sábado, 5 de novembro de 2011

Identidades engessadas

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
Clarice Lispector
Quantas vezes por dia é capaz de permitir o auto questionamento?
Consegue estabelecer um diálogo interno?
Ou se sente completamente dono de toda razão ou princípio?
Conhecer ou reconhecer a própria identidade é um exercício que exige honestidade e mente flexível.
Mas entenda-se que um diálogo interior não pode submeter-se à enxurrada de pensamentos que, invariavelmente, invadem a mente.
Reserve poucos minutos de cada dia para que possa silenciar sua mente. Isso é importantíssimo, afinal uma mente conturbada e inundada em pensamentos pode irromper emoções angustiantes.
À medida que você consegue coordenar esse processo mental, será capaz de quebrar paradigmas e ganha a oportunidade de novos aprendizados e idéias.
Obviamente, nem sempre é fácil esse desengessamento mental e emocional. Mas tudo que nos propusermos a realizar, insistindo como prática cotidiana, torna-se facilmente realizável.

2 comentários:

Penélope disse...

Todos nós sabemos que não é tão fácil assim. Somos seres complexos, constantemente insatisfeitos e com uma forte tendência a char que a grama do vizinho é sempre mais verde, ou seja, o outro é perfeito e eu quero a perfeição dele.
Parar para refletirmos sobre quem somos é um exercício que deveria ser desenvolvido na mais tenra idade, como algo parecido com filosofia, religião ou coisa assim, mas infelizmente isso não ocorre... Enquanto isso, hoje sou isso, amanhã sou aquilo, depois, bem, depois serei algo que nem posso supor...
Uma postagem inquietante.
Abraços

BLOGZOOM disse...

Eu converso muito comigo mesma, as vezes acho que até demais.

A frase de Clarice Lispector resume bem o que sinto, os segredos guardados que nem em poesia ouso revelar... mas eu prezo o silencio, ele me preserva.

Beijos