segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cavalinho de pau


Certa tarde o paizao saiu para um passeio com as duas filhas, uma de
oito e a outra de quatro anos.

Em determinado momento da caminhada, Helena, a filha mais nova, pediu
ao pai que a carregasse, pois estava muito cansada para continuar
andando.

O pai respondeu que estava também muito fatigado, e diante da
resposta, a garotinha começou a choramingar e fazer "corpo mole".

Sem dizer uma só palavra, o pai cortou um pequeno galho de árvore e o
entregou à Helena dizendo :

-- Olhe aqui um cavalinho para você montar, filha !

Ele irá ajudá-la a seguir em frente.

A menina parou de chorar e pôs-se a cavalgar o galho verde tão rápido,
que chegou em casa antes dos outros.

Ficou tão encantada com seu cavalo de pau, que foi difícil fazê-la
parar de galopar.

A irmã mais velha ficou intrigada com o que viu e perguntou ao pai
como entender a atitude de Helena.

O pai sorriu e respondeu dizendo :

-- Assim é a vida, minha filha.

 
As vezes a gente está física e mentalmente cansado, certo de que é
impossível continuar.

Mas encontramos então um "cavalinho" qualquer que nos dá ânimo outra
vez.

Esse cavalinho pode ser um bom livro, um amigo, uma canção... assim,
quando você se sentir cansada ou desanimada, lembre-se de que sempre
haverá um cavalinho para cada momento, e nunca se deixe levar pela
preguiça ou o desânimo.

A mais completa perda de tempo de todos os dias é
aquela na qual você não sorriu nem uma vez !

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A riqueza de estarmos vivos



A felicidade pode existir em cada momento e em cada situação. Se seu trabalho é maçante, é porque você escolheu enxergá-lo dessa forma. Se seu vizinho é desagradável, é porque você o considera assim. Tudo, na vida, depende da forma como encaramos os fatos. Encontre o lado bom das coisas ao seu redor. Nada o fará feliz até que você decida ser feliz. Adaptar-se às situações e convivências torna a vida mais prazerosa e você terá o poder de sentir-se bem..
Nada tem o poder de fazê-lo feliz, mas você tem o poder de extrair felicidade de qualquer coisa.
Luta e conflito, riso e alegria, lágrimas e sorrisos, são todos parte da mesma abundante e incrível sinfonia que é a vida. A riqueza de estarmos vivos nunca é condicional. Ela não é feita apenas de diversão, mas você realmente gostaria que fosse assim?

Regozije-se com a vida dá, pois é maravilhosa.
Dá-nos oportunidade de saborear os aprendizados.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Crer de fato



Em uma pequena vila ao pé de uma montanha houve um período prolongado de seca e calor que acabou com as plantações e com o gado, deixando a todos na miséria e passando fome.
Quando a situação já estava insuportável, o líder religioso da aldeia chamou a todos e comunicou:
- Amanhã pela manhã, quando ainda não estiver tão calor, vamos todos subir até o topo da montanha e lá faremos orações para que Deus nos mande chuva. Estando mais perto Dele, acredito que Ele nos ouvirá, verá o sacrifício que estamos fazendo e nos atenderá.
No dia seguinte se reuniram ao pé da montanha, conforme combinado. Porém, antes de iniciar a subida, o líder reparou que um garoto de oito anos estava com chapéu, capa de chuva e galochas, suando desesperadamente naquele calor. Bravo, ele repreendeu o garoto:
- Filho! O que você está fazendo? Você vai morrer de calor, vestido assim.
E o garoto, tranquilamente, virou-se para o homem e disse:
- Nós não vamos pedir chuva para Deus?… Então, precisamos estar preparados!...


Muitas vezes oramos, mas não cremos que Deus nos concederá o que Lhe pedimos. Ou achamos que não o merecemos, ou pensamos que somos insignificantes demais e o Pai tem coisas mais importantes a fazer do que cuidar de cada um de nós.
Então, quero lhe dizer que não basta orar. É preciso orar com o coração e fé. É preciso confiar em Deus e entregar a Ele as suas preocupações.

