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domingo, 29 de janeiro de 2012

Que sentimento é esse?


Que sentimento é esse?
Tão paradoxal em si mesmo.
Na mistura de sabores,
Entre o doce e o amargo.

Que sentimento é esse?
Tão somatizante,
misturando dores,
Entre corpo e alma

Ahh sentimento!!
Que provoca emoções
Que se chocam
Entre o sorrir e chorar.

Que sentimento é esse?
Tão confuso na certeza
De que incomoda senti-lo
Porque dói mesmo sem querer.

Sentimento ....
Que não se traduz,
Nem se define.
 Tão intenso em adjetivos.

Que sentimento é esse?
Que esvazia seu peito
Tão cheio....
.....de sentimentos?

Sentimento forte,
Que carrega o Amor em seus braços
Enquanto luta contra seu algoz,
A distância.

Sentimento
Que se apoia
Nos calcanhares da lembrança
E nos braços da memória.

Saudade!





Como disse Mário Quintana, “O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.”

Muito bom saber que o tempo passa tão rápido, enquanto as lembranças não se esquecem.






segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mãos no manche


Insegurança e ansiedade sempre andaram de mãos dadas. É um grande e destrutivo circulo vicioso.
Além disso, a baixa autoestima e baixa autoconfiança acabam agravando a situação.
Algumas pessoas permanecem estáticas diante das circunstâncias, mesmo que simples. Qualquer situação corriqueira pode tornar-se um desafio complexo e perturbador. Nesse ponto, a autoestima e confiança em si mesmo deveriam prevalecer como forças internas. Porém, a falha na resposta vai gerar muito mais insegurança e, consequentemente, ansiedade.







Lembrei-me da história da moça que vivia um relacionamento totalmente perturbador. O namorado nunca foi um exemplo de companheirismo e lealdade, tão fundamentais em qualquer relacionamento a dois. Sempre foi alheio e egocêntrico às dificuldades dela. Como não bastasse, nos momentos juntos, apenas a criticava, piorando sua autoestima.
Ela, já não sabia se o amava, embora admitindo que nunca fora uma pessoa que conseguisse viver sozinha, sem alguém ao seu lado.
Mas ela sempre esteve sozinha nessa relação!! Muito mais envolvida afetivamente do que ele.
Era como ter um fantasma dentro de casa. Assombroso com ele, mas pior sem ele – afirmativas dela.
Sentia como se ele apagasse seu brilho constantemente.
Mas não conseguia desfazer-se da relação. E por quê? Onde estaria sua autoestima?
A insegurança e o medo da solidão acabaram dominando-a.
Vive na tristeza e na amargura. Sonha com o fim da relação, mas não quer perdê-lo. A ambivalência tomou conta de seus pensamentos.
Um dia vai sair dessa. Vai se tornar uma pessoa mais segura, confiante e comandante dos próprios sentimentos.
Comandante...?
A vida é como o avião que passa. Sobrevoa contínuo e rapidamente.
Mas quem escolhe a sua rota é você.
É como ter o manche da vida nas mãos.
Você comanda seu manche ou deixa solto para ver no que vai dar.
A escolha sempre será sua. Desde que tenha autoestima e segurança em si mesmo.

sábado, 14 de janeiro de 2012

O conforto de seus braços



É muito bom ter saúde, física e mental!
É muito fácil conviver com quem tem saúde física e mental!!
Mas assumir uma postura diante da doença nem sempre é tão simples.
Ser ou estar doente é um sentimento terrível. Além das dores físicas ou dores da alma, há, normalmente, um sentimento de incapacidade individual. Há o sentimento de culpa por se sentir um “peso” para o cuidador.
Quando se trata de um adoecimento mental o quadro é muito mais complexo, uma vez que podem ocorrer as mais variadas alterações de humor e comportamentais.
De fato, não é fácil compreender e cuidar de alguém adoecido psiquicamente.

