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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Manifestação artística









''O que você acredita que é um artista? Um imbecil que só tem olhos se for pintor, ouvidos se for músico, ou uma lira em todos os andares do coração se for poeta? Muito pelo contrário, ele é ao mesmo tempo um ser estético, constantemente em alerta diante dos dilacerantes, ardentes ou doces acontecimentos do mundo, refletindo-os na forma como realiza sua obra. Como seria possível desinteressar-se dos outros homens? Graças a qual indolência, dissociar-se de uma vida que eles lhe trazem de modo tão abundante? Não, a pintura não é feita para decorar apartamentos. É um instrumento de guerra ofensivo e defensivo contra o inimigo.''








Manifestação artística







A Tempestade

THE STORM ( A TEMPESTADE )
Este é o nome desse quadro pintado pelo artista PIERRE AUGUST COT (1837-1883), o qual foi um pintor francês, que pertenceu ao movimento acadêmico chamado neoclassicismo. Sofreu grandes influências de Leon Cogniet, Alexandre Cabanel e William Adolphe Bouguereau. Para quem já pôde ter o prazer de ver seu quadro The Storm de perto, fica hipnotizado com a beleza, riqueza de detalhes e sensação de movimento. É maravilhoso!!

Primavera

SPRINGTIME (primavera)
Tela de PIERRE A. COT que faz muito sucesso e que junto com a tela "THE STORM" tem exposição permanente no Metropolitan Museum of New York.

Mitologia Grega



O mito de Psiquê é narrado no livro O Asno de Ouro de Apuleio, que a cita como uma bela mortal por quem Eros, o deus do amor se apaixonou. Tão bela que despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, mãe de Eros- pois os homens deixavam de freqüentar seus templos para adorar uma simples mortal.
A deusa mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas, fazendo-a se apaixonar pelo ser mais monstruoso existente. Mas, ao contrário do esperado, Eros acaba se apaixonando pela moça - acredita-se que tenha sido espetado acidentalmente por uma de suas próprias setas.
Com o próprio deus do Amor apaixonado por ela, suas setas não foram lançadas para ninguém. O tempo passava, Psiquê não gostara de ninguém, e nenhum de seus admiradores tornara-se seu pretendente.
As irmãs de Psiquê
O rei, pai de Psiquê, cujo nome é desconhecido, preocupado com o fato de já ter casado duas de suas filhas, que nem de longe eram belas como Psiquê, quis saber a razão pela qual esta não conseguia encontrar um noivo. Consulta então o Oráculo de Delfos, que prevê, induzido por Eros, ser o destino de sua filha casar com um ente monstruoso.
Após muito pranto, mas sem ousar contrariar a vontade de Apolo, a jovem Psiquê foi levada ao alto de um rochedo e deixada à própria sorte, até adormecer e ser conduzida pelo vento Zéfiro a um palácio magnifico, que daquele dia em diante seria seu.
Lá chegando a linda princesa não encontrou ninguém, mas tudo era suntuoso e, quando sentiu fome, um lauto banquete estava servido. À noite, uma voz suave a chamava e, levada por ela, conheceu as delícias do Amor, nas mãos do próprio deus do amor...
Os dias se passavam, e ela não se entediava, tantos prazeres tinha: acreditava estar casada com um monstro, pois Eros não lhe aparecia e, quando estavam juntos, usava sempre um capuz. Ele não podia revelar sua identidade pois, assim, sua mãe {Vênus , que é o nome de Afrodite na mitologia romana) descobriria que não cumprira suas ordens - e apesar disto, Psiquê amava o esposo, que a fizera prometer-lhe jamais retirar-lhe o capuz.
Passado um tempo, a bela jovem sentiu saudade de suas irmãs e, implorando ao marido que permitisse que elas fossem trazidas a seu encontro. Eros resistiu e, ante sua insistência, advertiu-a para a alma invejosa das mulheres.
As duas irmãs foram, enfim, levadas. A princípio mostraram-se apiedadas do triste destino da sua irmã, mas vendo-a feliz, num palácio muito maior e mais luxuoso que o delas, foram sendo tomadas pela inveja. Constataram, então, que a irmã nunca tinha visto a face do marido, então sugeriram-lhe que, à noite, quando este adormecesse, tomasse de uma lâmpada e uma faca: com uma iluminaria o seu rosto; com a outra, se fosse mesmo um monstro, o mataria, tomando posse de todas as riquezas.
Chegada a noite Psiquê, julgando que os conselhos das irmãs eram ditados por amizade, pôs em execução o plano que elas haviam lhe dito: Após perceber que seu marido entregara-se ao sono, levantou-se tomando uma lâmpada e uma faca, e dirigiu a luz ao rosto de seu esposo, com intenção de matá-lo.
A jovem, espantada e admirada com a beleza de seu marido, desastradamente deixa pingar uma gota de azeite quente sobre o ombro dele. Eros acorda - o lugar onde caiu o óleo fervente de imediato se transforma numa chaga: o Amor está ferido.
Percebendo que fora traído, Eros enlouquece, e foge, gritando repetidamente: O amor não sobrevive sem confiança!
Psiquê fica sozinha, e desesperada com seu erro, no imenso palácio. Precisa reconquistar o Amor perdido.
A Busca pelo Amor
Psiquê vaga pelo mundo, desesperada, até que resolve consultar-se num templo de Vênus. A deusa, já cientificada de que fora enganada, e mantendo Eros sob seus cuidados, decide impor à pobre alma uma série de tarefas, esperando que delas nunca se desincubisse, ou que tanto se desgastasse que perdesse a beleza...


