quarta-feira, 24 de junho de 2009

NÃO - pequena palavra com grande poder



Você costuma dizer "não" aos seus filhos?



Considera fácil negar alguma coisa a essas criaturinhas encantadoras e de rostos angelicais que pedem com tanta doçura? Não é fácil dizer não aos filhos, principalmente quando temos os recursos para atendê-los. Afinal, nos perguntamos, o que representa um carrinho a mais, um brinquedo novo se temos dinheiro necessário para comprar o que querem? Por que não satisfazê-los? Se podemos sair de casa escondidos para evitar que chorem, por que provocar lágrimas? Se lhe dá tanto prazer comer todos os bombons da caixa, por que fazê-lo pensar nos outros? E, além do mais, é tão fácil e mais agradável sermos "bonzinhos"... O problema é que ser pais é muito mais que apenas ser "bonzinho" com os filhos. Ser pais é ter uma função e responsabilidade sociais perante os filhos e perante a sociedade em que vivemos. Portanto, quando decidimos negar um carrinho a um filho, mesmo podendo comprar, ou sofrendo por lhe dizer "não", porque ele já tem outros dez ou vinte, estamos ensinando-o que existe um limite para o ter. Estamos, indiretamente, valorizando o ser.
Mas quando atendemos a todos os pedidos, estamos dando lições de dominação, colaborando para que a criança aprenda, com nosso próprio exemplo, o que queremos que ela seja na vida: uma pessoa que não aceita limites e que não respeita o outro enquanto indivíduo. Temos que convir que, para ter tudo na vida, quando adulto, ele fatalmente terá que ser extremamente competitivo e provavelmente com muita "flexibilidade" ética, para não dizer desonesto. Caso contrário, como conseguir tudo? Como aceitar qualquer derrota, qualquer "não" se nunca lhe fizeram crer que isso é possível e até normal?
Não se defende a idéia de que se crie um ser acomodado sem ambições e derrotista. De forma alguma. É o equilíbrio que precisa existir: o reconhecimento realista de que, na vida às vezes se ganha, e, em outras, se perde. Para fazer com que um indivíduo seja um lutador, um ganhador, é preciso que desde logo ele aprenda a lutar pelo que deseja sim, mas com suas próprias armas e recursos, e não fazendo-o acreditar que alguém lhe dará tudo, sempre, e de "mão beijada". Satisfazer as necessidades dos filhos é uma obrigação dos pais, mas é preciso distinguir claramente o que são necessidades do que é apenas consumismo caprichoso. Estabelecer limites para os filhos, é necessário e saudável. Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem.
O esforço pela educação não pode ser desconsiderado.
Todos temos responsabilidades no contexto da vida, nas realizações humanas, nas atividades sociais.

sábado, 13 de junho de 2009

Voe...alcance o sol....


Um homem encontrou um ovo de águia e o colocou debaixo da galinha que chocava seus ovos no quintal. Entre a ninhada de pintos nasceu uma aguiazinha que, entre as outras aves, suas "irmãs", cresceu normalmente. Durante todo o tempo a águia fazia o mesmo que faziam os pintinhos, convencida de que era igual a eles. Ciscava, ia ao chão buscando insetos e pipilava como fazem os pintos. Como eles, também batia as asas, conseguindo voar um metro ou dois, porque, afinal de contas, é só isso que um frango pode voar.
Passam anos e a águia ficou velha... Certo dia, ela viu, riscando o espaço, num céu azul, uma ave majestosa, planando, no infinito, graciosa, levada docemente pelo vento sem sequer bater as asas douradas. A águia do chão olhou-a com respeito e logo perguntou ao seu amigo:
- Que tipo de ave é aquela que lá vai?
- É uma águia! É rainha - diz-lhe o amigo - mas é bom não olhar muito para ela, pois nós somos de raça diferente, simples frangos do chão e nada mais.
Daí por diante, então, a pobre da águia nunca mais pensou nisso, até morrer convencida de ser uma galinha comum.
Como falou Santo Agostinho:
"Tenha asas fortes e capazes de elevá-lo......
Existem asas de águias que procuram e encontram alturas heróicas, onde o ar toca o sol.
Existem, ao contrário, galináceos, cujo vôo é rasante, batendo contra outros galináceos, patos, pavões, gansos…
São incapazes de ultrapassar sua própria estatura, isso não por humildade, mas sim por radical incapacidade.
Seu horizonte é próximo e estreito…
sol está muito longe deles e jamais experimentaram a vertigem das grandes montanhas…"

terça-feira, 9 de junho de 2009

Luz na escuridão

Um dia, um menino de 3 anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas. Quando crescesse, queria ser igual ao pai.Tentando imitá-lo, tomou um instrumento pontudo e começou abater numa tira de couro. O instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo. Logo mais, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego. Com o passar do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente desaparecendo e ele não se lembrava mais das cores. Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Ia para a escola e todos se admiravam da sua memória. De verdade, ele não estava feliz com seus estudos. Queria ler livros. Escrever cartas, como os seus colegas. Um dia, ouviu falar de uma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo pai e se matriculou no instituto nacional para crianças cegas. Ali havia livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tato, as formas das letras e aprendiam as palavras e frases. Logo o jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma história curta enchia muitas páginas. O processo de leitura era muito demorado. A impressão de tais volumes era muito cara. Em pouco tempo o menino tinha lido tudo que havia na biblioteca. Queria mais. Como adorava música, tornou-se estudante de piano e violoncelo. O amor à música aguçou seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais. Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema. Ouviu falar de um capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traço sem relevo no papel. Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz. Ora, se os soldados podiam, os cegos também podiam, pensou o garoto. Procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folhade papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno. Noite após noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o. Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo. Não queriam que tudo fosse por água abaixo. Com persistência, Louis Braille foi mostrando seu método. Os meninos do instituto se interessavam. À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos 20 anos de idade, Louis chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos. O método Braille estava pronto. O sistema permitia também ler e escrever música. A idéia acabou por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer,no leito do hospital, Louis disse a um amigo: "Tenho certeza de que minha missão na Terra terminou." Dois dias depois de completar 43 anos, Louis Braille faleceu. Nos anos seguintes à sua morte, o método seespalhou por vários países. Finalmente, foi aceito como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que não enxergam. Assim, os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física.
Há quem use suas limitações como desculpa para não agir nem produzir. No entanto, como tudo deve nos trazer aprendizado, a sabedoria está, justamente, em superar as piores condições e realizar o melhor para si e para os outros.