Há uma história de um rapaz que volta da guerra e, ao chegar em seu país, liga para seus pais:
-Pai, mãe, estou voltando para casa. Mas antes quero pedir um grande favor a vocês. Tenho um amigo que gostaria de levar junto comigo para casa.
-Sim filho, claro. Adoraríamos conhecê-lo.
-Mas antes há algo que vocês precisam saber, continuou o filho. Ele foi terrivelmente ferido em combate. Pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. Pior é que ele não tem lugar para morar.
-Nossa! Sinto muito filho. Quem sabe encontraremos um lugar para ele morar.
-Não mamãe. Eu quero que ele possa morar na nossa casa.
-Filho, você não sabe o que está pedindo. Não tem noção da gravidade do problema. Alguém com tanta dificuldade seria um fardo para nós. Temos nossas próprias vidas e não queremos uma coisa como essa interfira em nosso modo de viver. Acho que você poderia voltar para casa e esquecer esse rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo!
Nesse momento o filho bateu o telefone e nunca mais ouviram uma palavra dele.
Alguns dias depois, os pais receberam um telefonema da polícia, informando que o filho deles havia morrido ao cair de um prédio. A polícia, porém, acreditava em suicídio.
Os pais, angustiados voaram para a cidade onde o filho se encontrava e foram levados para o necrotério para identificar o corpo. Para seu espanto e terror, descobriram algo: “O FILHO DELES TINHA APENAS UM BRAÇO E UMA PERNA!”

Muitas pessoas adoecem e sentem medo de dizer que precisam de auxílio e apoio.
Sentir-se um fardo pode ser pesado demais para a alma.
É fácil amar aqueles que são perfeitos, bonitos, saudáveis, divertidos, mas há a tendência a afastar-se daqueles que incomodam ou não nos fazem sentir confortáveis.
Ninguém, obviamente, quer adoecer. Mas, somos máquinas falíveis.
Não encolha as mãos a qualquer pessoa, principalmente doente.
Pense bem!
O desconforto de uma dor, física ou mental, pode precisar do conforto de seus braços.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Os dias passam

Fiz uma viagem na pintura do horizonte....


No matiz maravilhoso do crepúsculo
divaguei, divaguei....
Que espanto!!
Os dias passam tão rapidamente
e nem nos damos conta
de todas as maravilhas que
poderíamos observar
a cada dia.


Sentimentos dentro da Alma
Amores, rancores...
Paixões, solidões....
Emoções manifestam-se
Nessa natureza humana,
tão pequena diante do todo,
Mas tão gigante em si mesma!


Aproveite um novo ciclo que se inicia
Repense sentimentos, palavras e atitudes
Viva intensamente! 
Observe as belezas que Deus lhe proporcionou.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mentirinha travessa


Há um abismo entre “não conseguir ser feliz” e “não se permitir a felicidade”.
“Felicidade”- Apenas uma palavra que simboliza contextos tão amplos e variados.

Quem não quer ou não a busca? Dizer o contrário poderia ser uma mentirinha ou uma maneira travessa na tentativa de burlar a si mesmo. No final das contas, ainda é o tipo de sentimento que está presente no topo das listas de desejos.
Contudo, a maior parte dos seres humanos afirma nunca atingir esse objetivo. Mas como pode? Será tão difícil? É algo tão impalpável?
E aqui cabe um parêntesis importante. Os sentimentos, de forma geral, são realmente impalpáveis. É impossível mensurar felicidade ou tristeza, assim como raiva, ansiedade, etc. O sentimento cabe a quem o sente e, ainda assim, as emoções manifestas nem sempre serão a melhor representação do que se passa dentro do indivíduo.
Mas retornando à felicidade tão almejada, é possível observar que muitas pessoas são felizes – ou pelos menos deveriam ser ou assim sentir – mas ainda procuram o impalpável.
Muitas pessoas afirmam categoricamente que jamais alcançariam a felicidade. Sentem-se indesejadas, mal amadas, azaradas e toda uma lista de adjetivos que a categorizam como o pior ser do mundo. Porém, nada fazem para mudar tudo isso. É mais fácil passar a vida reclamando a infelicidade. São as pessoas que “não se permitem a felicidade”.
Mas “não conseguir ser feliz” vai além disso.
Se você acha que não consegue ser feliz seria interessante reavaliar suas escolhas. Repense suas atitudes e sua maneira de reagir diante de todas as circunstâncias da vida.
Será que você é ou não?
Consegue ou permite-se?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Castração

Você é o que pensa ser ou o que a sociedade determina que seja?

Seus sentimentos realmente lhe pertencem?


"Por vezes ou quase a todo instante o dilema.

Devo ser ou determinado serei.

Sendo “bonzinho”, amável e "bom tudo"

Seria eu mesmo?

Se não aceito determinações ou castrações,

Seria eu um pária?