Os Quatro Trabalhos de Psiquê

OS GRÃOS: A princesa foi colocada num quarto onde uma montanha de grãos de diversos tipos tinham sido misturados. Psiquê devia separá-los, conforme cada espécie, no espaço de uma noite. A jovem começou a trabalhar, mas mal fizera alguns montículos, e adormece extenuada. Durante seu sono, surgem milhares de formigas que, grão a grão, os separa do monte e os reúne consoante sua categoria. Ao acordar, Psiquê constata que a tarefa fora cumprida dentro do prazo.
A LÃ DE OURO: Vênus pede, então, que a moça lhe trouxesse a lã de ouro que uns carneiros produziam. Após longa jornada, Psiquê encontra os ferozes animais, que não deixavam que deles se aproximassem. Um voz surge de juncos num rio, e lhe aconselha: ela deve procurar um espinheiro, junto a onde os carneiros vão beber, e nas pontas dos espículos recolher toda a lã que ficara presa. Cumprindo o ditame, Psiquê realiza a tarefa, enfurecendo a deusa.
ÁGUA DA NASCENTE: Vênus então lhe pede um pouco da pura água da nascente do Rio Estige. Mas a nova tarefa logo revela-se impossível: o Estige nascia duma alta montanha, tão íngreme que era impossível escalar. Levando um frasco numa das mãos, a princesa queda-se ante a escarpa que erguia-se à sua frente quando as águias de Zeus surgem, tomando-lhe o frasco, voam com ela até o alto, enchendo-o. O trabalho, mais uma vez, foi realizado.
BELEZA DE PERSÉFONE: Vênus percebeu que teria de usar de meios mais poderosos. Inventando que tinha perdido um pouco de sua beleza por cuidar do ferimento de Eros, pede a Psiquê que, no Reino dos Mortos (o País de Hades, também chamado de Campos Elísios), pedisse à sua rainha, Perséfone, um pouco de sua beleza. Conta-se, que Vênus tinha inveja da beleza da Perséfone, e este seria outro motivo para mandar a jovem ao reino de Hades. Mesmo assim a deusa estava certa de que ela não voltaria viva. Mais uma vez, Vênus se engana. Psiquê convece Perséfone a encher uma caixa com sua beleza para Vênus. Psiquê está indo de volta à Vênus, quando pensa que sua beleza havia se desgastado depois de tantos trabalhos, não resiste e resolve abrir a caixa. Cai em sono profundo, Eros já curado de sua queimadura vai ao socorro de sua amada, põe de volta o conteúdo para a caixa. desperta Psiquê e ordena-lhe que entregue a caixa à mãe dele.
Amor e Alma
Enquanto Psiquê entrega a caixa à Vênus, Eros vai a Zeus e pede que o case com Psiquê. Zeus concede esse pedido e posteriormente Psiquê é tornada imortal.
A união do amor e da alma, pois "psiquê" significa alma.

Manifestação artística


O Grito - Edvard Munch

Há na história da arte inúmeros registros de artistas que foram afetados pela loucura. Insanos também foram retratados por alguns pintores. A perturbação mental influenciou sobremaneira a vida de Edvard Munch.Em 1890, Munch esteve internado durante dois meses em Le Havre, França, para "tratamento nervoso". Tratou-se também na Suíça, em 1900, e em Bad Elgersburg, Turíngia, cinco anos depois, onde foi diagnosticado como portador de grave neurastenia. Ao pintar pela primeira vez O Grito (1893), ele expressou (expressionismo) o seu cotidiano inferno interior e o mal-estar que a loucura lhe causava.

Manifestação artística



( O Louco - Pablo Picasso )


Pablo Picasso (1881-1973) também retratou um alienado. A aquarela sobre cartolina, pintada durante a denominada "fase azul" do artista, chama-se O Louco (1904). Trata-se de um doente mental que perambulava pelas ruas de Barcelona. (Aquele insano, com membros superiores e inferiores chamativamente longos, esqueléticos e deformados, lembra uma pintura do astigmático El Greco (1541-1614). 0 Louco encontra-se no acervo do Museu Picasso, em Barcelona