Você costuma orar? Como são suas orações? Pense um pouco sobre isso.


 Roberto Shinyashiki

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Começando o novo ano de malas vazias


 
"Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão...
A medida em que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando
porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, por pensar que
são importantes ...
A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar
tantas coisas, pesa demais, então você pode escolher: ficar sentado a beira
do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que
passarem por ali já terão sua própria bagagem.
Você pode ficar a vida inteira esperando, até que seus dias acabem....
Ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala.
Mas, o que tirar ?
Você começa tirando tudo para fora...
veja o que tem dentro:
Amor, Amizade...nossa! Tem bastante, curioso, não pesa nada...
Tem algo pesado....
você faz força para tirar....
era a Raiva - como ela pesa!
Aí você começa a tirar, tirar e aparecem a Incompreensão, Medo,
Pessimismo...
nesse momento, o Desânimo quase te puxa pra dentro da mala ....
Mas você puxa-o para fora com toda a força, e no fundo da mala aparece um
Sorriso, que estava sufocado no fundo da sua bagagem....
Pula para fora outro sorriso e mais outro, e aí sai a Felicidade...
Aí você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira pra fora um monte de
Tristeza...
Agora, você vai ter que procurar a Paciência dentro da mala, pois vai
precisar bastante....
Procure então o resto: a Força, Esperança, Coragem, Entusiasmo, Equilíbrio,
Responsabilidade, Tolerância e o Bom e Velho Humor.
Tire a Preocupação também.
Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com a ela...
Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo.
Mas, pense bem o que vai colocar dentro da mala de novo, hein!
Agora é com você.
E não se esqueça de fazer essa arrumação mais vezes, pois o caminho é MUITO,
MUITO LONGO, e sua bagagem, poderá pesar novamente."

Lembrem-se disso, sempre...
 
Um grande abraço a todos os amigos
Excelente Ano 2010 que se inicia

sábado, 19 de dezembro de 2009

Feliz Natal e um excelente Ano Novo!!



Meus grandes e inúmeros amigos,
Agradeço a todos vocês pela frequente leitura de meu blog. Obrigado aos amigos que sempre estão fazendo comentários. Obrigado aos amigos que não deixam comentários, mas acompanham os textos.
Agradeço a Deus a oportunidade de fazer amizades tão enriquecedoras
Desejo a todos um Natal de muita luz e paz. Que o Natal reforce cada vez mais os preceitos de Jesus dentro de cada coração. E que o Ano Novo que se inicia seja radiante, repleto de Amor, Fé, Saúde e Paz.
Estou saindo em viagem, mas retorno no próximo ano.

UM GRANDE, CALOROSO E FRATERNAL ABRAÇO A TODOS!!
FIQUEM COM DEUS

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Valores

Um velho sábio chinês estava caminhando por um campo de
neve, quando viu uma mulher chorando.

Dirigiu-se a ela e perguntou :

-- Porque choras ?

-- Porque me lembro do passado, da minha juventude, da
beleza que via no espelho... Deus foi cruel comigo por me
fazer lembrar.

Ele sabia que, ao recordar a primavera da minha vida,
eu sofreria e acabaria chorando.

O sábio, então, em silêncio ficou contemplando o campo de
neve, com o olhar fixo em determinado ponto...

A mulher, intrigada com aquela atitude, parou de chorar e perguntou :

-- O que estás vendo aí ?

-- Eu vejo um campo florido, disse o sábio.  Deus foi
generoso comigo por me fazer lembrar.

Ele sabia que, no inverno, eu poderia sempre recordar a
primavera e sorrir.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fazer diferente.......