E nesse conflito existencial

Deixo-me à mercê

De meus sentimentos."

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Espelhos


"Já fui o que nunca imaginei...
Estive aonde nunca iria...
Fechei os olhos,
Tapei os ouvidos.
De nada adiantou
Medo...
E depois de tanta loucura
Ainda luto contra os fantasmas
Que assombram minha existência
Anjo e demônio
Disputando minh’alma
Ordem após ordem...
Devastando minha mente,
Imputando-me incertezas
De quem realmente sou.
Mas após tantos delírios
Ainda alucino a existência
De um mundo real"


E você? Tem plena convicção de seus desejos?
Sabe bem quem realmente você é?
Já se permitiu o impensável?
Há quanto tempo não olha para dentro de si mesmo e descobre algo novo?
Ou foge de voltar os olhos para o espelho de sua alma?


"A nossa própria alma apanha-nos em flagrante nos espelhos que olhamos sem querer".
 Mário Quintana




sábado, 26 de novembro de 2011

O medo das diferenças

“... Lekh me entregava um pássaro pintado, mandando que eu o apertasse de leve nas mãos. Cedo seus gritos atraíam companheiros da mesma espécie, que se punham a revoar sobre nossas cabeças. Vendo-os, o prisioneiro debatia-se gritando ainda mais; e o coração trancado no peito recém pintado batia violentamente. Quando o número de pássaros era suficiente, Lekh fazia-me sinal para soltar o prisioneiro. Livre e feliz, lançava-se para o alto, contra o céu cinzento, mergulhando na revoada escura de seus irmãos.
Por um instante, a surpresa tolhia os pássaros. A mancha colorida voava em meio ao bando, tentando convencê-los de que lhe pertencia. Mas, confundidos pela plumagem brilhante, os outros o rodeavam incrédulos e quanto mais o pássaro pintado tentasse incorporar-se ao bando, mais o rejeitavam. Logo, um depois o outro, começavam a atacá-lo arrancando-lhe as penas multicores, até fazer-lhe perder as forças precipitando-o ao chão.
Esses incidentes aconteciam com freqüência, e, geralmente, quando eles recolhiam o pássaro pintado, já estava morto.”

trecho do livro "O Pássaro Pintado", de Jerzy Kosisnki.

O que é diferente causa mais.......
........ medo ou repulsa?

Esse fragmento de texto do livro de Kosinski é bastante representativo.
Agora vejamos esse pequenino cartum:
O TEXTO ACIMA E ESSE CARTUM FORAM AQUI COLOCADOS APENAS PARA LEVANTAR QUESTIONAMENTOS.

PORQUE IMAGINAR QUE ALGUÉM QUE SOFRE DE TRANSTORNOS MENTAIS É BURRO???

PORQUE IMAGINAR QUE ESSAS PESSOAS SÃO FRACAS, COVARDES OU SEM CARÁTER??

O ser humano pode adoecer fisicamente. Mas também mentalmente !! E ninguém está imune.

VAMOS COMEÇAR A ROMPER ESSA BARREIRA PRECONCEITUOSA, DISCRIMINADORA E ESTIGMATIZANTE

O que você pode fazer?
1. Cuidado com as palavras que você usa: "Louco", "maluco", "psicopata", são palavras que ferem. Pense muito antes de dar adjetivos.
2. Ajudem a conscientizar os outros de como nossas palavras e atitudes machucam. Não ria de piadas cruéis. Faça com que os outros saibam que a ignorância dói.
3. Ajudem pessoas que possam estar sofrendo dos sintomas iniciais de uma doença mental.
4. Tente compreender e conhecer a respeito destas doenças.

Somente quem experimentou um adoecimento mental é capaz de saber a dor que se sente

E para finalizar, se você gosta de música, vale a pena ver o vídeo.



domingo, 13 de novembro de 2011

Humanamente Genial


O ser humano tão genial,

Inventor de modernas tecnologias,

Criou poderosos microscópios

Capazes de desvendar

Imagens tão infinitamente pequenas.

Ultrapassando qualquer barreira da luz

Chegou à orbita molecular das células.



O ser humano,

Em sua genialidade,

Foi capaz de criar telescópios

Que enxergam tão longinquamente

Planetas e estrelas

Orbitando em seus sistemas solares.



Mas sofre o ser,

Tão humanamente genial,

Em abissais sentimentos.

