva surge aí a dificuldade de compreensão dos fatos. Então, naturalmente, surgem auto-questionamentos, dúvidas e dificuldades de aceitação.
Todos adoecemos, ou estamos sujeitos. Não somos máquinas infalíveis.
Podemos sofrer de micoses, artroses, artrites, gastrites. Quem sabe problemas no fígado, pâncreas e rins. Ou ainda, bronquite, hipertensão arterial, diabetes, enfim, do corpo, males em geral.Então, porque seria justamente o nosso cérebro um órgão privilegiado?? Antes fosse, assim não existiria um Mal de Parkinson, Alzheimer ou tantos outros quadros que tornam o indivíduo demenciado. Epilepsias, AVCs, Coréias e outras doenças neurológicas, enfim, acometem o indivíduo, causando sofrimento e sem possibilidades de se questionar tratamento.
Enfim, surge o lado cruel. Adoece-se na alma. Os sentimentos tornam-se confusos. Surgem emoções que nos aprisionam.
Sofremos?? Sem dúvida!! Talvez, ou, com certeza, na mente adoecer, não traz paralelos de sofrimento.
Mas, então, reflitamos como devemos cuidar de nosso corpo e mente.

Não tenha medos ou receios. Procure esclarecer o que se passa. Se não hover empatia pelo primeiro profissional, o que é normal, ouça a opinião de outro.
Mais importante do que rotulações é o tratamento, medicamentoso e/ou psicoterápico, não tenha dúvidas desse seguimento.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

SENTIMENTOS ESTAGNADOS

Um grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.
-- Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela?

Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.

-- Nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana.

-- Para as flores, lembrou o vigia.

-- Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.

-- Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaramque tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última visita e para lhe agradecer.

O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza:

-- Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores.

-- Como assim? Perguntou a senhora.

-- É que... A senhora sabe... As flores duram tão pouco tempo, e afinal, aqui, ninguém as vê...

-- O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a senhora.

-- Sei, sim minha senhora. Pertenço a uma associação de serviço social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores fazem muita falta. Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.

A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.

Apenas alguns meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.

-- Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável. O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e faz com que eu me sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei: é que eu reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.

Esta senhora descobrira o que quase todos não ignoramos, mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguirá auxiliar-se a si próprio.
Sentimentos estagnados, nunca expressados ou mal resolvidos, ficam guardados, somatizando em nosso corpo a angústia, tristeza, dores, raiva, hostilidade, amargura, isolamento, resignação e, muitas vezes, a pior de todas as emoções perniciosas: autocomiseração. Esses sentimentos nos tornarão pessimistas, sem energia, roubando nossos sonhos, nossa sensibilidade.
Ficamos indisponíveis para a vida.
Passa-se a viver cada minuto desdenhado, amargo, imerso nas vicissitudes.
A vida é aprendizado, evolução, dinâmica irrefreável e é inaceitável mergulhar na pequenez autocomplacente. Quando estancamos nossos pensamentos e sentimentos em um episódio ou determinadas circunstâncias passadas, aprisionamos nossa alma.
Rompa a inércia, e sinta novamente a vibração da vida, de forma mais madura, mais consciente. Rasgue o véu que te sufoca e encare suas frustrações.

Infine,
Respirare la vita di più, hanno più piacere, i sentimenti vivi, alimenti la tua anima.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pernicioso Sentimento



Conta-se que um monge eremita viajava através das aldeias, ensinando o bem. Chegando a noite e estando nas montanhas, sentiu muito frio. Buscou um lugar para se abrigar. Um discípulo jovem ofereceu-lhe a própria caverna. Cedeu-lhe a cama pobre, onde uma pele de animal estava estendida.O monge aceitou e repousou. No dia seguinte, quando o sol estava radiante e ele deveria prosseguir a sua peregrinação, desejou agradecer ao jovem pela hospitalidade.Então, apontou o seu indicador para uma pequena pedra que estava próxima e ela se transformou em uma pepita de ouro.Sem palavras, o velho procurou fazer que o rapaz entendesse que aquela era a sua doação, um agradecimento a ele. Contudo, o rapaz se manteve triste.Então, o religioso pensou um pouco. Depois, num gesto inesperado, apontou uma enorme montanha e ela se transformou inteiramente em ouro.O mensageiro, num gesto significativo, fez o rapaz entender que ele estava lhe dando aquela montanha de ouro em gratidão.Porém, o jovem continuava triste. O velho não pôde se conter e perguntou:Meu filho, afinal, o que você quer de mim? Estou lhe dando uma montanha inteira de ouro.O rapaz apressado respondeu: Eu quero o vosso dedo.A inveja é um sentimento destruidor e que nos impede de crescer.Invejamos a cultura de alguém, mas não nos dispomos a permanecer horas e horas estudando, pesquisando. Simplesmente invejamos.Invejamos a capacidade que alguns têm de falar em público com desenvoltura e graça. Contudo, não nos dispomos a exercitar a voz e a postura, na tentativa de sermos semelhantes a eles.Enfim, somos tão afoitos quanto o jovem da história que desejava o dedo do monge para dispor de todo o ouro do mundo, sem se dar conta de que era a mente que fazia as transformações.Pensar é construir. Pensar é semear. Pensar é produzir.Vejamos bem o que semeamos, o que produzimos, nas construções de nossas vidas, com as nossas ondas mentais.No lugar da inveja, manifestemos a nossa vontade de lutar para crescer, com a certeza de que cada um de nós é inigualável. O que equivale a dizer que somos únicos e que ninguém poderá ser igual ao outro.Cada um tem seus tesouros íntimos a explorar, descobrir e mostrar ao mundo.Quando pensamos, projetamos o que somos.