 O Nariz


Era um dentista, respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes mas uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sombrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com o Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa do almoço – sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.
- O que é isso? – perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.
- Isso o quê?
- Esse nariz.
- Ah. Vi numa vitrina, entrei e comprei.
- Logo você, papai...
Depois do almoço, ele foi recostar-se no sofá da sala, como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.
- Tire esse negócio.
- Por quê?
- Brincadeira tem hora.
- Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta. A mulher o interpelou.
- Aonde é que você vai?
- Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
- Mas com esse nariz?
- Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. – Se fosse uma gravata nova você não diria nada. Só porque é um nariz...
- Pense nos vizinhos. Pense nos cliente.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risadas (“Logo o senhor, doutor...”) fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
- Ele enlouqueceu?
- Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos. – Nunca vi ele assim. Naquela noite ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.
- Você vai usar esse nariz na cama? – perguntou a mulher.
- Vou. Aliás, não vou mais tirar esse nariz.
- Mas, por quê?
- Por quê não?
Dormiu logo. A mulher passou metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.

- Papai...
- Sim, minha filha.
- Podemos conversar?
- Claro que podemos.
- É sobre esse nariz...
- O meu nariz outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
- Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?
- O nariz é meu e vou continuar a usar.
- Mas, por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.
- Não tem porque não quer...
- Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
- Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O seu pai. Continuo o mesmo homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma diferença.
- Se não faz nenhuma diferença, então por que usar?
- Se não faz diferença, porque não usar?
- Mas, mas...
- Minha filha...
- Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai!

A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço. Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.
- Você vai concordar – disse o psiquiatra, depois de concluir que não havia nada de errado com ele – que seu comportamento é um pouco estranho...
- Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento de meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar, Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como era antes.
- Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
- É... – disse o psiquiatra. – Talvez você tenha razão... 



O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for, não se entregou. Continua a usar nariz postiço. 

Porque agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.


Luís Fernando Veríssimo

Selo de Natal


Este é um Meme de Natal, onde o Papai Noel pergunta o que você deseja neste Natal.

É simples é só seguir as regras:

1- Postar o Selo.
2- Dizer quem te enviou.
3- Os seus 3 desejos de Natal.
4- Indicar 12 blogs que você goste muito.

O Selo já está postado.
Recebi do amigo Jorge do blog:  http://nectantaurus.blogspot.com

Meus 3 desejos são:

1- Que as pessoas não esqueçam o espírito de natal
2- Que o ser humano ame
3- .Paz no mundo
Os 12 blogs indicados:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Um grande abraço a todos

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mente livre



Faça de sua mente um reino, não uma jaula!
Deixe que os seus pensamentos sejam livres como os pássaros voando, não os censure,
nem se maldiga se eles não afinarem com a opinião da maioria.

Se você se escraviza à opinião dos outros, inibindo seus pensamentos e ações,
é porque não tem consideração consigo mesmo.


Quanto maior for a crença em seus objetivos, mais depressa você os conquistará.



MaxWell Maltz

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Despeje a água para poder bebê-la



Um homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede.
Eis que ele chegou a uma cabana velha, desmoronando, sem janelas, sem teto. Andou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou fugindo do calor do sol desértico.
Olhando ao redor, viu uma velha bomba de água, bem enferrujada. Ele se arrastou até a bomba, agarrou a manivela e começou a bombear, a bombear, a bombear sem parar.
Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado, para trás. Notou que ao seu lado havia uma velha garrafa. Olhou-a, limpou-a removendo a sujeira e o pó, e leu um recado que dizia:
"Meu Amigo, você precisa primeiro preparar a bomba derramando sobre ela toda água desta garrafa. Depois faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir, para o próximo viajante."
O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. A garrafa estava quase cheia de água!
De repente, ele se viu num dilema. Se bebesse aquela água, poderia sobreviver. Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, e ela não funcionasse morreria de sede.
Que fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar vir água fresca, fria, ou beber a água da velha garrafa e desprezar a mensagem? Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear e a bomba pôs-se a ranger e chiar sem fim. E nada aconteceu!
E a bomba foi rangendo e chiando. Então, surgiu um fiozinho de água, depois, um pequeno fluxo e finalmente, a água jorrou com abundância! Para alívio do homem a bomba velha fez jorrar água fresca, cristalina. Ele encheu a garrafa e bebeu dela ansiosamente. Encheu-a outra vez e tornou a beber seu conteúdo refrescante.
Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante. Encheu-a até o gargalo, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota:

"Creia-me, funciona. 
Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta."