Pois não acha a órbita de

Sua própria



sábado, 5 de novembro de 2011

Identidades engessadas

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
Clarice Lispector
Quantas vezes por dia é capaz de permitir o auto questionamento?
Consegue estabelecer um diálogo interno?
Ou se sente completamente dono de toda razão ou princípio?
Conhecer ou reconhecer a própria identidade é um exercício que exige honestidade e mente flexível.
Mas entenda-se que um diálogo interior não pode submeter-se à enxurrada de pensamentos que, invariavelmente, invadem a mente.
Reserve poucos minutos de cada dia para que possa silenciar sua mente. Isso é importantíssimo, afinal uma mente conturbada e inundada em pensamentos pode irromper emoções angustiantes.
À medida que você consegue coordenar esse processo mental, será capaz de quebrar paradigmas e ganha a oportunidade de novos aprendizados e idéias.
Obviamente, nem sempre é fácil esse desengessamento mental e emocional. Mas tudo que nos propusermos a realizar, insistindo como prática cotidiana, torna-se facilmente realizável.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

VALORES - imposições e escolhas

Houve uma época na qual os educados senhores abriam a porta de seus carros para que a dama pudesse entrar. Os homens eram gentis.
Houve época na qual os gentis senhores levantavam-se da cadeira, assim que sua dama chegasse ou saísse da mesa. Os homens eram polidos.
Houve um momento, na história do ser humano, na qual a polidez era característica primordial da espécie.
Naquela época se falava: “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, “como vai”, “tenha um belo dia”, “prazer em conhecê-lo(a)”, “por favor”, “obrigado”.
Naquela época também as damas sabiam ser valorizadas por sua graciosidade e discrição.
Também nessa época, a sexualidade era algo exclusivamente pertencente àquela pessoa, sem necessidade de propagandas ou alusões à promiscuidade.
Obviamente, mesmo naquela e em tantas outras épocas, havia a deselegância, a desonestidade e todo tipo de atitude associada ao caráter individual.
Entretanto, o pior cenário contemporâneo não é a encenação de tantos atos insanos e de tanta ausência de honradez.
Vai além. Pior do que isso é a normalização e a banalização da moral e da ética.
Heráclito de Éfeso ( s VI – V a.C. ) definia o caráter como “o conjunto definido de traços comportamentais e afetivos de um indivíduo, persistentes o bastante para determinar o seu destino”.
Assim, quando a tônica social legitima e minimiza os desvios de caráter, estabelece uma nova configuração dos valores éticos e morais do indivíduo ou da sociedade.
O caráter individual fica reprimido diante dessa nova moral social.
Chega-se em uma época em que ser correto, honesto ou elegante é motivo de chacota.
Nessa época, o gentil cavalheiro, ainda tentando resgatar uma identidade de outrora, pode ser um “otário” diante de outras pessoas, assim como a dama que ainda tenta manter a tradição e o aprendizado familiar.
Hoje, há exclamações de espanto quando alguém devolve uma mala de dinheiro encontrada ao acaso. Mas, em contrapartida, já não há o mesmo espanto quando o indivíduo se apropria do dinheiro alheio.
Inversão dos valores?
A sociedade impõe regras que nem sempre são digeríveis.
Houve uma época em que os pais sabiam o que era melhor para seus filhos. Hoje, tudo que foi aprendido como forma de educação naqueles tempos tenta ser descaracterizado e classificado como inadequado.
Inadequado??
Moral da história?
Acabou a moral e a ética na sociedade atual?
O caráter individual ainda consegue prevalecer diante deste caos?
A sociedade ou os controladores sociais ainda nos permitem pensar?
Até quando pensaremos que realmente pensamos?
Até quando seremos detentores dos próprios sentimentos e emoções?
Até onde você conseguirá fazer questionamentos dentro do contexto atual?
E para finalizar: em que época você vive ou sobrevive?
Por sinal, não se trata de um texto deselegante ou ranzinza, mas, sobretudo, uma réstia de apego ao que vale a pena.
Como disse Clarice Lispector:
- “Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.”