Pensemos melhor.

Pensamento é vida.


"Há um silêncio roendo em mim um espelho

Há um espelho morando em mim por dentro

Há um de dentro que em mim passeia

Há um passeio que eu não faço

Uma embarcação onde meu cão não entra

Um outro que em mim se vira

E um gato que fica à espreita
Há um caso que causa espanto

Há um desejo de ter só vontade

Um colo que solidário atormenta

Um desprezo que a solidão rejeitaGelo, cinzel e uma precaução de gaveta

Um outro que em mim se encanta

Com um outro que viajou de volta
Há uma janela que me dá trabalho

E um trabalho que não me prende

Há um dormir que vem com sorte

E um dia de tomar sorvete
Há uma intuição de que não há nada

Três rostos que em mim são vários

Um outro que chacoalha a morte

De um outro que não derrete"


Magali Gallello, Março/2004

domingo, 3 de maio de 2009

O que ouvimos....o que sentimos


Já repararam que na grande maioria das vezes as distâncias que nos separam verdadeiramente das outras pessoas são"materialmente" imperceptíveis porque são quase sempre nossos pensamentos e sentimentos que fazem este papel? Que estamos "realmente" separados e distantes muitas vezes daqueles que convivem conosco? E muito mais "próximos" e "unidos" com aqueles que estão a distância? Então reflitamos: O que nos separa e distancia verdadeiramente das pessoas? Nos distanciamos daqueles que nos dirigem palavras ofensivas. Nos distanciamos daqueles que nos incomodam. Nos distanciamos daqueles que nos ferem. Então, pergunto-vos: foi a outra pessoa que nos ofendeu ou nossos ouvidos interpretaram ofensivas suas palavras?Por que algumas pessoas nos incomodam?Não será porque nos fazem ver nossos defeitos refletidos nas suas atitudes?Por que algumas pessoas nos ferem?Não será porque nos deixamos ferir?Creiam, sempre há os dois lados em todas as questões. Será que a nossa "distância afetiva" dessas determinadas pessoas vai mudar, transformar alguma coisa?E todos sabemos que a nossa "tarefa" nesta terra é transformar, mudar e evoluir. A distância concreta é fácil de diminuir, não é? O pensamento, a memória, o telefone... são tantos os artifícios para driblá-la. Porém, a distância do coração, das atitudes; essas são bem mais difíceis, porque requerem humildade. Humildade para verdadeiramente ouvirmos, olharmos e fazermos um movimento receptivo e acolhedor na direção das pessoas que nos incomodam ou ofendem. E "ser" humilde é um dos estados que o espírito humano ainda tem muita dificuldade em compreender e conseqüentemente atingir. É mais fácil nutrirmos sentimentos negativos, pois temos mais forças para isso; do que para buscarmos o contrário e que necessita de muito trabalho interno, que é uma nova maneira de "olhar" o próximo. Mas posso assegurar-lhes de que esse trabalho vale a pena, sua recompensa é a paz, a tranqüilidade na consciência.

Julgamentos


"Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida.
A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo.
Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é:
-- O que fiz hoje pelos outros?"



