sexta-feira, 1 de maio de 2009

O som dos violinos

Foi na Itália, entre o fim do século XIV e o início do século XV, que surgiram os primeiros violinos. A arte de fabricar violinos de grande qualidade foi atributo das famílias Cremona, Guarnieri e Stradivarius, durante duzentos anos. Os violinos Stradivarius são considerados os mais valiosos do mundo e foram confeccionados pelo mestre Antonio Stradivari (1644-1737). Os violinos Stradivarius são conhecidos pela sua qualidade sonora inigualável e pela sua beleza estética, originária da Seção Áurea, utilizada pelo mestre Antonio Stradivari para desenhar os instrumentos. Em 2006, um violino Stradivarius foi arrematado por 3,5 milhões de dólares.

Ao longo dos anos, a estrutura de fabricação do violino sofreu modificações. A partir do século XIX, a espessura das cordas foi alterada e optou-se pelo uso do cavalete mais alto e um braço mais inclinado, essas são as principais características do violino moderno. O arco que, por quatrocentos anos teve um formato côncavo, ganhou uma curvatura convexa, modificação que permitiu um suporte maior da tensão das crinas.

A utilização mais expressiva do violino se deu a partir do século XV.

A palavra italiana “spalla” batiza o primeiro violinista. Ele é a figura mais importante depois do maestro. Além de orientar a afinação da orquestra, também serve como referência para os outros instrumentistas, caso haja dúvidas sobre as indicações do maestro.


Quais são as partes de um violino?

O Violino é considerado um instrumento de cordas friccionadas e tem como principal característica a produção de um timbre agudo. Ele possui quatro cordas (Mi4, Lá3, Ré3, Sol2). A utilização mais comum do violino é nos naipes de cordas das orquestras.

Cordas: quando os primeiros violinos foram fabricados, as cordas eram feitas de tripa de carneiro. Atualmente, elas são de aço cromado ou de material sintético, revestidas de alumínio, níquel ou prata – as de melhor qualidade. A corda Mi, que é a primeira e a mais aguda, não é revestida.

Arco: feito de madeira, sendo que os de melhor qualidade são de Pau-Brasil pernambucano. Os fios são de crina de cavalo, ou de nylon. Em geral, os arcos de fios de crina de cavalo possibilitam a produção de um som de maior qualidade, pois a crina permite o ajuste de tensão.



Principais obras clássicas escritas para Violino

ANTONIO VIVALDI - As Quatro Estações, op.8 para Violino solista, cordas e continuo J.SEBASTIAN BACH - 3 Sonatas & 3 Partitas para Violino Só(desacompanhado) - Concerto em La Menor para Violino cordas e continuo- Concerto em Mi maior para Violino cordas e continuo - Concerto para 2 Violinos cordas e continuo em Re Menor

W.AMADEUS MOZART - 23 Sonatas para Violino e Piano - Cinco Concertos para Violino e Orquestra - Sinfonia Concertante para Violino, Viola e Orquestra

L. VAN BEETHOVEN - 10 Sonatas para Violino e Piano, Duas Romanças para Violino e Orquestra - Concerto em Ré Maior para Violino e Orquestra

FELIX MENDELSSOHN - Concerto em Mi Menor para Violino e Orquestra

N. PAGANINI - 24 Caprichos para Violino Só, op1 - Concerto no.1 em Ré maior para Violino e Orquestra - Concerto no.2 em Si menor para Violino e Orquestra - Nel Cor Più nom mi sento - Variações sobre God Save The King

PIOTR I. TSCHAIKOWSKY - Concerto para Violino e Orquestra em Ré maior

JOHANNES BRAHMS - 4 Sonatas para Violino e Piano - Concerto para Violino e Orquestra em Ré maior

JEAN SIBELIUS - Concerto para Violino e Orquestra

ALBAN BERG - Concerto para Violino e Orquestra

BELA BARTOK - Sonata para Violino Só - Duas Sonatas para Violino e Piano - Dois Concertos para Violino e Orquestra

WILLIAM WALTON - Concerto para Violino e Orquestra



O SEGREDO DOS STRADIVARIUS

A densidade da madeira. Este é o segredo para o som de um violino Stradivarius, segundo cientistas holandeses que fizeram tomografias computadorizadas aos famosos instrumentos. A técnica desenvolvida para estudar os tecidos nos pulmões em pacientes com enfisema permitiu verificar que as variações na densidade da madeira são menores nos violinos construídos por Antonio Stradivari há três séculos.

Ao longo do ano, as árvores crescem de forma diferente. Na Primavera, o crescimento é mais rápido, pelo que a madeira é leve e esponjosa. Já no Inverno, é escura e mais densa, quando o crescimento é menor. Todos estes fatos ficam registrados nos anéis da madeira. "Esse padrão influencia a qualidade de ressonância da madeira", afirmou à BBC o médico holandês Berend Stoel, responsável do estudo publicado no jornal online PLoS ONE.

As tomografias computadorizadas, que foram efetuadas em cinco violinos antigos - três dos quais de outro mestre de Cremona, Guarneri del Gesu, mas todos no valor de mais de um milhão de dólares -, mostram que a densidade é constante em todo o instrumento. Isso não se verificou nos sete violinos modernos analisados. Há quem aponte as culpas à Pequena Idade do Gelo (do séc. XIV ao XIX), que, ao reduzir a atividade solar, pode ser a causa do crescimento mais lento das árvores e com menos diferença entre as estações.

"As alterações climáticas podiam explicar parte das diferenças, mas o tratamento dado à madeira pode ser outra explicação. Uma terceira resposta pode ser simplesmente o envelhecimento da madeira ao longo dos últimos 300 anos", disse Stoel, do Centro Universitário de Leiden.

O médico é ele próprio um violinista, interessado nos segredos dos Stradivarius. Mas a raridade destes instrumentos - restam apenas 650 dos cerca de 1100 construídos - tem impedido que sejam realizados estudos mais invasivos, que os podiam danificar. Para os especialistas, esta descoberta poderá permitir replicar os instrumentos construídos por Stradivari - mais precisamente o seu som -, o que tem vindo a ser tentado ao longo dos séculos sem sucesso. "Os violinos modernos soam excelentemente, mas isto pode ajudar a providenciar os últimos cinco por cento de melhoria", afirmou Stoel, citado pelo Daily Telegraph.

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