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Arte Emocional

A lira, instrumento musical de cordas, foi bastante utilizada pelos gregos para acompanhar versos poéticos de forma melodiosa.
Desde o século IV a.C os poemas pequenos, através dos quais os poetas manifestavam sentimentos, tornaram-se conhecidos como poesias líricas, graças à melodia das liras.
Assim, observa-se que o lirismo está associado diretamente à sonoridade da música e do canto. Na literatura é possível notar que as poesias líricas apresentam uma sonoridade peculiar, propiciando ao leitor SENTIMENTOS e EMOÇÕES de forma maravilhosa.
Na música lírica também é assim, manifestando emoções irrefreáveis. É a tônica do lirismo, que poderia ser designado como a ARTE EMOCIONAL.
O lírico pode ser um excelente representativo de estado de ALMA, simbolizando o “eu” e suas experiências e expectativas diante da vida.
Enfim, quem vive a intensidade dos sentimentos consegue identificar-se com as poesias e músicas líricas.
Deleite-se nos versos abaixo e, depois, permita-se viajar na melodia da música.

 Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!

Mário Quintana




sexta-feira, 10 de junho de 2011

A conquista do Segredo

Um dos maiores segredos não é tão dificilmente desvendável, embora seja procurado ou desejado por todos os seres humanos.

Quem ainda não foi questionado por alguém, provavelmente já fez em algum momento esse autoquestionamento.


Afinal, qual é o segredo para a Felicidade?

Creio que a felicidade seja algo bastante simples.

Alguns são capazes de encontrar o segredo da felicidade em um despertar pela manhã, pelo simples fato de estar diante de mais um dia cheio de novas oportunidades de aprendizagem e evolução pessoal.

Outros conseguem a felicidade no delicioso cheiro de um café recém-feito, acompanhado de um pedaço de pão ou bolo, sentado confortavelmente, sem qualquer pressa, apenas para deliciar cada nota de cheiro ou sabor.

Ou ainda na beleza das flores, principalmente com seu perfume exalado na evaporação do orvalho.

Outros sentem que a felicidade é poder viver um grande amor ou ainda ter uma família unida, com sentimentos de paz, harmonia e companheirismo.

Muitos acham que o segredo da felicidade é fama, fortuna e status. Os monges budistas acreditam que o segredo da felicidade está na simplicidade material.

A maior dificuldade que o ser humano tem em entender o segredo da felicidade é sua própria rigidez emocional. Acredita que a felicidade é um imutável estado de sentir-se.

Não se pode contar somente com o prazer ou alegria para a conquista da felicidade, pois os momentos antagônicos também fazem parte deste caminho, já que possibilitam o aprendizado.

Algumas pessoas sentem-se infelizes porque vivem sozinhas e abandonadas. Mas porque não utilizar-se de tal sorte para um crescimento e conhecimento de sua força interior.

Se você se julga uma pessoa infeliz e azarada permite que seus pensamentos fiquem mergulhados em um pântano de negativismo e pessimismo. Perde a capacidade e o desejo de sonhar.

O que você faz com tudo ou o pouco que tem é a diferença para o segredo de sua felicidade.

Enfim, o que pode te fazer feliz é o equilíbrio entre o desejo, o sonho e sua conquista.

Como disse o grande Mario Quintana, "a felicidade é um sentimento tão simples, que você pode deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade"

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jaha, quase nada mudou em um século

Jaha, uma moça de 20 anos, jovem negra, no auge da saúde física e mental. Já casada, com 2 pequeninos filhos.
Foi contratada para trabalhar como empregada doméstica, o que lhe causara felicidade, afinal precisava cooperar com o marido nas finanças de casa.
Logo nos primeiros dias já pôde sentir, na pele, o que seria trabalhar naquele lugar.

“minha patroa não deixava eu comer na mesa. Tinha que comer em um quartinho, sentada no chão. Ela mesma fazia o prato para eu comer. Eram os restos deixados nos pratos dos patrões.”

“minha patroa fazia escovar todo o carpete da casa com uma escova de dente.”

“um dia ela disse que só tinha me contratado porque minha raça é forte e aguenta serviço”

“minha patroa queria que, todos os dias, eu esfregasse o quintal e a calçada com um escovão e cloro puro. Ela nunca me deu luvas. O cheiro era forte demais e chegava sair lágrimas dos olhos. Eu esfregava o chão até sangrar entre os dedos.”

“ela colocava veneno no quintal para matar os ratos e depois fazia eu pegar com as próprias mãos o rato para jogar fora.”

