quarta-feira, 29 de abril de 2009

Em busca da felicidade


Se há uma coisa da qual estamos convencidos agora, é que somos criaturas em busca de prazer que querem minimizar a dor e a frustração em nossas vidas. Nós somos criaturas que, talvez diferente de qualquer outro animal, buscam a felicidade. Mas felizmente, e infelizmente, a outra coisa que sabemos é que o prazer, como a felicidade, não é tão simples como gostaríamos que fosse.Discussões sobre o que torna uma vida boa, e se a virtude pode ser ensinada, são tão antigas quanto a investigação humana esclarecida. Mas precisamos ter alguma idéia do que a busca pela felicidade se trata; se a felicidade pode mudar uma pessoa e o que a frase muito apreciada, "faça alguém feliz", pode significar.
Se a pergunta original de Platão- foi "a virtude pode ser ensinada?", e ela se tornou "a felicidade pode ser ensinada?", nós poderíamos nos perguntar qual seria a diferença entre tentar tornar as pessoas boas e tentar torná-las felizes? Uma das diferenças mais óbvias é que ser bom nem sempre torna as pessoas felizes.
Os promotores da felicidade, por exemplo, freqüentemente subestimam quanta inveja a felicidade provoca, e quanto isto é um problema para os invejosos e invejados; a felicidade como um ideal se encaixa muito facilmente na crença contemporânea de que uma boa vida é simplesmente uma vida invejável.

"Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento. 
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo."

Fernando Pessoa

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