Martin Luther King

sábado, 2 de maio de 2009

Aprendendo a voar


À Distância, uma fita preta
Estendida até um ponto sem retorno
Um vôo de fantasia num campo varrido pelo vento
Em pé sozinho e os meus sentidos embaraçados
Uma atração fatal me segurando firme
Como eu posso escapar dessa força irresistível

Não consigo tirar os meus olhos do céu que roda
Com a língua presa e enrolada
Somente um desajustado preso à terra, Eu

Gelo se forma sobre as pontas de minhas asas
Avisos sem cuidado, eu pensei que tinha pensado sobre tudo
Nenhum navegador pra guiar o meu caminho pra casa
Descarregado, vazio e transformado em pedra
Uma alma sobre tensão que está aprendendo a voar
Preso a condições mas determinado a tentar

Não consigo tirar os meus olhos do céu que roda
Com a língua presa e enrolada
Somente um desajustado preso à terra, Eu

Acima do planeta com uma asa e uma prece
A minha auréola desmazelada ,
Uma trilha de vapor no ar vazio
Pelas nuvens eu vejo minha sombra voar
pelo canto do meu olho marejado
Um sonho não ameaçado pela luz da manhã
Poderia levar esta alma através dos céus da noite

Não há sensação para se comparar com isso
Animação suspensa um estado de êxtase

Não consigo tirar minha mente do céu que roda
Com a língua presa e retorcida
Somente um desajustado preso à terra, Eu

Sentimentos e Curas


O Vento que Sopra pelas Flores

Há vários anos atrás, em Seattle, Washington, vivia um refugiado tibetano de 52 anos de idade. "Tenzin", é como vou chamá-lo, foi diagnosticado como portador de uma forma de linfoma das mais fáceis de curar. Ele foi internado em um hospital e recebeu a primeira dose de quimioterapia. Mas durante o tratamento, este homem normalmente gentil tornou-se agressivo e irritado; arrancou a agulha intravenosa de seu braço e negou-se a cooperar.
Ele então gritou com as enfermeiras e discutiu com todos ao seu redor. Os médicos e enfermeiros ficaram desconcertados. Depois, a esposa de Tenzin falou com o pessoal do hospital. Ela contou que Tenzin foi um prisioneiro político dos chineses por 17 anos, eles mataram sua primeira esposa e ele foi repetidamente torturado brutalizado durante todo o tempo em que esteve preso.
As normas e regulamentos do hospital, juntamente com a quimioterapia, fez Tenzin recordar todo o sofrimento que passou nas mãos dos chineses.
"Eu sei que vocês querem ajudá-lo," ela disse, "mas ele se sente torturado pelo tratamento, eles fazem com que ele sinta ódio internamente - da mesma maneira que os chineses fizeram ele se sentir. Ele prefere morrer do que viver com o ódio que ele está sentindo agora. e, segundo nossas crenças, é muito ruim ter tamanho ódio no coração na hora da morte. Ele precisa estar apto para rezar e limpar seu coração."
Assim, o médico dispensou Tenzin e recomendou uma equipe da clínica de repouso para visitá-lo em casa. Eu era a enfermeira encarregada de cuidar dele. Eu entrei em contato com um representante da "Anistia Internacional" para pedir-lhe conselhos. Ele me disse que a única forma de sanar o trauma da tortura era "falar a respeito". "Essa pessoa perdeu sua confiança na humanidade e sente que a esperança é impossível." Mas quando eu encoragei Tenzin a falar sobre suas experiências, ele ergueu suas mãos e me fez parar.
Ele disse, "Eu preciso aprender a amar de novo se eu quiser curar minha alma. Sua tarefa não é fazer perguntas. Sua tarefa é me ensinar a amar novamente."
Respirei profundamente e perguntei, "E como eu posso fazê-lo amar de novo?" Tenzin respondeu prontamente, "Sente-se, tome meu chá e coma meus biscoitos." O chá tibetano é um chá preto forte, coberto com manteiga de iaque e sal. Não é fácil de bebê-lo! Mas, foi o que eu fiz.
Por várias semanas, Tenzin, sua mulher e eu nos sentamos juntos e tomamos chá. Nós também conversamos com os médicos para achar formas de tratar suas dores físicas. Mas era sua dor espiritual que deveria ser diminuída. Cada vez que eu chegava, via Tenzin sentado de pernas cruzadas em sua cama, recitando preces de seus livros. Com o passar do tempo, sua mulher foi pendurando mais e mais 'thankas', bandeirolas budistas coloridas, nas paredes.
Em pouco tempo, o quarto parecia um colorido templo religioso. Na chegada da primavera, eu perguntei o que os tibetanos faziam quando estavam doentes na primavera. Ele abriu um grande sorriso e disse, "Nós nos sentamos e aspiramos o vento que sopra pelas flores." Eu pensei que ele estava falando poeticamente, mas suas suas palavras eram literais.
Ele explicou que os tibetanos fazem isso para serem pulverizados com o pólen das novas floradas, carregadas pela brisa. Eles acreditam que esse pólen é um potente medicamento. No primeiro momento, achar muitas floradas parecia um pouco difícil.
Mas, um amigo sugeriu que Tenzin visitasse algumas floriculturas locais. Eu liguei para o gerente de uma floricultura e expliquei-lhe a situação.
Sua reação inicial foi "Você quer o quê???" Mas quando eu expliquei melhor o meu pedido, ele concordou. Então, no final-de-semana seguinte, eu busquei Tenzin, sua esposa e suas provisões para a tarde: chá preto, manteiga, sal, xícaras, biscoitos,almofadas e livros de preces. Eu os deixei na floricultura e combinei de pegá-los às 17 horas. No outro final-de-semana, visitamos uma outra floricultura. E mais outra no terceiro fim-de- semana.
Na quarta semana, eu comecei a receber convites das floriculturas para Tenzin e sua mulher para voltarem novamente. Um dos gerentes disse, "Nós temos uma nova remessa de nicotianas e lindas fuchsias.ah, sim! E temos belas dafnias. Eu sei que eles vão adorar o perfume das dafnias! E eu quase me esqueci! Temos uns novos bancos de jardim que Tenzin e sua esposa vão adorar!" No mesmo dia, outra floricultura ligou dizendo que eles tinham recebido birutas coloridas para Tenzin saber de que direção o vento estava soprando.
Logo, as floriculturas estavam competindo pelas visitas de Tenzin. As pessoas começaram a se importar com o casal tibetano.
Os empregados arrumavam os móveis de frente para o vento. Outros traziam água quente para o chá. Alguns fregueses regulares deixavam seus carrinhos de compras próximos do casal. E no final do verão, Tenzin voltou ao seu médico para novos exames e determinar o desenvolvimento da doença. Mas o doutor não achou nenhuma evidência de câncer. Ele estava abobalhado; disse à Tenzin que ele simplesmente não sabia explicar aquilo.
Tenzin levantou seu dedo e disse, "Eu sei porque o câncer se foi. Ele não podia mais viver num corpo tão cheio de amor. Quando eu comecei a sentir a o amor das pessoas da clínica, dos empregados das floriculturas, e todas essas pessoas que queriam saber de mim, eu comecei a mudar por dentro. Quando parei de sentir o ódio e remoer minhas amarguras tive a oportunidade de ser curado dessa forma."