Jaha sofria cada dia de martírio de forma calada. A patroa a ameaçava: “olha, se você contar qualquer coisa para alguém, vou te perseguir, vou te fazer coisas horríveis”
Assim, Jaha prosseguiu em seu calvário durante 3 meses. Nunca relatou seu sofrimento ao marido ou à sua família.
Mas um dia, após chegar em casa do trabalho, estava no tanque lavando as roupas da família e chorando, pois já não aguentava mais essa situação. Suas mãos doíam e sangravam facilmente, pois a pele estava fina demais pela ação do cloro e da escova. Nesse momento sua mãe chegou para visitá-la e acabou descobrindo. Jaha não suportava mais esconder o que acontecia e contou tudo.
Jaha já não trabalha mais nesse lugar. O que restou? A dor física das mãos dilaceradas pela ação do cloro? As dores dos joelhos inchados por passar parte do dia esfregando o chão? A dor no estômago vazio pela fome que passava? O nojo de pegar ratos com as próprias mãos?
Não, tudo isso já não tem tanto peso. O que restou foi uma alma destruída, ferida profundamente.

Uma dor física jamais poderá ser comparada à dor emocional.

Hoje, Jaha precisa de ajuda psicológica e psiquiátrica. Chora copiosamente, sente tristeza e angústia. Foi muito machucada em sua dignidade de ser humano.
Sente medo e se esconde dentro de casa. Ainda acredita que a ex-patroa poderá lhe fazer algum mal.
Mas Jaha seguirá em frente. Vai renovar sua auto-estima e fortalecer a auto-confiança.
Jaha quer voltar a ser feliz.

Exatamente há 123 anos, no dia 13 de maio de 1888, era assinada a Lei Àurea, que abolia a escravidão no Brasil. Mas como sempre, as leis podem funcionar muito bem nos papéis e, na prática nem sempre funcionam.
Passado mais de um século do fim oficializado da escravatura ainda é possível notar que uma grande parte dos negros sofre consequências de uma época em que eram tratados de forma tão degradante.
Uma lei jamais será capaz de determinar sentimentos. Uma lei não consegue impor à cor da pele do indivíduo a forma que deve pensar a respeito de outros.
Os negros eram considerados sem alma, sem sentimentos. Eram tratados pior do que animais.
A história de Jaha é capaz de demonstrar que a abolição está inacabada. Os 123 anos ainda são insuficientes para acabar com preconceitos e racismos.
Muitas pessoas, em pleno 2011, ainda associam a cor da pele à capacidade do indivíduo. Ainda são capazes de ignorar qualquer tipo de sentimento ou emoção individuais.
Enfim, não bastam leis antiescravatura ou anti-racismo. É necessário que o ser humano compreenda que a cor de pele não o torna mais inteligente ou menos. A cor da pele não o torna mais ou menos importante. Seja negro, pardo, branco, amarelo, cinza, ou qualquer outra cor, terá sentimentos dentro de si.





quarta-feira, 20 de abril de 2011

A arte de Viver


Amanheceu um dia lindo, o sol brilhava e iluminava o jardim cheio de flores, cada qual mais imponente e perfumada que a outra. Começava, enfim, a primavera.
Havia rosas desabrochando, papoulas excitadas, jasmins que balançavam ao vento, margaridas em grupos, violetas excêntricas.

O jardim mais parecia uma festa à luz do dia.

Todos que ali passavam admiravam a riqueza daquele instante, a profundidade daquele momento e podiam sentir aquele aroma que trazia paz.
O colorido era maravilhoso, rosas vermelhas, margaridas amarelas, violetas roxas....tudo perfeito, tudo completo.

A grama completava aquele cenário irretocável e os raios de sol pousavam para emoldurar aquele momento.

Chegou então o jardineiro, para dar amor e carinho àquelas flores, fazendo o seu serviço em silêncio.
Podou, regou, plantou novas sementes, quando de repente percebeu que era observado por alguém que lhe disse:

- Que belo jardim, você é um artista, conseguir manter assim tudo perfeito, é uma arte.

Ele então respondeu:

- ...mas não está tudo perfeito! Olhe ali no centro do jardim, está vendo aquela orquídea? Ela está triste, ela está chorando, ela está sofrendo muito.

- Mas você consegue enxergar isso? Eu não estou conseguindo perceber, ela me parece tão linda!

- Você não consegue perceber, porque a beleza que ela traz por fora esconde a tristeza que ela carrega por dentro, mas eu posso perceber, porque os meus olhos, moram no meu coração e é só por isso que sou um artista.