domingo, 10 de maio de 2009

Para sempre


"Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro,puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,é eternidade.
Por que Deus se lembra- mistério profundo -de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho"

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Persista


Cada passo dado na batalha traz você à vida. Nunca pare. Os fardos que você carrega todo dia constroem em você a força e o caráter, e contra eles nada pode prevalecer.
Mantenha-se firme. Encare cada desafio com a energia e o entusiasmo de uma alma grata pela experiência de estar viva. Sinta o vento soprar no seu rosto. Torne sua essa força. Curve-se em direção ao vento e deixe que ele seja seu apoio, mesmo que você ande contra ele.
Deixe que os problemas da vida lhe entretenham e ensinem em vez de detê-lo. Você é mais forte que qualquer desafio, e sua força aumenta com cada um deles.
Você não é a causa de seus problemas. Você é aquela pessoa especial que pode transformar esses problemas em grandes conquistas. Persista. Quanto mais difícil for a escalada, mais alto você estará chegando.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Trocando idéias


Há um ditado chinês que diz: Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com um...Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem vai embora com duas...Sempre que possível, troquem idéias...elas esclarecem, acrescentam,ajudam, evoluem...ainda que você não precise, servirão para o outro.

Vida dinâmica

É preciso a certeza de que tudo vai mudar.
É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós: onde os sentimentos não precisam de motivos, nem os desejos de razão.
O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver.....
....se não houve frutos, valeu a beleza das flores .....
.....se não houve flores, valeu a sombra das folhas....
.... se não houve folhas, valeu a intenção das sementes...

Corpo X Mente

Insanidade

"Quero a certeza dos loucos que brilham. Pois se o louco persistir na sua loucura, acabará sábio." ( Raul Seixas )

Pulando fora da panela

Celebrando a vida

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pernicioso Sentimento



Conta-se que um monge eremita viajava através das aldeias, ensinando o bem. Chegando a noite e estando nas montanhas, sentiu muito frio. Buscou um lugar para se abrigar. Um discípulo jovem ofereceu-lhe a própria caverna. Cedeu-lhe a cama pobre, onde uma pele de animal estava estendida.O monge aceitou e repousou. No dia seguinte, quando o sol estava radiante e ele deveria prosseguir a sua peregrinação, desejou agradecer ao jovem pela hospitalidade.Então, apontou o seu indicador para uma pequena pedra que estava próxima e ela se transformou em uma pepita de ouro.Sem palavras, o velho procurou fazer que o rapaz entendesse que aquela era a sua doação, um agradecimento a ele. Contudo, o rapaz se manteve triste.Então, o religioso pensou um pouco. Depois, num gesto inesperado, apontou uma enorme montanha e ela se transformou inteiramente em ouro.O mensageiro, num gesto significativo, fez o rapaz entender que ele estava lhe dando aquela montanha de ouro em gratidão.Porém, o jovem continuava triste. O velho não pôde se conter e perguntou:Meu filho, afinal, o que você quer de mim? Estou lhe dando uma montanha inteira de ouro.O rapaz apressado respondeu: Eu quero o vosso dedo.A inveja é um sentimento destruidor e que nos impede de crescer.Invejamos a cultura de alguém, mas não nos dispomos a permanecer horas e horas estudando, pesquisando. Simplesmente invejamos.Invejamos a capacidade que alguns têm de falar em público com desenvoltura e graça. Contudo, não nos dispomos a exercitar a voz e a postura, na tentativa de sermos semelhantes a eles.Enfim, somos tão afoitos quanto o jovem da história que desejava o dedo do monge para dispor de todo o ouro do mundo, sem se dar conta de que era a mente que fazia as transformações.Pensar é construir. Pensar é semear. Pensar é produzir.Vejamos bem o que semeamos, o que produzimos, nas construções de nossas vidas, com as nossas ondas mentais.No lugar da inveja, manifestemos a nossa vontade de lutar para crescer, com a certeza de que cada um de nós é inigualável. O que equivale a dizer que somos únicos e que ninguém poderá ser igual ao outro.Cada um tem seus tesouros íntimos a explorar, descobrir e mostrar ao mundo.Quando pensamos, projetamos o que somos.


Pensemos melhor.

Pensamento é vida.


"Há um silêncio roendo em mim um espelho

Há um espelho morando em mim por dentro

Há um de dentro que em mim passeia

Há um passeio que eu não faço

Uma embarcação onde meu cão não entra

Um outro que em mim se vira

E um gato que fica à espreita
Há um caso que causa espanto

Há um desejo de ter só vontade

Um colo que solidário atormenta

Um desprezo que a solidão rejeitaGelo, cinzel e uma precaução de gaveta

Um outro que em mim se encanta

Com um outro que viajou de volta
Há uma janela que me dá trabalho

E um trabalho que não me prende

Há um dormir que vem com sorte

E um dia de tomar sorvete
Há uma intuição de que não há nada

Três rostos que em mim são vários

Um outro que chacoalha a morte

De um outro que não derrete"


Magali Gallello, Março/2004