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O boi de cada um



Conta uma história da tradição budista que, um monge entrou em um vilarejo montado em um boi, e os habitantes da vila lhe perguntaram onde estava indo.
Ele então respondeu que estava em busca de um boi.
As pessoas se entreolharam, intrigadas, e então começaram a rir. O monge se foi. No dia seguinte, de novo montando um boi, o monge voltou ao vilarejo. E de novo as pessoas lhe perguntaram o que buscava.
"Procuro um boi", foi novamente a resposta. Outra vez o monge se foi, em meio ao riso de todos.
No terceiro dia o fato se repetiu: "o que busca?" e o monge, montado no boi, disse ser um boi o que buscava. Só que a piada já perdera a sua graça e as pessoas protestaram, dizendo: "olhe aqui, você é um monge, supostamente uma pessoa santa, sábia, e mesmo assim você vem aqui à procura de um boi quando, o tempo todo, é sobre um boi que você esta sentado." ao que replicou o monge: "também assim é a sua procura de Deus." e assim é conosco.

Tantas e tantas vezes saímos em busca de algo que estava conosco o tempo todo, sem que nos déssemos conta. 

Achamos que a nossa realização está em outro trabalho, outra profissão, outra família, outros amigos. E chegamos por vezes a partir em uma busca inútil quando, se olhássemos com um pouco mais de atenção - talvez com um pouco mais de boa vontade - para aquilo que já temos, descobriríamos que o " boi" que tanto procurávamos estava nos carregando todo o tempo.

É preciso olhar para frente, traçar metas, segui-las. Mas sem perder a noção do potencial de realização e felicidade que esta bem aqui, na nossa realidade presente. 

Se você aprender a olhar para sua própria vida, pode descobrir que sua esposa, ou seu marido, ainda conserva muito daquilo que fez você se apaixonar há 10, 20, 50 anos.
Que sua profissão continua tendo muito em comum com suas idéias de vida - apesar de seu desgaste, de seu cansaço.
Que seu trabalho ainda guarda chances e as perspectivas que tanto prometiam. Estão apenas um tanto encobertas pela poeira do tempo que passou, enquanto você esteve ocupado demais para aproveitá-las.

A felicidade é tão perseguida. Mas muitas, muitas vezes, sofremos e choramos sentados sobre ela.

domingo, 29 de novembro de 2009

Momentos de palavras dispensadas.



Dois amigos cultivavam o mesmo campo de trigo, trabalhando arduamente a terra com amor e dedicação, numa luta estafante, às vezes inglória, à espera de um resultado compensador.
Passam-se anos de pouco ou nenhum retorno.
Até que um dia, chegou a grande colheita.
Perfeita, abundante, magnífica, satisfazendo os dois agricultores que a repartiram igualmente, eufóricos.
Cada um seguiu o seu rumo. À noite, já no leito, cansado da brava lida daqueles últimos dias, um deles pensou : "Eu sou casado, tenho filhos fortes e bons, uma companheira fiel e cúmplice.
Eles me ajudarão no fim da minha vida.
O meu amigo é sozinho, não se casou, nunca terá um braço forte a apoiá-lo.
Com certeza, vai precisar muito mais do dinheiro da colheita do que eu".
Levantou-se silencioso para não acordar ninguém, colocou metade dos sacos de trigo recolhidos na carroça e saiu.
Ao mesmo tempo, em sua casa, o outro não conciliava o sono, questionando : "Para que preciso de tanto dinheiro se não tenho ninguém para sustentar, já estou idoso para ter filhos e não penso mais em me casar.
As minhas necessidades são muito menores do que as do meu sócio, com uma família numerosa para manter".
Não teve dúvidas, pulou da cama, encheu a sua carroça com a metade do produto da boa terra e saiu pela madrugada fria, dirigindo-se à casa do outro.
O entusiasmo era tanto que não dava para esperar o amanhecer.
Na estrada escura e nebulosa daquela noite de inverno, os dois amigos encontraram-se frente a frente.
Olharam-se espantados.
Mas não foram necessárias as palavras para que entendessem a mútua intenção.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O oásis da fé