Conservar a beleza de um jardim, não é ser artista, ser artista é perceber, entender, aceitar e sentir a tristeza de uma única flor que se esconde no meio de tantas.

Arte não se aprende na escola, não obstante possa ser aprimorada em determinados cursos. Ser artista não se restringe a pintar telas com traços perfeitos, cantar com voz afinada ( ou não, em alguns casos ), escrever livros com pensamentos filosóficos ou encenar algum papel nos palcos. Arte envolve principalmente sensibilidade, paixão, um desempenho extraordinário e único naquilo que você se dispõe a fazer, o que, convenhamos, está aquém de rótulos e aprendizados. Ser artista é saber lidar com substratos, muitas vezes impalpáveis. Ser artista é saber lidar com seus próprios sentimentos e emoções, saber cultivar seus jardins emocionais. Ser artista é ver a criação ou a existência daquilo que se propõe com o melhor de si mesmo.

E você? Quanto tem se desempenhado na arte de viver?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Para os que amam, o tempo é eterno


"O tempo é muito lento para os que esperam

Muito rápido para os que tem medo

Muito longo para os que lamentam

Muito curto para os que festejam

Mas, para os que amam, o tempo é eterno"
 
William Shakespeare

domingo, 26 de setembro de 2010

Velhos Tempos

Tudo muda....

Houve um tempo em que se pedia “a benção” aos pais quando se acordava pela manhã ou se deitava para dormir, assim como antes de sair de casa.

Hoje os filhos nem sabem o que significa pedir “a benção”,

Afinal mal falam bom dia ou boa noite. E para sair de casa nem precisam falar aonde vão.

Um filho, nesse tempo, referia-se aos pais ou pessoas mais velhas como “Sr” e “Sra”.

Hoje os filhos se referem aos pais ou pessoas mais velhas como “Você”,

Afinal nem sabem o significado de um pronome de tratamento respeitoso.

Houve um tempo que não se falava enquanto adultos estivessem falando.

Hoje os filhos falam enquanto os pais se obrigam a ficar quietos,

Afinal nem sabem o que é ouvir.

Os filhos, certamente, compreendiam o olhar recriminador de seus pais.

Hoje se um pai lança um olhar recriminador ao filho,

Passará despercebido ou ouvirá: “que cara feia é essa, velho?”

Houve um tempo em que um filho pedia, por favor, ou “eu posso?”

Hoje um filho não pede, por favor, e nem se utiliza da gentileza,

Afinal ele acha que tudo pode.

Houve tempo em que os filhos sabiam ouvir o “Não”.

Hoje uma criança não pode ouvir a palavra “Não”,

Afinal contraria todos os seus desejos imediatistas.

E nesse tempo uma criança que ia à escola respeitava o professor.

Hoje os professores têm medo dos alunos,

Afinal podem ser agredidos física ou verbalmente.

Era mesmo um tempo em que as crianças respeitavam pessoas mais velhas.

Os pais educavam os filhos teimosos também “dando umas palmadas”, quando fosse necessário.

Hoje os pais não conseguem educar os filhos,

Afinal se houver a necessidade de “dar umas palmadas” podem ser denunciados por agressão pelo próprio filho. E o Estado nesse momento lhe dá todo apoio ( ao filho obviamente ).

Era tempo de músicas que falavam de amor e romantismo.

Hoje as músicas falam de sexo e drogas,

Afinal é o que as crianças precisam aprender.

Houve aquele tempo em que se aprendia o que era correto ou moral.

Hoje uma criança tem grande dificuldade em distinguir o correto do contrário,

Afinal vive em um tempo amoral.

Uma criança atrevida, indisciplinada era criticada e mal vista por todos. Era uma criança chamada malcriada.

Hoje a criança não é malcriada. Ela está “passando por alguma dificuldade emocional”.

Naquele tempo as crianças sofriam punições por sua desobediência.

Hoje a criança “desobediente” tem mãos acariciando sua cabeça. Pode até estuprar ou matar, mas a lei o protege.


Tudo mudou...



Então, o que mudou?

O que podemos esperar dessas crianças que um dia terão filhos?

Não sabem mais o valor das coisas. Nem se importam.

Não acham que o mundo deva ter regras morais. Agem com seus impulsos.

Tudo muda...para pior ou melhor, mas muda.


E você, o que deseja para seus filhos?