terça-feira, 21 de abril de 2009

Drummond e Portinari


"A minha casa pobre é rica de quimera / e se vou sem destino a trovejar espantos, / meu nome há-de romper as mais nevoentas eras, / tal qual Pentapolim, o rei dos Garamantas."
Assim começa o primeiro dos 21 poemas de Carlos Drummond de Andrade glosando os 21 desenhos de Cândido Portinari que celebram o Quixote, de Cervantes. O álbum, editado muito apropriadamente pela Dom Quixote, é um belo objecto que apela ao prazer dos sentidos. Na introdução, são explicadas as circunstâncias da sua produção. Em 1956, Portinari foi aconselhado pelo médico a abandonar o uso das tintas, cuja intoxicação lhe poderia ser fatal. O pintor passou a usar os lápis de cor, material usado na série de 21 desenhos aqui reproduzidos. Só após a morte, o filho, João Cândido, vendeu a série D. Quixote. Os textos de Cervantes que inspiraram, em concreto, estes desenhos, são aqui publicados seguindo a tradução de Miguel Serras Pereira para a nova versão com que a editora portuguesa celebrou o quarto centenário da primeira impressão do livro de Cervantes. Ficam, além dos desenhos de Portinari, os versos de Drummond.



I / Soneto da loucura

A minha casa pobre é rica de quimerae se vou sem destino a trovejar espantos,meu nome há de romper as mais nevoentas erastal qual Pentapolim, o rei dos Garamantas.
Rola em minha cabeça o tropel de batalhasjamais vistas no chão ou no mar ou no inferno.Se da escura cozinha escapa o cheiro de alho,o que nele recolho é o olor da glória eterna.
Donzelas a salvar, há milhares na Terrae eu parto e meu rocim, corisco, espada, grito,torto endireitando, herói de seda e ferro,
E não durmo, abrasado, e janto apenas nuvens,na férvida obsessão de que enfim a benditaIdade de Ouro e Sol baixe lá nas alturas.

II/ Sagração

Rocinantepasta a erva do sossego.A Mancha inteira é calma.A chama oculta ardenesta fremente Espanha interior.
De geolhos e olhos visionáriosme sagro cavaleiroandante, amantede amor cortês e minha dama,cristal de perfeição entre perfeitas.
Daqui por dianteé girar, girovagar, a combatero erro, o falso, o mal de mil semblantese recolher no peito em sanguea palma esquiva e raraque há de cingir-me a frontepor mão de Amor-amante.
A fama, no capimque Rocinante pasta,se guarda para mim, em tudo a sinto,
sede que bebo,vento que me arrasta.



III / O esguio propósito

Caniço de pescafisgando o ar,gafanhoto montadoem corcel magriz,espectro de grilocingindo loriga,fio de linhaà brisa torcido, relâmpago ingênuo furorde solitárias horas indormidasquando o projeto a noite obscura.
Esporeiao cavalo,esporeiao sem-fim.

Surrealismo


Joan Miró



Joan Miró1893-1983.

Contemporâneo do fauvismo e do cubismo, Miró criou sua própria linguagem artística e procurou retratar a natureza como o faria o homem primitivo ou uma criança, que tivesse, no entanto, a inteligência de um homem maduro do Século 20.
Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, em 20 de abril de 1893. Apesar da insistência do pai em vê-lo graduado, não completou os estudos. Freqüentou uma escola comercial e trabalhou num escritório por dois anos até sofrer um esgotamento nervoso. Em 1912, seus pais finalmente consentiram que ingressasse numa escola de arte em Barcelona. Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí.
Miró trazia intuitivamente a visão despojada de preconceitos que os artistas das escolas fauvista e cubista buscavam, mediante a destruição dos valores tradicionais. Em sua pintura e desenhos, tentou criar meios de expressão metafórica, ou seja, descobrir signos que representassem conceitos da natureza num sentido poético e transcendental. Nesse aspecto, tinha muito em comum com dadaístas e surrealistas.
De 1915 a 1919, Miró trabalhou em Montroig, próximo a Barcelona, e em Maiorca, onde pintou paisagens, retratos e nus. Depois, viveu em Montroig e Paris alternadamente. De 1925 a 1928, influenciado pelo dadaísmo, pelo surrealismo e principalmente por Paul Klee, pintou cenas oníricas e paisagens imaginárias. Após uma viagem aos Países Baixos, onde estudou a pintura dos realistas do século XVII, os elementos figurativos ressurgiram em suas obras.
Na década de 1930, seus horizontes artísticos se ampliaram. Fez cenários para balés, e seus quadros passaram a ser expostos regularmente em galerias francesas e americanas. As tapeçarias que realizou em 1934 despertaram seu interesse pela arte monumental e mural. Estava em Paris no fim da década, quando eclodiu a guerra civil espanhola, cujos horrores influenciaram sua produção artística desse período.
No início da segunda guerra mundial voltou à Espanha e pintou a célebre "Constelações", que simboliza a evocação de todo o poder criativo dos elementos e do cosmos para enfrentar as forças anônimas da corrupção política e social causadora da miséria e da guerra.
A partir de 1948, Miró mais uma vez dividiu seu tempo entre a Espanha e Paris. Nesse ano iniciou uma série de trabalhos de intenso conteúdo poético, cujos temas são variações sobre a mulher, o pássaro e a estrela. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe a técnica altamente elaborada, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países.
Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra. Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.


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