Solidão

Apenas sinta...

O que falar a respeito? Não precisamos de palavras, basta sentir!!
Somente um sentimento tão puro é capaz de propiciar tal fato

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Retorne à inocência



TRADUÇÃO DO CLIPE


O Retorno À Inocência ( RETURN TO INNOCENCE ) -- ENIGMA

Amor - devoção
Sentimento - emoção
Não tenha medo por ser fraco
Não tenha tanto orgulho por ser forte

Apenas olhe dentro de seu coração, meu amigo
Esse será o retorno a você mesmo
O retorno à inocência

Se você quer, então comece a rir
Se você deve, então comece a chorar
Seja você mesmo, não se esconda
Apenas acredite no destino

Não se importe com o que os outros dizem
Apenas siga seu próprio caminho
Não desista e use a chance
Para retornar à inocência

Esse não é o começo do fim
Esse é o retorno a você mesmo
O retorno à inocência



Elemento Água

Assim como não devemos bloquear as águas de um rio, não devemos bloquear nossas emoções, mas sim fazer com que elas fluam harmoniosamente como as margens de um rio. Pensando nisso, o que acontece, com águas paradas? O que acontece quando bloqueamos nossas emoções? O Elemento água está diretamente ligado às emoções, assim como a Lua.
Quando não estamos bem, por qualquer motivo, sentimos uma sombra escura, e somos arrastados a medos, depressões, desesperanças. Busca-se a felicidade, mas, para alguns, ela é sempre temporária, não dura.
As crises pessoais ocorrem quando percebemos a inutilidade de um velho padrão, mas continuamos insistentemente apegados a ele, porque nos é mais seguro e familiar. É manter-se na mesmice, é o medo de encarar novos caminhos, é seguir como um “carneirinho” a condução que lhe é determinada.
Para isso precisamos de algo verdadeiro, simples e eficiente, para poder atravessar as águas das emoções que acompanham as transformações, e o crescimento que advém das crises pessoais.
Precisamos estar conscientes que na medida da expansão da consciência, velhas estruturas tendem a cair. O modo antigo vai se dissolvendo e, por vezes, tomamos medidas para entorpecer nosso sofrimento, criando ilusões.
Não há como evitar os sentimentos, somos seres humanos. Há como passar por eles e aprender com suas lições. Negar ou evitar os sentimentos os intensificam, eles crescem e se tornam maiores na nossa vivência. Aceitar é reafirmar que estamos prontos para acompanhar e transpor o sentimento de imediato, de maneira que podemos aprender, e crescer na jornada.
Só você pode transformar a sua vida. O poder de decisão é o poder pessoal que poderá fazer isto.