Assim que chegou a Marrakesh, o missionário resolveu que passearia todas as Manhãs pelo deserto que ficava nos limites da cidade. Na sua primeira Caminhada, notou um homem deitado nas areias, com a mão acariciando o solo, E o ouvido colado na terra.

"É um louco", disse para si mesmo.

Mas a cena se repetiu todos os dias e, passado um mês, intrigado por aquele comportamento estranho, ele resolveu dirigir-se ao estranho. Com muita dificuldade, já que ainda não falava árabe fluentemente, ajoelhou-se a o seu lado.

--  O que você está fazendo?

--  Faço companhia ao deserto e o consolo por sua solidão e suas lágrimas.

--  Não sabia que o deserto era capaz de chorar.

--  Ele chora todos os dias, porque tem o sonho de tornar-se útil ao homem e transformar-se num imenso jardim, onde se pudesse cultivar cereal, flores e carneiros.

"Quando olho suas areias, imagino as milhões de pessoas no mundo que foram criadas iguais, embora nem sempre o mundo seja justo com todos. As suas Montanhas me ajudam a meditar. Ao ver o sol nascendo no horizonte, minha alma se enche de alegria e me aproximo do Criador."

O missionário deixou o homem e voltou para os seus afazeres diários. Qual Foi sua surpresa, na manhã seguinte, ao encontrá-lo no mesmo lugar e na mesma posição.

--  Você comentou com o deserto tudo que lhe disse? Perguntou.

O homem acenou afirmativamente com a cabeça.

--  E mesmo assim ele continua chorando?

--  Posso escutar cada um de seus soluços. Agora ele chora porque passou milhares de anos pensando que era completamente inútil e desperdiçou todo este tempo blasfemando contra Deus e seu destino.

--  Pois conte para ele que, apesar do ser humano ter uma vida muito mais curta, também passa muitos de seus dias pensando que é inútil. Raramente descobre a razão do seu destino, acha que Deus foi injusto com ele. Quando chega o momento em que, finalmente, algum acontecimento lhe mostra o por quê de ter nascido, acha que é muito tarde para mudar de vida e continu a sofrendo. E como o deserto, culpa-se pelo tempo que perdeu.

--  Não sei se o deserto ouviu, disse o homem. Ele já está acostumado com a dor e não consegue ver as coisas de outra maneira.

--  Então vamos fazer aquilo que eu sempre faço quando sinto que as pessoas perderam a esperança. Vamos rezar. Os dois ajoelharam-se e rezaram um virou-se em direção a Meca porque era muçulmano, o outro colocou as mãos juntas em prece, porque era cristão. Rezaram cada um para o seu Deus, que sempre foi o mesmo Deus, embora as pessoas insistissem em chamá-lo por nomes diferentes.

No dia seguinte, quando o missionário retomou a sua caminhada matinal, o homem não estava mais lá. No lugar onde costumava abraçar a areia, o solo parecia molhado, já que uma pequena fonte tinha nascido. Nos meses que se seguiram, esta fonte cresceu e os habitantes da cidade construíram um poço em torno dela.

Os beduínos chamam o lugar de "poço das lágrimas do deserto" . Dizem que todo aquele que beber de sua água irá transformar o motivo do seu sofrimento na razão da sua alegria e terminará encontrando seu verdadeiro destino.