segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Crepúsculo Mental

E quem ainda pode afirmar que a história familiar não tem influências sociais?

Tudo começa na infância. Tudo, certamente tudo, tem uma grande significação para a criança.

Toda criança, em seu desenvolvimento, tem a mente aberta ao aprendizado. E é nesse ponto que as questões começam pesar. Se essa criança vive em um lar estruturado, ambiente saudável, poderá desenvolver seu maior potencial e tornar-se um adulto íntegro, de bom caráter, seguro, disposto a encarar todas as situações da vida da forma mais tranqüila.
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Lindor nasceu e seu pai morreu, tinha apenas 1 mês de vida.


Sua mãe, uma senhora respeitadíssima, mais puritana impossível.

Entre os 10 a 12 anos de idade Lindor sofreu abusos físicos e sexuais de um menino que era seu vizinho. Acabou se acostumando à situação.

Lindor cresceu e tornou-se um cidadão respeitável. Aparentemente uma pessoa normal.

Ninguém, absolutamente ninguém, sabe o que se passa na mente de Lindor. Seus pensamentos são obsessivos. Os desejos, uma tormenta.

Lindor adora meninos de 10 a 12 anos. Tem uma fixação total por meninos nessa faixa etária.

Homens adultos não o atraem. Mulheres? Sente nojo, repulsa. Lembra de sua mãe. Aquela senhora casta, íntegra aos olhos de todos, vivia promiscuamente com todo tipo de homem. E ele, Lindor, assistia aos espetáculos caseiros de orgias. Por muitas vezes acabava sendo espancado a cabo de vassoura pela mãe ou algum destes “cavalheiros” que a pagava por seus serviços.

Assim tinha ele crescido. Essa era a imagem feminina estampada em sua mente.

E Lindor convive com sua obsessão por garotos. Sobrevive de desejos, fantasias e atos.

Não pode ver um garoto dessa idade que já começa transpirar. Sua respiração ofegante, peito apertado, coração disparado. E o desejo o leva à ação. Não resiste. Sente a atração, como um grande imã. E volta aos seus 12 anos.

Sente-se um monstro? Sim. Sabe que seus desejos são inaceitáveis, antes mesmo que a sociedade o condene.

É feliz? Não. Vive sozinho, isolado, retraído. Vive à espreita, à espera, como o caçador na expectativa de abater sua caça.

Sente-se frustrado? Sem dúvida. Seu semblante denota.

Queria morrer? Sim, ele queria morrer. Queria recomeçar. Queria a oportunidade de ter uma família normal em sua infância. Queria poder casar e ter filhos. Queria abraçar e beijar seus filhos, com o verdadeiro afeto, sem o desejo que sente na pele.

Lindor apenas sobrevive. Não sabe o que lhe aguarda.

Os pensamentos confundem desejos e fantasias.

Chora e ri. Nem sabe o que sente.

Diz: “Eu queria apenas não ser quem sou”


10 comentários:

Rosana Madjarof disse...

Psiquismo,
A infância bem vivida, com bases sólidas, fazem com que a criança cresça feliz, com pensamentos altruístas, mas quando nos deparamos com casos com este, é muito triste.
Isso acontece diariamente em nossa sociedade, e nós não podemos fazer nada diante de tal fato, infelizmente.
Parabéns pela postagem.
Bjs.

Marcos Mariano disse...

Ta ai um retrato realista dos dias de hoje,acho que o nosso governo da muita pouca importancia para as crianças do nosso país, afinal elas são o futuro da nação, somos hoje o retrato de ontem, os monstros, não nascem monstros, eles são transformados em monstros.

grande abraço belo post

Insana disse...

A tao temida solidao .

bjs
Insana

*lua* disse...

Ai PD que texto mais atual e triste ... nossa me arrepia completamente em pensar nas almas(tantas) que nesse minuto estão a sofrer, tanto caça como caçador, e pior dependendo da região e fator histórico, nunca sentirão como caça e nem caçador, mas uma solidão da vida! Beijo

ValeriaC disse...

Triste realidade esta aí amigo e outras tantas mais que desequilibram o indivíduo que as vive.
Beijos...
Valéria

Ana Cavalcantti disse...

Nossa nem me fale, carregamos muito da nossa infãncia em vaários sentidos...educação, formação de caráter, auto estima, convivio em grupo...nossa não tem fim ...!
É um pecado uma má formação..isso atormenta uma vida inteira !
Beijos

Marcio Alves disse...

Não, eu não acho que o homem é apenas um refém do meio em que vive, mas também refém de si mesmo, de suas sombras, desejos, vontades e inclinações inatas, tanto para o “mal” quanto para o “bem”.

Nem todo pedofilo, assassino, terrorista, bandido e prostituta teve problemas na infância, tudo bem que talvez seja realmente a maioria, mas nem sempre a culpa é do meio social e circunstancial em que se viveu.

Há pessoas que são mais inclinadas em sua natureza para violência ou promiscuidade sexual, outras para a pacificação e castidade.

Mais importante do que a vida com suas contingências, vícios, situações, ocasiões e natureza fizeram conosco é fazer com o que a vida fez de nós sermos, nisto todos nós somos responsáveis seja ativamente ou passivamente.

Abraços

franciete disse...

Amigo muito querido que saudades de você, quase que me apetece dizer.

Voltei voltei
voltei de lá
ainda ontem estava em Hollanda
e agora já estou cá
vale mais um dia aqui do que
um ano inteiro lá.

Amigo o Sol de Portugal é lindo quente e belo por demais, não tem quem lhe passe na frente, as saudades dos meus amigos são mais do que muitas.
desejo para você tudo de belo que a vida te possa trazer, beijinhos de luz e paz em seu coração

Maysha disse...

Meu amigo este texto retrata uma realidade que dói de tão real.
Concordo com o Marcio, o ser humano acaba por ser refem de si mesmo, das sua tendencias e frustrações, nem todos tiveram uma infancia destruturada. E quantos a tiveram, e superaram são dignos cidadãos, pessoas de moral e bons costumes.
Penso que tudo tem a ver com o nosso caracter, com aquilo que na realidade somos, com o nosso eu.
Um beijo para si, gostei de voltar aqui e de o ler.

Paquera Internet disse...

O pessoal do dihitt adora mesmo frases curtas. Parabens.

Abs
Leonardo B. Arnaud
Paquera Internet - http://paquerainternet.com.br/